quinta-feira, março 20, 2008

Da saudade tua
já nem posso falar ...
Porque águas
traem meu soluçar ...
(ivi)

Olhando teus olhos

Reflexos dos meus

Arranco os abrolhos

Despeço um adeus

Servindo a quem serve

Amor não se cansa

Quem dera com verve

Falar da lembrança

De um dia tão nosso

Que amor já nos deu.

De lágrima empoço

Saudade venceu

Agora que estás

Distante de mim

O vento me traz

Mais próximo, o fim...

Desta
saudade alegre
tudo posso calar;
guardar na memória,
cerrar cortinas
cerrar os olhos,
deixar as luzes
por todo lugar ...
(ivi)

Saudade faz a festa

Deixando o peito alerta

Minha alma descoberta

Abrindo nova fresta


Depressa já se empresta

Enquanto amor desperta

Querida esteja certa

Contigo um sonho gesta


Momento de prazer

Inigualável gozo

Dia maravilhoso,


Vontade de viver.

Matar minha saudade

Traduz felicidade...

EU TE AMO! COROA DE SONETOS 142

1975

Promessas desta vida que eu bem quis

Benquistas emoções colecionando

O tempo vai aos poucos se bordando

Em cores divinais, raro matiz.

O quanto na verdade eu sou feliz

Permite novo sonho deslumbrando

O verso em alegrias se forrando

Invade o coração de um aprendiz

Já não carrego cortes nem feridas

Apenas o teu corpo tatuado

Unindo o que já foram duas vidas

Agora num só ser emoldurado

O sonho de viver eternamente

Tornando uma alegria mais urgente...

1976

Tornando uma alegria mais urgente

Melífero caminho desbravado,

Do amor que aos poucos segue conquistado

Mudando nossa história totalmente.

Ao ter tanto carinho que me alente

Eu sigo sem temores ao teu lado,

Promessa de um momento extasiado

Distante da tristeza que atormente.

Navego por teus mares, timoneiro

Que sabe deste amor e quer inteiro

Momento de emoção, puro e sincero.

Sentindo o teu perfume junto a mim,

Descubro farto amor que sei sem fim

Moldando em glória o rumo que eu mais quero...

1977

Moldando em glória o rumo que eu mais quero

Estendes os teus braços. Num mergulho

Esqueço do passado um ledo orgulho

Descubro a sensação que tanto espero

Sorvendo em tua pele, o bom tempero

Deixando para trás o pedregulho,

A solidão não passa de um entulho,

Cuidando deste amor com tanto esmero...

Estendo as minhas mãos buscando as tuas

Enquanto nesse sonho tu flutuas

Levito de prazer, e quero mais.

Estrelas coletadas no caminho,

Cevadas com palavras de carinho

Iluminando assim nossos bornais...

1978

Iluminando assim nossos bornais,

Pirilampos colhidos da esperança

Ao tempo prometido de mudança

Os dias talvez sejam magistrais.

Aonde com certeza derramais

Desejos de calor e de aliança

A gente com vontade sempre alcança

O porto mesmo em loucos vendavais.

Abarcas meus desejos e prazeres

Na redenção das dores sei que queres

Seguir essa viagem do meu lado.

Bornal em alegria iluminado

Estende a fantasia mais perfeita

Enquanto nosso amor, farto, deleita...

1979

Enquanto nosso amor, farto, deleita,

Viajo pelas ternas sensações

Temática insensata das paixões

Estática minha alma nesta espreita

Minha alma de tua alma segue aceita

Mostrando destes ventos, direções

Enfrento com firmeza os furacões

E a lua enamorada em raios deita.

Aguando esta alegria sempre alcanço

O bem que mais queria num remanso

Guardando as fantasias no meu peito.

Amor que se completa e se irradia

Tornando abençoado cada dia,

Decerto em harmonia, amor perfeito...

1980

Decerto em harmonia, amor perfeito

Não deixa que se pense em outro rumo.

Vivendo o nosso amor eu sempre assumo

Delícia que se mostra a cada pleito.

Colhendo cada fruto, satisfeito

Ganhando no caminho meta e prumo.

Saudade se esvaindo em frágil fumo

Afasta-se pra sempre do meu peito.

Eu tenho esta certeza dentro em mim

Da flor que perfumando o meu jardim

Expressa a qualidade do cultivo.

Meu verso se tomando de emoção

Cuidando com carinho, a plantação

Deixando o jardineiro assim, cativo...

1981

Deixando o jardineiro assim, cativo,

Enquanto permaneço do teu lado,

Ao mesmo tempo em ti eu sobrevivo,

Esqueço que algum dia houve passado.

De uma alegria farta não me privo,

Sabendo a qualidade desse arado,

Não vejo outro caminho, adentro o prado

Aonde de emoção e paz me crivo.

Arguta caminhada pelas ternas

Paisagens deste corpo deslumbrante

As noites de prazer fossem eternas

A vida mostraria a qualidade

De quem imaginando a cada instante

Demonstra em perfeição, felicidade...

1982

Demonstra em perfeição, felicidade,

O verso que se mostra mais capaz

Mostrando a fantasia tão voraz

Que sempre se permite em liberdade.

Não quero conceber a falsidade

Que um dia, em ventania sem ter paz

Lembrança como algoz, decerto traz

Tramando a mais temível tempestade.

Eu quero ser somente o companheiro

Que segue passo a passo, o tempo inteiro

A estrela que me guia pela vida.

Um dia talvez saiba quanto eu quero

Amor que se demonstre mais sincero

Trazendo sem temores, a saída...

1983

Trazendo sem temores, a saída,

A porta de meu peito escancarada,

Depois de ter sentido uma enxurrada

Tomando em temporais a nossa vida

Não quero mais a sorte distraída

Nem mesmo a sensação de derrocada,

Na mão por esperança calejada

O corte representa uma ferida

Que há tempos eu cultivo dentro em mim.

Amor que se mostrando ser sem fim

Permite um respirar bem mais tranqüilo.

Nos braços de quem amo; fortaleza

Deitando a nossa sorte sem surpresa

Aonde em tempestade eu já me asilo...

1984

Aonde em tempestade eu já me asilo,

Percebo a plena glória do viver,

Tocado pela força do querer,

A vida se mantendo em nobre estilo.

No corpo da mulher faço o meu silo,

Nas matas ciliares do prazer

Inundação gostosa de se ter

Deixando o caminhar bem mais tranqüilo.

Amor em tatuagem demarcada

Já sente esta manhã prenunciada

Em raios tão sublimes e felizes.

Legando ao meu passado o sofrimento,

Agora do teu lado novo intento

Calando para sempre os meus deslizes.

1985

Calando para sempre os meus deslizes

Jamais esquecerei o que vivemos

Por mais que noutras sanhas nos perdemos

Amor já superando velhas crises.

As dores se despedem, más atrizes

Do gozo mais profano que bebemos

Decerto navegar exige remos

Vontades que decerto queres, bises.

Melancolia é coisa do passado,

Jamais imaginei o que me trazes,

A vida se permite em várias fases

Porém ao ter alguém sempre ao meu lado

Não vejo mais problemas nem terrores,

Entregue à mansidão nego pudores...

1986

Entregue à mansidão nego pudores,

Tampouco quero freios e correntes,

Nem mesmo sentimentos penitentes

Apenas no jardim, perfume e flores.

Deixando para trás os dissabores

Amar enfrenta em paz velhas torrentes

E tudo o que se quer decerto sentes

Colhendo em farto solo estes alvores.

A marca de teus lábios junto aos meus

Impedem que se pense num adeus,

Iremos para sempre, passo a passo.

Amor vai demarcando nossa sanha,

A vida do teu lado sempre ganha

Tomando com carinho cada espaço...

1987

Tomando com carinho cada espaço,

Eu sei que vou te amar a vida inteira

Não quero outra palavra lisonjeira

Nem mesmo noutro corpo o meu abraço.

O quanto te desejo e sempre faço

Canção a mais perfeita e verdadeira

Além da melodia costumeira

Seguindo teu caminho, rastro e traço.

Eu tenho aqui comigo uma certeza

Da vida que seguindo sem surpresa

Trará farta harmonia em cada verso.

Não quero mais andar cego e disperso

Pretendo ser só teu e nada além.

Amor nos dominando, cedo vem...

1988

Amor nos dominando, cedo vem

E traz em perfeição a glória plena

Enquanto esta emoção já nos acena

A vida necessita deste bem.

Não quero ser somente de um alguém

Amor já vem roubando toda a cena

O quanto de alegria se contém

Nas mãos desta mulher, calma e serena.

Eu vejo renascer a poesia

Que há tanto tempo em vão já desdizia

Um sonho que eu tivera: ser feliz.

Agora coletando a cada dia,

Teu corpo com delícias irradia

Promessas desta vida que eu bem quis

AMO VOCÊ 06

Decerto em harmonia, amor perfeito

Não deixa que se pense em outro rumo.

Vivendo o nosso amor eu sempre assumo

Delícia que se mostra a cada pleito.

Colhendo cada fruto, satisfeito

Ganhando no caminho meta e prumo.

Saudade se esvaindo em frágil fumo

Afasta-se pra sempre do meu peito.

Eu tenho esta certeza dentro em mim

Da flor que perfumando o meu jardim

Expressa a qualidade do cultivo.

Meu verso se tomando de emoção

Cuidando com carinho, a plantação

Deixando o jardineiro assim, cativo...

AMO VOCÊ 05

Enquanto nosso amor, farto, deleita,

Viajo pelas ternas sensações

Temática insensata das paixões

Estática minha alma nesta espreita

Minha alma de tua alma segue aceita

Mostrando destes ventos, direções

Enfrento com firmeza os furacões

E a lua enamorada em raios deita.

Aguando esta alegria sempre alcanço

O bem que mais queria num remanso

Guardando as fantasias no meu peito.

Amor que se completa e se irradia

Tornando abençoado cada dia,

Decerto em harmonia, amor perfeito...

AMO VOCÊ 04

Iluminando assim nossos bornais,

Pirilampos colhidos da esperança

Ao tempo prometido de mudança

Os dias talvez sejam magistrais.

Aonde com certeza derramais

Desejos de calor e de aliança

A gente com vontade sempre alcança

O porto mesmo em loucos vendavais.

Abarcas meus desejos e prazeres

Na redenção das dores sei que queres

Seguir essa viagem do meu lado.

Bornal em alegria iluminado

Estende a fantasia mais perfeita

Enquanto nosso amor, farto, deleita...

AMO VOCÊ 03

Moldando em glória o rumo que eu mais quero

Estendes os teus braços. Num mergulho

Esqueço do passado um ledo orgulho

Descubro a sensação que tanto espero

Sorvendo em tua pele, o bom tempero

Deixando para trás o pedregulho,

A solidão não passa de um entulho,

Cuidando deste amor com tanto esmero...

Estendo as minhas mãos buscando as tuas

Enquanto nesse sonho tu flutuas

Levito de prazer, e quero mais.

Estrelas coletadas no caminho,

Cevadas com palavras de carinho

Iluminando assim nossos bornais...

AMO VOCÊ 02

Tornando uma alegria mais urgente

Melífero caminho desbravado,

Do amor que aos poucos segue conquistado

Mudando nossa história totalmente.

Ao ter tanto carinho que me alente

Eu sigo sem temores ao teu lado,

Promessa de um momento extasiado

Distante da tristeza que atormente.

Navego por teus mares, timoneiro

Que sabe deste amor e quer inteiro

Momento de emoção, puro e sincero.

Sentindo o teu perfume junto a mim,

Descubro farto amor que sei sem fim

Moldando em glória o rumo que eu mais quero...

AMO VOCÊ 01

Promessas desta vida que eu bem quis

Benquistas emoções colecionando

O tempo vai aos poucos se bordando

Em cores divinais, raro matiz.

O quanto na verdade eu sou feliz

Permite novo sonho deslumbrando

O verso em alegrias se forrando

Invade o coração de um aprendiz

Já não carrego cortes nem feridas

Apenas o teu corpo tatuado

Unindo o que já foram duas vidas

Agora num só ser emoldurado

O sonho de viver eternamente

Tornando uma alegria mais urgente...

EU TE AMO! COROA DE SONETOS 141

1961

Prazer que eternamente revigora

Mistura cheiros, teus nossos desejos.

Bem mais do que talvez simples lampejos

Eu quero novamente a qualquer hora.

Dentro de ti uma esperança explora

Caminhos delicados e sobejos.

Amar não necessita de traquejos

É só fluir que o jeito não demora.

No cerne da questão eu sinto o cais

Repetição do jogo? Quero mais,

Bisando e reprisando não represo

Deixando em corredeira nosso rio,

Amor não é decerto um desafio,

Cativo deste sonho em ti vou preso...

1962

Cativo deste sonho em ti vou preso,

A gente briga tantas vezes... tolos...

Tristeza vem regando nossos solos,

Depois- parece até que estou surpreso,

Chorando pelas ruas, indefeso

Buscando em outras sanhas, outros colos,

Encontro tão somente duros dolos

Jamais escaparei, não vou ileso...

Tentando te esquecer eu volto a ti,

Eu mal consigo acreditar: perdi...

Apenas me rondando uma saudade.

O nosso caso vai chegando ao fim,

Trazendo nosso amor dentro de mim,

Eu não conhecerei mais liberdade...

1963

Eu não conhecerei mais liberdade

Na morte que não quero carregar,

Martírios vão distantes do meu mar

Se a gente renovasse a mocidade...

Mas vendo tão somente o que em verdade

Não posso e nem consigo desfrutar

Eu bebo toda noite este luar

Sabendo em cada raio, falsidade.

Quem dera a vida fosse em paz, harmônica

Porém a solidão se faz atômica

E deixa o coração em sobressalto.

Tomando a minha vida já de assalto,

Interagindo sempre com vazio

Invento um novo dia sem fastio...

1964

Invento um novo dia sem fastio

Portando em minhas mãos verso ou adaga

A vida me cortando enquanto afaga

Velocidade imensa, vento frio.

Sacrílega emoção inverna estio

Lacrimejante sonho então me alaga

Saudade com carinhos quando é paga

Restituindo em nós antigo fio.

Sombria madrugada se aproxima

Neblina vai tomando nossa estima

Calado, resta o peito e nada mais.

Dissabores florescem nos meus olhos,

Recolho a fome e o medo, vários molhos

Imagens distorcidas; perco o cais...

1965

Imagens distorcidas; perco o cais

E sigo em temporal sem ter promessa

Do claro amanhecer noutra remessa,

Somente os teus sorrisos nos bornais.

O quanto eu desejei em rituais

Aonde a solidão não se confessa,

Mas tendo em minha vida sempre pressa

Desprezo que chegou, tu demonstrais...

Paragem necessária? Não conheço

Amor não sabe assim meu endereço

Correspondências vibram ilusões.

As horas se arrastando quais correntes,

Os olhos são vazios e dementes,

Saudade se derrama aos borbotões...

1966

Saudade se derrama aos borbotões

Vontade de ficar... o tempo passa...

O sonho se perdendo na fumaça,

Oculta estrelas, muda as direções...

Tomado por ingênuas ilusões

Somente restará nuvem que embaça

O coração entregue a tanta traça

Não traça nem sequer as soluções.

Não peço mais perdão. Prossigo só,

Pretendo renascer do mesmo pó

Jogado nas estradas, nos caminhos.

O quanto é solitário o bem querer

Estampa na parede o que fiz crer

Amarelada flâmula: carinhos...

1967

Amarelada flâmula: carinhos

Esquecidos no passado mais remoto.

O quanto de desejo vejo roto

Trazendo hibernação aos nossos ninhos.

Sabendo que andaremos mais sozinhos,

A vida se perdendo num esgoto,

Lutando, minhas forças eu esgoto,

Não adiantam tantos burburinhos...

Purpúreas violetas na janela,

Do amor que arrebatou Duran, Florbela

Meu verso se embebeda e me inebria.

A noite solitária não avança

A morte passa ser uma esperança

Tomando a minha vida e a poesia...

1968

Tomando a minha vida e a poesia

Cada palavra mostrará o trilho

Que seguirá estrela farta em brilho

Tramando a glória em que este amor luzia.

Ao prosperar a plena fantasia

Meu coração, outrora um andarilho

Escuta esta canção em estribilho

E um mundo mais amável, cedo cria.

Recuperando esta vontade imensa

Vive alegria com total concórdia,

Deixando para trás qualquer discórdia

Prevê nos teus carinhos, recompensa.

Ao procurar em farta luz vitória

Transformará em redenção a história.

1969

Transformará em redenção a história

O sonho realizado feito amor

A cada novo verso que eu compor

Revivo esta presença na memória

Antigamente eu me pensava escória

Vivendo por viver, sem ter sabor.

Porém ao ver um mundo encantador

Prenunciando assim tanta vitória

Eu pude então dizer do amor que trago,

Além de simplesmente um breve afago,

Imensidão em vida, glória em paz.

Enquanto houver um sonho pra sonhar

Deitando na varanda este luar

Felicidade intensa? Sou capaz...

1970

Felicidade intensa? Sou capaz

De perceber no teu olhar querida

Suprema luz há tempos esquecida

Marcada por um sonho mais audaz.

Beleza que decerto, a noite traz

Em lua maviosa refletida

No corpo da mulher mostrando à vida

O bem da fantasia feita em paz.

Olhares se buscando, dois faróis

Que tramam nesta noite claros sóis

Dourando amanhecer inebriante.

Só quero receber em cada abraço

Encanto que se mostra e não disfarço

Fazendo uma alegria ser constante...

1971

Fazendo uma alegria ser constante

Meu verso te procura vida afora.

Se a chuva vai caindo desde agora

O sol renascerá em novo instante.

Não tendo mais o riso de um farsante

O tempo que virá nos revigora

E mesmo sem a lua amor decora

A nossa madrugada inebriante.

O verso que dedico ao nosso amor,

Tocando com carinho e com vigor

As mãos que se procuram mansamente.

Assim que o dia aqueça nosso quarto

Ao encontrar meu corpo exposto e farto

Decerto irá brilhar mais plenamente.

1972

Decerto irá brilhar mais plenamente

O olhar de quem se deu e não fugiu,

O amor que a gente sente tão sutil

Tomando a nossa vida num repente.

Querendo em mansidão estar contente

Amor, a fantasia permitiu

Carinho prometido descobriu

Caminho para os céus, iridescente.

Não quero uma emoção que seja afoita

Enquanto no teu braço amor pernoita

A vida se promete em luz suprema.

Rompendo estas amarras que trazia

Eu vejo o renascer de um belo dia

Quebrando o que se fez outrora algema...

1973

Quebrando o que se fez outrora algema

Prossigo o meu destino do teu lado,

De um jeito bem gostoso até safado

Desejo vai seguindo a piracema.

Não tendo em pensamento algum problema

Amor que eu tanto quero sem pecado,

A cada nova noite é demonstrado

Fazendo da alegria o seu emblema.

Bandeiras desfraldadas pedem paz

Enquanto em mil loucuras já se faz

O bem de tanto gozo se desfruta.

A glória de viver se mostra astuta

Deixando a solidão sem ter morada,

A vida do teu lado, extasiada...

1974

A vida do teu lado, extasiada

Permite que eu me expresse em cada verso

Vagando com presteza este universo

Nos braços da mulher imaginada.

Não tendo depois disso quase nada,

Não andarei sozinho e nem disperso

Nos braços de quem quero, estou imerso

À espera da fantástica alvorada

A barca dos meus sonhos singra o mar,

Bebendo da emoção vai ancorar

No porto que em belezas se assenhora.

Colhendo em tua boca o que plantei,

Agora com certeza eu já terei

Prazer que eternamente revigora

MEU AMOR 14

A vida do teu lado, extasiada

Permite que eu me expresse em cada verso

Vagando com presteza este universo

Nos braços da mulher imaginada.

Não tendo depois disso quase nada,

Não andarei sozinho e nem disperso

Nos braços de quem quero, estou imerso

À espera da fantástica alvorada

A barca dos meus sonhos singra o mar,

Bebendo da emoção vai ancorar

No porto que em belezas se assenhora.

Colhendo em tua boca o que plantei,

Agora com certeza eu já terei

Prazer que eternamente revigora

MEU AMOR 13

Quebrando o que se fez outrora algema

Prossigo o meu destino do teu lado,

De um jeito bem gostoso até safado

Desejo vai seguindo a piracema.

Não tendo em pensamento algum problema

Amor que eu tanto quero sem pecado,

A cada nova noite é demonstrado

Fazendo da alegria o seu emblema.

Bandeiras desfraldadas pedem paz

Enquanto em mil loucuras já se faz

O bem de tanto gozo se desfruta.

A glória de viver se mostra astuta

Deixando a solidão sem ter morada,

A vida do teu lado, extasiada...

MEU AMOR 12

Decerto irá brilhar mais plenamente

O olhar de quem se deu e não fugiu,

O amor que a gente sente tão sutil

Tomando a nossa vida num repente.

Querendo em mansidão estar contente

Amor, a fantasia permitiu

Carinho prometido descobriu

Caminho para os céus, iridescente.

Não quero uma emoção que seja afoita

Enquanto no teu braço amor pernoita

A vida se promete em luz suprema.

Rompendo estas amarras que trazia

Eu vejo o renascer de um belo dia

Quebrando o que se fez outrora algema...

MEU AMOR 11

Fazendo uma alegria ser constante

Meu verso te procura vida afora.

Se a chuva vai caindo desde agora

O sol renascerá em novo instante.

Não tendo mais o riso de um farsante

O tempo que virá nos revigora

E mesmo sem a lua amor decora

A nossa madrugada inebriante.

O verso que dedico ao nosso amor,

Tocando com carinho e com vigor

As mãos que se procuram mansamente.

Assim que o dia aqueça nosso quarto

Ao encontrar meu corpo exposto e farto

Decerto irá brilhar mais plenamente.

MEU AMOR 10

Felicidade intensa? Sou capaz

De perceber no teu olhar querida

Suprema luz há tempos esquecida

Marcada por um sonho mais audaz.

Beleza que decerto, a noite traz

Em lua maviosa refletida

No corpo da mulher mostrando à vida

O bem da fantasia feita em paz.

Olhares se buscando, dois faróis

Que tramam nesta noite claros sóis

Dourando amanhecer inebriante.

Só quero receber em cada abraço

Encanto que se mostra e não disfarço

Fazendo uma alegria ser constante...

MEU AMOR 09

Transformará em redenção a história

O sonho realizado feito amor

A cada novo verso que eu compor

Revivo esta presença na memória

Antigamente eu me pensava escória

Vivendo por viver, sem ter sabor.

Porém ao ver um mundo encantador

Prenunciando assim tanta vitória

Eu pude então dizer do amor que trago,

Além de simplesmente um breve afago,

Imensidão em vida, glória em paz.

Enquanto houver um sonho pra sonhar

Deitando na varanda este luar

Felicidade intensa? Sou capaz...

MEU AMOR 08

Tomando a minha vida e a poesia

Cada palavra mostrará o trilho

Que seguirá estrela farta em brilho

Tramando a glória em que este amor luzia.

Ao prosperar a plena fantasia

Meu coração, outrora um andarilho

Escuta esta canção em estribilho

E um mundo mais amável, cedo cria.

Recuperando esta vontade imensa

Vive alegria com total concórdia,

Deixando para trás qualquer discórdia

Prevê nos teus carinhos, recompensa.

Ao procurar em farta luz vitória

Transformará em redenção a história.

MEU AMOR 07

Amarelada flâmula: carinhos

Esquecidos no passado mais remoto.

O quanto de desejo vejo roto

Trazendo hibernação aos nossos ninhos.

Sabendo que andaremos mais sozinhos,

A vida se perdendo num esgoto,

Lutando, minhas forças eu esgoto,

Não adiantam tantos burburinhos...

Purpúreas violetas na janela,

Do amor que arrebatou Duran, Florbela

Meu verso se embebeda e me inebria.

A noite solitária não avança

A morte passa ser uma esperança

Tomando a minha vida e a poesia...

MEU AMOR 06

Saudade se derrama aos borbotões

Vontade de ficar... o tempo passa...

O sonho se perdendo na fumaça,

Oculta estrelas, muda as direções...

Tomado por ingênuas ilusões

Somente restará nuvem que embaça

O coração entregue a tanta traça

Não traça nem sequer as soluções.

Não peço mais perdão. Prossigo só,

Pretendo renascer do mesmo pó

Jogado nas estradas, nos caminhos.

O quanto é solitário o bem querer

Estampa na parede o que fiz crer

Amarelada flâmula: carinhos...

MEU AMOR 05

Imagens distorcidas; perco o cais

E sigo em temporal sem ter promessa

Do claro amanhecer noutra remessa,

Somente os teus sorrisos nos bornais.

O quanto eu desejei em rituais

Aonde a solidão não se confessa,

Mas tendo em minha vida sempre pressa

Desprezo que chegou, tu demonstrais...

Paragem necessária? Não conheço

Amor não sabe assim meu endereço

Correspondências vibram ilusões.

As horas se arrastando quais correntes,

Os olhos são vazios e dementes,

Saudade se derrama aos borbotões...

MEU AMOR 04

Invento um novo dia sem fastio

Portando em minhas mãos verso ou adaga

A vida me cortando enquanto afaga

Velocidade imensa, vento frio.

Sacrílega emoção inverna estio

Lacrimejante sonho então me alaga

Saudade com carinhos quando é paga

Restituindo em nós antigo fio.

Sombria madrugada se aproxima

Neblina vai tomando nossa estima

Calado, resta o peito e nada mais.

Dissabores florescem nos meus olhos,

Recolho a fome e o medo, vários molhos

Imagens distorcidas; perco o cais...

MEU AMOR 03

Eu não conhecerei mais liberdade

Na morte que não quero carregar,

Martírios vão distantes do meu mar

Se a gente renovasse a mocidade...

Mas vendo tão somente o que em verdade

Não posso e nem consigo desfrutar

Eu bebo toda noite este luar

Sabendo em cada raio, falsidade.

Quem dera a vida fosse em paz, harmônica

Porém a solidão se faz atômica

E deixa o coração em sobressalto.

Tomando a minha vida já de assalto,

Interagindo sempre com vazio

Invento um novo dia sem fastio...

MEU AMOR 02

Cativo deste sonho em ti vou preso,

A gente briga tantas vezes... tolos...

Tristeza vem regando nossos solos,

Depois- parece até que estou surpreso,

Chorando pelas ruas, indefeso

Buscando em outras sanhas, outros colos,

Encontro tão somente duros dolos

Jamais escaparei, não vou ileso...

Tentando te esquecer eu volto a ti,

Eu mal consigo acreditar: perdi...

Apenas me rondando uma saudade.

O nosso caso vai chegando ao fim,

Trazendo nosso amor dentro de mim,

Eu não conhecerei mais liberdade...

MEU AMOR 01

Prazer que eternamente revigora

Mistura cheiros, teus nossos desejos.

Bem mais do que talvez simples lampejos

Eu quero novamente a qualquer hora.

Dentro de ti uma esperança explora

Caminhos delicados e sobejos.

Amar não necessita de traquejos

É só fluir que o jeito não demora.

No cerne da questão eu sinto o cais

Repetição do jogo? Quero mais,

Bisando e reprisando não represo

Deixando em corredeira nosso rio,

Amor não é decerto um desafio,

Cativo deste sonho em ti vou preso...

EU TE AMO! COROA DE SONETOS 140

1947

O medo vai distante, se perdendo

Depois da derrocada uma bonança

Formada pelas mãos de uma aliança

A noite em novo dia se vertendo.

Embora te pareça algum remendo

Espero traduzir por esperança

O sonho de uma vida bem mais mansa.

Mas sinto que inda está; forte, chovendo...

O gosto mesmo amargo, ácido, azedo

Da boca que beijara desde cedo

Já torna suportável o dia-a-dia

Maçã do rosto, na romã dos seios

Converto a fantasia em outros veios

Roubando mesmo falsa, uma alegria...

1948

Roubando mesmo falsa, uma alegria,

Eu passo o tempo inteiro a me iludir

Do quanto venho em versos te pedir

A noite transformada em frágil dia.

Procuro nos teus lábios, poesia

E disso vejo o sonho a redimir.

Cevando o que jamais irei sentir

O medo pouco a pouco se recria.

Vem ver a vida que se perde aos poucos,

Olhares que se encontram, quase loucos

Não deixam que se pense em amanhã.

Amor que não se entrega e não se dá,

Decerto nem saudade nos trará.

No gozo inesquecível, nosso afã...

1949

No gozo inesquecível, nosso afã

Metaforicamente sou só teu.

O quanto tanto amor nos concedeu

Mergulho sem limites na manhã.

O gosto desejoso da maçã

No corpo que se entrega inteiro; ateu

Há tanto que meu medo já venceu

Que nada impedirá loucura sã;

Assanhas a vontade de poder

Chegar e mansamente converter

A noite em chama intensa, fogaréu.

Tomara que este tempo se eternize,

Amor quando demais nega um deslize

Supera uma amargura e trama o mel...

1950

Supera uma amargura e trama o mel

Intensamente o jogo desse amor.

Que pode mesmo sendo sedutor

Negar a cada dia o velho céu.

Andando tantas vezes sou revel

E nada poderá me recompor

Perdido no teu corpo, com vigor

A vida vai cumprindo o seu papel.

Apenas ilusão. Disso estou farto!

Ao mesmo tempo chego, vejo e parto

Não deixo mais pegadas pelo chão.

Lamento se não posso mais cantar

Nem mesmo debruçar de novo o mar,

Amor preconizando arribação...

1951

Amor preconizando arribação

Negando cada verso que eu fizer.

No corpo delicado da mulher,

A lua se transforma num bordão.

Benesses derramadas pelo chão

Trazendo pra este sonho um tom qualquer.

Não sei se tendo tudo o que se quer

Encontrarás perfeita solução.

Sonego o que talvez pareça prêmio.

Se na verdade eu sou quase um abstêmio

Inebriado eu fico com teu cheiro.

Morena ou coreana, a sorte grande

Mostrada mesmo em gozo que desande

Poeira levantando, vou inteiro...

1952

Poeira levantando, vou inteiro,

Atrás de uma alegria, vã, falsária.

Uma alma que pretende ser corsária

Trazendo um paraíso corriqueiro.

O gesto de carinho é lisonjeiro,

Mas manifestação só temporária

No quanto uma ilusão é temerária

Não posso ser mais franco e verdadeiro.

Jogando pra vencer, eu reconheço

A cada novo passo outro tropeço,

Amor não condizendo com verdade.

Depois do diamante que me deste

Do vidro que se quebra, simples teste

Mostrando ao fim de tudo, falsidade...

1953

Mostrando ao fim de tudo, falsidade

O tempo não trará nova notícia.

Talvez numa hora calma e mais propícia

A gente possa ter felicidade.

O barco noutra praia não invade

Nem deixa que preveja uma delícia

Nos olhos traiçoeiros, a malícia

Opacificará u’a claridade.

Nem tudo o que reluz traduz-se em ouro

Disfarço nesta busca por tesouro

Sabendo que ao final, nada me resta.

Beirando ao suicídio sigo em frente,

Às vezes vou cativo e penitente

No fundo, nosso amor, eu sei; não presta...

1954

No fundo, nosso amor, eu sei; não presta,

São tantas falcatruas que me espanto,

O quanto desejei em desencanto

Não deixa nem mais sombras na floresta.

A boca tão audaz restou modesta

A língua se escondeu em algum canto.

Parece que esse amor sofreu quebranto

Monotonia mata antiga festa.

Um dia há de chegar, mas não sei quando,

Que toda esta verdade se mostrando

Em pratos limpos sobre a nossa mesa

Sou réu confesso, assumo meus pecados,

Porém em meus desejos revogados

Espero ao fim da tarde uma surpresa...

1955

Espero ao fim da tarde uma surpresa

Em forma de carinho ou canivete.

O quanto uma esperança se repete

Não deixa que eu me sinta mera presa.

A lua que se deita e te embeleza

Ao mesmo tempo foge; vã vedete,

Amor que tantas vezes pinta o sete

Seguindo sempre contra a correnteza...

Desprezo o que não veio e nem viria

Jocosa maravilha cega o dia

E deixa o gosto amargo do não ser.

Eu beijo a boca aberta da ilusão

Sabendo deste amor, um vendilhão,

Mentindo toda noite em desprazer.

1956

Mentindo toda noite em desprazer

Eu tento me enganar, mas não consigo

O corpo que se fez amante e amigo

Por toda a minha vida hei de saber.

Quem dera novamente receber

O gosto delicado deste abrigo.

É tudo o que eu desejo, até persigo

Viver o que nos resta em bem querer...

Partiste em noite fria. Um temporal

Desabando as estrelas, morta a lua

Saudade tão somente continua

Tristeza prolifera como cuva.

Quem sabe tu virás depois da chuva

Trazendo em claridade todo o astral...

1957

Trazendo em claridade todo o astral

Belezas encontradas no passado

Permitem que eu caminhe lado a lado

Com sonho tão gostoso, magistral.

No porto de teus braços, minha nau

Demonstra um tempo novo anunciado,

Deixando bem distante amargurado

Caminho que se fez sempre venal.

Amor que é canibal durante a noite,

Dos lábios e dos dedos, como açoite

Cativa enquanto marca e traz suores.

Bebendo com fartura estes licores

Não deixo de querer tanta fartura

No campo desenhado por ternura...

1958

No campo desenhado por ternura

Adentro toda noite sem juízo,

Sentindo no teu rosto este sorriso

Encontro o que a vontade já procura.

No corpo da mulher, bela moldura,

A tela desenhada em tom preciso

Trazendo todo o brilho em que matizo

Clareia num delírio a noite escura.

Transcorre libertária a madrugada

Ao vislumbrar divina e louca estrada

Levito de prazer me sinto um Deus.

Que a vida não prepare novo adeus

Nem mesmo um louva-deus eu quero ser,

Girassóis entre estrelas posso ver...

1959

Girassóis entre estrelas posso ver

Rondando a nossa cama em noite imensa...

Bebendo gota a gota a recompensa

Que é feita com ternura em bel prazer.

Incendiando tudo eu quero crer

No bem que se mostrando nos convença

Amor desenha em belo templo a crença

Trazendo a dois amantes o poder.

O canto que me encanta, um desafio,

Andorinhas penduradas neste fio

Aguardam a final arribação.

Será que nosso amor vence o verão?

Amor que imaginei um girassol,

No inverno servirá como farol?

1960

No inverno servirá como farol

Teu corpo incandescendo minha cama.

Não quero em nossa vida qualquer drama

A boca se prendendo neste anzol.

De todas as vontades sei o rol

E nelas eu mergulho enquanto chama

A vida desse jeito não reclama,

Ninguém merece ser simples atol...

Nascendo pra brilhar e ser feliz,

Vivendo este desejo amor nos diz

Que tudo o quiser acaba sendo.

Não tendo mais segredos, sigo em frente,

Enquanto amo nos toma de repente

O medo vai distante, se perdendo.