segunda-feira, abril 24, 2006

PARA QUE A NOITE TRAGA -

PARA QUE A NOITE TRAGA AOS TEUS SONHOS,
A DELÍCIA DE SABER-TE BELA E SERENA.
QUE, NO TEU COLO, A CRIANÇA DESCANSE
A MACIEZ DE TEUS CABELOS,
A DOÇURA DE TEUS LÁBIOS.
PARA QUE SAIBAS QUE O AMOR TE FAZ BELA.
QUE O BRILHO DAS ESTRELAS ROMPE A AURORA
E TRAZ A SENSIBILIDADE MARAVILHOSA
DO PODER ESTAR E SER, DO QUERER E TRANSGREDIR.
DO NUNCA MAIS ESTAR E SER SÓ.
PARA QUE SINTAS O VENTO ROÇANDO TEU ROSTO
EXPOSTO AO CALOR DAS CARÍCIAS,
DAS DELÍCIAS DE SABER-TE MINHA;
E, POR FIM, PARA QUE TENHAS UMA BELA NOITE
E UM MELHOR AMANHECER.
TE QUERO

POR GILBERTO FREITAS

A RESPOSTA DO GECA TATU - CATULO DA PAIXÃO CEARENSE

RESPOSTA DO GECA TATUCATULO DA PAIXÃO CEARENSE
Seu dotô!... Venho dos brêdo
só pru móde arrespondê
toda aquela farunçage
que vancê foi inscrevê
Eu não sei lê, mas porém
o seu padre capelão
que sabe lê munto bem,
leu prá nós tudo, im tres mez
o seu bunito sermão
Me dissérum, cá na corte,
que o seu doutô faz aquilo
de cabeça e sem trabáio!...
Vancê tem fôrgo de gato
e língua de papagaio!
Não têje vancê jurgando
que eu sejê argum canguçú!
Não sou não, seu conseiêro!
Sou do Norte!... Eu sou violêro,
e vivo naquelas mata,
como véve um sanhassú.
Vassuncê já me cunhece!
Eu sou o Geca-Tatú!!
Os hôme cá da cidade
me agarante que o sinhô
é o prêmêro entre os prêmêro,
é o mais grande brasilêro,
é o Dunga dos inscriptô!
Mas porém macaco véio
não mete a mão im cumbuca
vazia ansim, seu doutô!
Nós tudo já tá cansado
desta vida de rocêro,
prá dá mío a tanto galo
que só canta no polêro.
Meu patrão e os cumpanhêro,
só leva a falá de lêzes,
que é uma grande trapaiada,
imquanto nós leva a vida
surrando as mão c'uma inxada.
Cum toda essa mapiage,
vassuncê, seu senadô,
nunca um dia se alembrou
que lá, naquelas parage,
a gente morre de sêde
e de fome... sim sinhô!
Vassuncê só abre o bico
prá cantá cumo um cancão
quando qué faze seu ninho
nos gáio d'uma inleição!
Vassuncê, que sabe tudo,
é capaz de arrespondê
quando é que se ouve nos mato
o canto do zabelê!?
Im que hora é que o macuco
se põe-se mais a piá?
E quando é que a jacutinga
tá mió de se caçá?
Quando o urú, entre as foiage,
sabe mais assuviá?
Quá é, de todas as árve,
a mais dereita e impinada?
E a que tem o pau mais duro,
e a casca mais incourada?
-Vancê não sabe quá é
a madêra que é mai boa
prá fazê-se uma canoa!!!
Vancê, no meio da trópa
dos cavalo, seu doutô
óiando pros animá,
sem vê um só se movê,
não é capaz de iscuiê
um cavalo isquipadô!
Eu queria vê vancê,
no meio d'uma burrada
somentes pulo um isturro,
dizê, im conta ajustada,
quantos ano, quantas manha,
quantos fío tem um burro!
Vancê só sabe de lêzes
que se faz cum as duas mão!...
Mas porém não sabe as lêzes
da natureza e que Deus,
fez prá nós, cum o coração!
Vancê não sabe cantá
mais mió que um curió
gemendo á bêra da estrada!
Vancê não sabe inscrevê
no papé, feito de terra,
quando a tinta é a do suó,
e quando a pena é uma inxada!
Se vancê não sabe disso,
não póde me arrespondê!...
Óia aqui, seu conseiêro!...
Deus não fez as mãos do hôme
somentes prá ele inscrevê!
Vassuncê é um senadô,
é um conseiêro, é um doutô!
É mais que um Imperadô !..
É o mais grande cirdadão!...
Mas porém eu lhe agaranto
que nada disso seria,
naquelas mata bravia,
das terra do meu sertão!!
A mizéra, seu doutô,
tômbém a gente consola!
O orgúio é que mata a gente!...
Vancê qué sê Perzidente
e eu só quero sê rocêro
e tocadô de viola!
Vancê tem todo o derêto
de ganhá os CEM prú dia,
prá mió pudê fala!!
Mas, porém o que não póde
é a inguinorana insultá!
A gente, seu Conseiêro,
tá cansado de esperá!!
Vancê diz que a gente véve
cum a mão no quêxo, assentado,
sem fazê caso das coisa
que vancê diz no Senado!
E vassuncê tem rézão!
Se nós tudo é anarfabeto,
cumo é que a gente vai lê
toda aquela falação?!
Prá dizê que dois cum dois
faz quatro, seu Conseiêro,
vance gsta seis tintêro
e fala uma noite toda,
e um dia todo, intêrinho!
Vossa Incerlença parece
a cumade Ginuvéva
quando intica cum os vizinho.
Preguiçoso?! Madracêro?!
Não sinhô, seu conseiêro!!
É pruquê vancê não sabe
o que sêje um boiadêro
criá, com tanto cuidado
,cum tanto amô e alegria,
umas cabeça de gado,
e, despois, a impidemia
carregá tudo, cum os diabo,
in mêno de quatro dia!
É pruquê vancê num sabe
o trabáio disgraçado
que um homê tem, seu doutô,
de incoivará um roçado,
e, quando o ouro do mío
vai ficando imbonecado
prá gente entonce cuiê,
o mío morre de sêde,
pulo só inturricado,
sequinho, cumo vancê.
É pruquê vancê não sabe
quanto custa um pai sofrê
vendo o fío crescendo,
dizendo sempre: Papai!!!
Vem me ensiná o ABC!
Óia aqui , seu Senadô!
NÃO É SÓ UMA QUESTÃ DE NOME!!
EU SÓ VOTAVA PRÁ UM HOME
SÊ PERZIDENTE, SE O CABRA
JÁ SUBESSE O QUE ERA FOME!!
EU NÃO QUERIA SABÊ
SE ELE ERA, CUMO VANCÊ,
UM DOUTÔ DE FALAÇÃO.
ABASTA SÓ QUE ESSE HÔME
FOSSE UM BURRO, CUMO EU,
MAS, PORÉM UM BOM CRISTÃO!
PRÁ SARVÁ O MUNDO INTÊRO,
ABASTA TÊ CORAÇÃO!
Se eu subésse, meu sinhô,
inscrevê, lê e contá.
entonce, sim, eu havéra
de sabê cumo assuntá!
Tarvez vancês não dêxasse
os sertanejo morrendo,
pió que fosse animá!
Prú móde a politicáia,
vancê qué que um home sáia
do sertão, prá vim votá
im Joaquim, Pedro ou Francisco,
quando vem sê tudo iguá!?
Preguiçoso?!... Madracêro?!...
Não sinhô !... Seu conseiêro!
Vancê num sabe de nada!
Vancê num sabe a corage
que é percizo um hôme tê,
prá corrê nas vaquejada!
Vossa incerlença não sabe
o valô d'um sertanejo
acerando uma quêmáda!
Vancê mente, sim sinhô!
O cabôco brasilêro
tem munto brío e valô!!
Nós é que já tá cansado
de trabaiá prôs doutô!
A gente não faz questã
de levá um dia intêro
cum uma inxadinha na mão!
A gente péde, somentes,
prá vancês não se esquecê
que nós tudo sêmo érmão!
Vancê tem um casarão!
Tem um jardim e uma xáca!
Tem criado de casaca!
E ganha, todos os dia,
-qué chova, qué faça só
-só pra falá, Cem mir ré!
Eu trabáio o ano intêro,
somentes quendo Deus qué!!
Eu vivo da minha roça,
me isfarfando, cumo um burro,
prá sustentá quinze fío,
minha mãe, minha muié!
Eu drúmo im riba d'um couro
n'uma casa de sapé!!
Vancê tem seu ôtrômóve!
Eu, prá vi no apovoádo,
ando dez léguas de pé!
Neste mez amarfadado,
prú vía de não chuvê,
ví a róça do feijão,
à farta d'água, morrê!!
o Só têve tão ardente
lá prôs lado do sertão,
que im mêno de quinze día,
perdi toda a criação!
A minha vaca - a Férmosa,
que amava cum tanto amô,
pul'uma suructinga
foi mordida, sim sinhô!
N a sumana arretrazada,
o vento tanto ventô,
que a páia que cobre a choça,
foi prús mato!...Avuô!!
Minha muié tá morrendo
só prú farta de mêzinha,
e prú farta d"um doutô!
Minha fía, que é bunita,
bunita cumo uma frô,
seu doutô! Não sabe lê!
E o Juquinha, que inda tá,
chêrando mêmo a cuêro,
e já puntêia a viola,
se intrásse lá prá uma escola,
sabia mais que vancê!
Prá falá de tantas lêzes,
vancê viveu assuntando,
nesta grande bibrotéca,
mais de quarenta janêro!
Inquanto lá no sertão,
o Antonio da Caturrita,
garrando o braço d'um pinho,
saluça, n'um disafio,
tres noite e tres dia intêro!
E, inda que prú má prêgunto,
vassuncê, que sabe munto,
diga, sem tutubiá:
- Quem foi que ensinou o Antonio
e o Mundico Cachacêro,
tanta coisa prá canta?!
Eu digo a vossa Incerlença
que isso é que é inteligença:
o sabê, sem se estudá!!!!
Preguiçoso?!... Madracêro?!
Não sinhô seu conseiêro!!
Vossa incerlença não viu
um cabôco istruviado,
c'um cravinote ou garruncha,
ispantá um bataião
d'uma prução de sordado!!
Vossa Incerlença parece
que não lê munto essas coisa
ou finge que nunca lêu!
Vancês têm munto talento!!!
Mas porêm pérciza tento,
cum a fôme e cum o sofrimento"...
Quem lhe agarante sou eu!
Vancê diga aos cumpanhêro,
que um cabra - o Zé das Cabôca,
anda cantando estes verso,
que, hoje, no meu sertão,
avôa de boca em boca;
"Eu prantei a minha roça!
O tatú tudo comeu!
Prante roça quem quizé,
que tatú quero sê eu!"
Vassuncê sabe onde tá
os buraco adonde véve
os tatú isfomeado?
-Tá nos palaço da Côrte,
dessa prução de ricaço,
que fez aqueles palaço
cum o sangue dos disgraçado!
Vossa Incerlença pércisa
dizê prús repubricano
que é percizo tê cuidado!!!
Patrão!...Vassuncês tem tudo!
Vancês tudo, leva a vida
munto bem adivértida,
passeando lá de ôtrômóve,
pula estrada da avenida!
Vancês tem rio de açude!!
Tem os doutô da Hingiena,
que é prá cuidá da saúde!
E nós?! Que tem? Arresponda!
No tempo das inleição,
que é tempo das bandaêra,
nós só tem uma cangáia,
prá levá toda a porquêra
dos doutõ politicáia!
Sinhô Doutô Conseiêro!
De lezes eu não sei nada!...
Meu dêrêito é a minha inxada!
Meu palaço é de sapé!
Quem dá lezes prá famía,
e a minha bôa muié!
Sou fromado quinze veis,
e sou tômbêm conseiêro,
pois tenho quinze fiínho!
Quem dá lezes prá minh'arma
é as dez corda deste pinho!
Vancê qué sê Pérzidente!
Apois sêje, meu patrão!...
Nós já ficava contente,
se vancês desse prá gente,
uns restozinho de pão
A nossa terra - o Brazí
-já tem munta inteligença!!
Muntos hôme de sabença,
que só dá pra espertaião!!!
O que nós pede é a Piedade!
É um tico de Caridade,
prá nós vivê, cumo érmão!
Leve o diabo a falação!
Prá sarvá o mundo intêro,
abasta tê coração!
Pros hôme de inteligença,
trago cumigo esta FIGA:
Esses hôme têm cabeça,
mas porém, o que é mais grande
do que a cabeça é a barriga!!!
Vancê, quando faz sermão,
fala munto im riligião!
Apois bem, Nosso Sinhô,
que nasceu num prezepinho,
falava munto pouqinho,
cum clarêza e cum amô!
ELE, o Doutô dos doutô,
que era o exêmpro da humirdade,
escuiêu, prá seus apóstro,
entre os rico da cidade,
doze pobre, cumo Pedro,
que era um pobre pescadô!
E inté os pé desses hôme
o Cristo, um dia lavô!!!
Seu Conseiêro, um consêio!!
Dêxe toda a bibrotéca
dos livro, essa estupidêza,
vá estudá o Dêrêito
das lêzes na naturêza!
Vá vê cumo Deus é grande
e cumo póde ensiná,
as coisa que um hôme sabe,
sem sê percizo estudá!
Vancê leva, nestes livro
lendo e lendo, a toda hora!!
Mas porêm, eu só queria
cunhecê, seu consêiêro,
o que vancê inguinóra!
E abasta! Já vou me embora.
Si um dia vancê quizé
passá uns dia de fôme,
de fôme e tarvez de sêde,
e drumi lá n'uma rêde,
n'uma casa de sapé,
vá passá cumigo uns tempo
nos mato do meu sertão,
que eu hei de li abri as portas,
da choça e do coração.
Eu vórto pro matagá,
mas porém, ouça premêro,
vancê póde nos xingá,
nos chamá de madracêro,
pruquê nóis, seu Consêiêro,
não qué mais sê bestaião.
Inquanto os hôme de riba
dexá nós tudo mazômbo,
e só cuidá dos istômbo,
e só tratá de inleição,
seu Conseiêro há de vê,
pitando o seu cachimbão.
o Géca-Tatú se rindo,
cuspindo, sempre, cuspindo
ôiando ansim, prá vancê,
cum o quêxo sempe na mão!
Eu sei que sou um animá!
Eu num sei mêmo o que eu sou!
Mas porém eu li agaranto,
que o que vancê já falo
e o que inda tem de falá,
e o que inda tem de inscrevê...
Todo, todo o seu sabê,
e toda a sua saranha,
não vale uma palavrinha,
daquelas coisas bunita,
que JESUS, n'uma tardinha,
disse im riba da montanha!

A ESPERANÇA É VERDE

A colheita tinha sido muito difícil, a seca pegou todo mundo de surpresa e o milho, embonecado já, morreu, gorou, restou nada, só espigas frustradas, aborto daquela que seria uma safra boa, esperança de ganhar um trocado, de pagar as contas, de tenar recomeçar.
O feijão, todo perdido, acompanhava o lamento da perda do milho, feijão, milho, o amarelo pálido no lugar do verde, verde do novo, renovação da terra, da vida da esperança.
Mas tudo foi embora com o sol, seca voraz, fora de hora, desesperançando todo mundo de arredor, tragando os sonhos, atrapalhando o amanhã, toda manhã solar, o lar tão só, sem brilho, a não ser o do sol...
O que fazer? Agricultor pequeno, pequeno escultor com a enxada e o arado, sem trator, sem tratos, sem tratados, analfabeto, pobre, alqueire e meio, no meio da terra, olhando pra terra, seca e vazia, esvazia a alma e a calma se vai, vindo o medo, do degredo, desespero e angústia.
Perder tudo restar nada, seca infeliz.
As mãos calejadas aguentam, a alma calejada não mais, ter que vender a terra, largar a terra, desterrado degredo, desenterrados segredos de todos os medos que a vida semeou.
Sabia que nada daria certo, dinheiro no banco, escasso e caro, só pra fazendeiro rico, agiota nem pensar, entregar a terra, vendida barata, terra sem mata, terra de morro, mato sem cachorro, sem futuro, tiro no escuro, escuridão total...
- Mulher vou ao banco, na anca do burro, caminho difícil, estrada longa, banco distante, cidade distante, distante a cabeça, à beça só dor.
Sonhador caminhando, com a dor do caminho, sozinho na estrada, perdidos os olhos, cabeça baixa, quem acha que acha só acha o não.
Mas tentar, nada custa, arbustos robustos, margeiam a vida, estrada comprida, cumprida todo dia no arar, no plantar, esgotar o tempo, perdido tudo, Deus é quem sabe...
No banco, surpresa, um crédito aberto! Mentira decerto, propaganda de governo esperto... Se for só para rico, penico pro pobre, eterno sofredor.
Sofrer dor do não tem, não posso, colosso de mentira, que atira o pobre a esmo, ao mesmo lugar.
Mas não, agora mudou, o gerente falou, que foi seu doutor?
É verdade seu moço? Me tira do poço, me faz respirar.
Maria vem cá!
Dinheiro no bolso, comida pros filhos, pagar é preciso, mas pequenos, poder replantar.
Poder esperar que a terra refaça, na roda da vida, esperança pedida pode voltar, esperança perdida, cedeu seu lugar, ao verde da vida, ao verde da plantação, no cio da terra, da terra sedenta, que com a chuva vindoura, refaz o teu ciclo. Renasce ao luar...

UM CERTO RAPAZ...

Nunca poderia imaginar que um dia estivesse alí, na porta da universidade, sonho impossível de tantas gerações.
Família pobre, filho e neto de lavradores, criado sob o signo do sofrimento, filho meu tem que trabalhar cedo, senão vira preguiçoso!
O peso da enxada curvou o menino, depois saberia que aquele desvio na coluna poderia ter sido tratado, mas saúde era coisa de benzedeira e parteira, médico só em último caso, caso de morte ou de Hospital, de um hospital longíquo e de difícil acesso.
Nascera em casa, assim como todos os seus irmãos, penca de irmãos, cada um herdando as roupas dos outros, menino na roça não tem precisão nem de roupa nem de brinquedos, qualquer coisa vira brinquedo, na imaginação de criança.
Barriga inchada, pernas finas, lombrigas e solitárias comendo tudo por dentro, os olhos remelentos olhavam para o céu distante e pediam mais um irmãozinho para a coleção; 10 ou 11 fora os que não vingaram; Deus sabe o que faz, a diarréia também.
Pegar lenha pra mãe fazer a comida no fogão de lenha, comida gostosa, frango aos domingos, carne de lata do leitão engordado à meia com o patrão do pai, coronel, mas bom, o padrinho, vida escorrendo como o córgo cheio de lambaris e acarás; bagres de noitinha ...
Moleque levado e descalço, vez em quando cortava o pé; fumo de rolo, teia de aranha e a história do tétano, medo, graças a Deus, escapando das doenças...
Sorte dele, pois o seu irmãozinho mais novo aguou, menino fraquinho teve tosse comprida e Deus levou.
A escolinha era longe, andava a pé, pés descalços, formiga lava-pé, domingo missa, lavar a alma dos pecados. Pecado de menino é arte, moleque levado, lavado no ribeirão, à beira da felicidade, sem saber, era o rei. Reinado de criança pobre, passa rápido, o trabalho e a enxada não darão descanso...
- Esse capetinha desse moleque tem parte com o demônio, não vai dar nada na vida... Praga de avó pega, assim como ele pegava e sumia com as coisas da Vovó Danda, só de molecagem, adorava ver a avó irritada, nervosa, depois beijava, cafuné... Histórias de guerreiros lá de longe, da bela que dormia, pobrezinha e da moça bonita que casou com o príncipe, pobre que nem ele, mas que por ser boazinha...
Natal, Papai Noel, nada de brinquedo, a mãe inventava de dar um par de sapato, prá que? Sola grossa não carece sapato, carece brinquedo, mas brinquedo nunca vem, ,somente o tal do sapato...
Assim cresceu, menino solto, moço trabalhador, honesto, mãos calejadas, enxada e ancinho, colheita de café, trabalho duro, frio e jararacas soltas na plantação. Quase foi picado, escola longe, sacrifício, esperança...
Dos irmãos, alguns envelhecidos, rugas precoces, sol escaldante, irmãs desdentadas, mãe doente, pai cansado, velho e envelhecido, nunca envilecido, orgulho de moço temente a Deus, escola longe, teimosia grande, terminou o ensino médio.
Noites mal dormidas, olheiras à vista, cansaço maior, fora bem no ENEM, mas tinha o vestibular.
Meu Deus, fazer vestibular, coisa de rico, coisa de filho de fazendeiro ou de rapaz da cidade, queria viver na roça e da roça, Medicina Veterinária, coisa bonita, bichos e criação, sonho de menino, sonho da família, filho Doutor...
Não é que o filho da dona Maria e do seu Jonas conseguiu passar no vestibular?
Mas faculdade particular é cara, família pobre, sapato velho e calças remendadas, mão cheia de calo, quem trabalha não tem dinheiro para pagar...
PROUNI - desconto total, bolsa integral, salário de ajuda, sonho de menino, realidade do homem, esperança.
Mãe vou embora, não chora, seu filho vai ser doutor, volto um dia, faculdade longe, bem atrás do horizonte, longo horizonte, belo horizonte pra quem nasceu olhando prá longe e com as mãos na terra.
Poder trazer nos meus olhos, os retratos da cidade grande, da vida grande, do grande amor, dos sonhos graúdos de quem nunca descansou.
Pai, saúde, qualquer coisa me liga, qualquer coisa me chama, teu filho te ama, vai procurar ser feliz, se cuida meu velho...
A porta da faculdade se abriu para aqueles pés cansados e olhos castanhos nunca tão verdes como agora.

MILITÂNCIA

A enorme diferença entre o PT e os outros partidos se estabeleceu e se solidificou nessa crise. Fosse na maioria dos partidos desse país, essa crise teria sido aniquiladora, no PT não, foi reconstrutora.
Na maioria das siglas desse frágil panorama partidário brasileiro, os partidos, quando não são personalistas, como o do Dr Enéas, são constituidos por poucas e volúveis lideranças.
O PT não é um partido de líderes e sim de militantes, nossa estrela é o rumo, vermelha pelo simbolismo do socialismo e pelo sangue comum de garra e de igualdade entre nossos irmãos.
Por isso nos assustamos quando vemos os tucanos, donos de um triunvirato, decidirem seu candidato sem prévias ou mesmo sem consultas entre seus próprios líderes regionais. O PSDB é um partido cujo norte é o ditado por poucos e, mesmo assim, incongruentes "líderes".
O PFL se divide entre o coronelismo personalista no Nordeste e os blocos do eu sozinho no Rio e São Paulo.
O PMDB, ao contrário, tem uma das maiores militâncias do país, mas peca pela falta do rumo ideológico, variando desde socialistas até liberais.
Temos, no PSOL, a mesma história de Enéas, a HH é o Enéas de saias, ou melhor de cabelos longos.
O PPS vai se tornando o partido do Roberto Freire, teórico e muito chato, sem atrativos, nem pra cá e nem pra lá...
O PV, depende muito das variações de humor e de estado de consciência do bipolar Gabeira.
O PSB e o PCdoB também são partidos de aguerrida militância, irmãos e combativos, órfãos de líderes, com as mortes de Miguel Arraes e de João Amazonas, perseguem a mesma estrela que nós, irmãos no vermelho ideológico.
O PTB que foi de Vargas, e roubado do trabalhismo por Yvete Vargas deriva, sob a total falta de comando e de militância.
O PDT, duplamente órfão, de Getúlio e de Brizola, não tem muita solução pois, a sua militância vai morrendo com o passar do tempo; presta-se do companheiro Miro até o irmão do Alvaro Dias...
Nisso tudo temos a certeza de que, se destes partidos algum sobreviverá, esse será o PT, partido de idéias e de homens, muito mais de idéias do que de homens.
Por isso, petistas, tenham muito orgulho desse partido, que ressurge forte e cada vez mais limpo, pois quem teve a coragem de se lavar em público, mostra o corpo e a alma amadurecidos e purificados.
IRMÃOS VAMOS À LUTA, COM O POVO, PELO POVO E PARA O POVO.
SOCIALISMO AGORA E SEMPRE!

O DOUTOR CANGACEIRO

Muito engraçada a foto do Dr Geraldo Alckmin com o chapéu de boiadeiro, caiu-lhe muito bem, ficaria melhor se fosse dona Lu e seus 400 vestidos, mas como se suspeita que a ex-primeira dama tem alergia a couro cru, isso não foi possível
Obviamente o Dr comeu peixe frito, querer que ele comesse buchada de bode já seria demais, o estômago muito fino não se acostumaria com essa "iguaria". Imagino um colunista social a la Amaury Jr, noticiando o fato.
- Indescritível a elegância do nosso amado ex-governador e virtual presidente da república ao utilizar uma peça da indumentária popular, o chapéu de boiadeiro que, para quem não sabe, é o herói do povo nordestino. Valente e ignaro, mas como todo o nosso povo, bastante exótico e até, porque não dizer, bucólico.
A cada dia, nosso elegantésimo Doutor, excepcional anestesista e maravilhoso e digno defensor da cultura oriental, haja visto o investimento feito por ele e seu brilhante rebento, Thomas, na evolução da medicina alternativa no país, digna das melhores do mundo.
Por que não dizer da chiquérrima senhora Dona Lu Alckmin, dona de um dos mais belos e variados guarda roupas desse país, mulher de beleza e elegância naturais só comparáveis, e com visível vantagem à dona Rosane Collor, de doces saudades.
Ao ver o Governador fantasiado de boiadeiro me lembro do boiadeiro fantasiado de presidente, coisa HORRÍVEL, QUE MAU GOSTO, esse tal de LULA, argh... que apelido, meu Deus, utilizando-se de terno e gravata, que figura mais horrorosa; ainda mais quando acompanhado de sua mulher, a Marisa Gata Borralheira, que mulher mau vestida; duvido que tenha conta na Daslu, deve comprar suas roupas nas Casas Pernambucanas...
Querido Alckmin, o bom gosto e a elegância estarão de volta a Brasília, graças a esse belo casal.
E espero que vocês refaçam aquela reforma de pobre que os dois peões fizeram no Palácio.
Em nome da finesse e da classe, assim eu peço todo dia a São Expedito, que com a ajuda de Jairzinho de Oxóssi e seus búzios de ouro 21, isso vai acabar ano que vem.
BUCHADA DE BODE COM SARAPATEL É MAIS DIGERÍVEL...

ARTIGO

A partir do fato de que as televisões e rádios são concessões públicas, portanto espaço público concedido a empresas, a propraganda oficial, obedecendo regras claras, deveria ser de veiculação gratuita. Já que, de interesse público, paga pelo povo para ser informada ao povo.
O fato de agências de publicidade serem usadas como arrecadadoras de dinheiro se tornam evidentes tanto em São Paulo, em Minas e a nível federal, demonstram que isso passa a ser utilizado contra o próprio povo, na prática vitimizado duas vezes; quando concede e paga para conceder, além dos desvios que acarretam já que a propraganda televisiva é cara.
Nada contra o patrocínio de eventos culturais ou esportivos pelos órgãos públicos, porém isso deveria obedecer uma divisão melhor feita, não só concentrada em alguns poucos canais televisivos e de rádio. A independência e a democracia da imprensa passa por isso. Quanto à mídia escrita, cada vez mais temos que lutar pela total independência desta, porém, nesse caso é muito mais difícil de ser obtida, já que o dono do jornal não é o povo e sim grupos econômicos.
A mídia televisiva não pode obedecer a interesses públicos, pois tanto quanto o ministério público, o jornalista tem a obrigação de ser isento, e isso passa por um código de ética com um conselho regional do jornalista, para defendê-lo nos casos onde é obrigado a ceder e conceder sua independêcia para os grupos dominantes, públicos ou privados. A partir do fato de que as televisões e rádios são concessões públicas, portanto espaço público concedido a empresas, a propraganda oficial, obedecendo regras claras, deveria ser de veiculação gratuita. Já que, de interesse público, paga pelo povo para ser informada ao povo.
O fato de agências de publicidade serem usadas como arrecadadoras de dinheiro se tornam evidentes tanto em São Paulo, em Minas e a nível federal, demonstram que isso passa a ser utilizado contra o próprio povo, na prática vitimizado duas vezes; quando concede e paga para conceder, além dos desvios que acarretam já que a propraganda televisiva é cara.
Nada contra o patrocínio de eventos culturais ou esportivos pelos órgãos públicos, porém isso deveria obedecer uma divisão melhor feita, não só concentrada em alguns poucos canais televisivos e de rádio. A independência e a democracia da imprensa passa por isso. Quanto à mídia escrita, cada vez mais temos que lutar pela total independência desta, porém, nesse caso é muito mais difícil de ser obtida, já que o dono do jornal não é o povo e sim grupos econômicos.
A mídia televisiva não pode obedecer a interesses públicos, pois tanto quanto o ministério público, o jornalista tem a obrigação de ser isento, e isso passa por um código de ética com um conselho regional do jornalista, para defendê-lo nos casos onde é obrigado a ceder e conceder sua independêcia para os grupos dominantes, públicos ou privados.

ETA GOVERNO LADRÃO ESSE! RITA DE CASSIA

Acordou cedinho, como sempre fazia, mesmo que fosse feriado, o corpo acostumado pelo cotidiano de almoxarife mais velho da repartição, 35 anos de trabalho e, se não houvesse a mudança das leis trabalhistas, com certeza estaria aposentado; mas não pensava mais nisso.
Abriu o jornal, e ao ler as principais notícias, pensou consigo mesmo " Eta Governo ladrão esse, todo dia uma notícia nova, esse pessoal ficou tanto tempo fora do poder que, quando ganhou, resolveu roubar pelos anos todos em que foi oposição"
Ia esperar a mulher acordar para comentar as novas de Brasília mas, desde que essa conseguira um dinheiro no banco para comprar um carrinho de cachorro quente, sempre dormia tarde, a clientela era grande e, às vezes ficava até de madrugada e como ontem fora véspera de feriado...
Parou e pensou na vida que estava levando, vida de muito sacrifício e vitoriosa, para um filho de empregada doméstica que criando-o sozinho, ensinou-lhe a honra e a virtude, fato que Deus estava recompensando de uns tempos pra cá.
Pensou na filha, moça bonita que, nos seus 19 anos prestara um tal de concurso numa prova e conseguira uma bolsa de estudos para cursar a faculdade de engenharia florestal, menina inteligente essa e, orgulho do pai, estava cada vez mais adiantada, ainda mais agora que comprara um computador, para ensinar, pela internet a fazer uns trabalhos e isso garantia o pagamento da faculdade dela.
Pegou um pouco de água, colocou para ferver no microondas e foi fazer seu café, não queria incomodar ninguém, se menino dormia na sala, já que o quarto desse estava terminando de receber os últimos retoques, agora esse menino não ia precisar dormir no quarto da irmã.
Viu seu menino forte, melhor aluno da capoeira e pensou na sua vida, na idade dele já estava empregado, por intermédio de um conhecido do padrinho, na repartição; era bonito ver um menino de 14 anos trabalhando firme para ajudar os irmãos mais novos.
Agora, seu filho falava em fazer vestibular para medicina, e do jeito que esse menino é inteligente, isso vai acontecer.
Tomou o café e se lembrou de mandar consertar a máquina de lavar que deu defeito, novinha comprada junto com a televisão de 29 polegadas, no tal do crédito consignado.
Lembrou-se do salário, e que esse não aumentava fazia tempo, governo safado...
Pegou a carne que a mulher iria assar para o almoço e tirou da geladeira, deixando descongelar como era pedira; boa mulher, companheira de muitos e muitos carnavais e planos econômicos...
Falar nisso, deixou para visitar seu cunhado no final de semana, agora lá já tinha luz, dava até para ir e tomar aquela cervejinha gelada... Antes era um sufoco, sem luz, tomar banho de serpentina não era fácil, era meio complicado...
Ficou sabendo que o cunhado tinha conseguido dinheiro emprestado a juros mais baixos, um tal de PRONAF, para pagar em suaves prestações; graças a Deus, pois seu cunhado era muito trabalhador e não merecia perder o pequeno sítio.
Mas, não conseuia parar de pensar em Brasília, também, bem feito, quem mandou esse pessoal eleger um presidente analfabeto.
Bons tempos eram aqueles em que, com orgulho, a gente tinha um professor como presidente. Um homem que fala um monte de idiomas...
Isso é de dar orgulho a um brasileiro!
Agora tem companheiro meu dizendo que vai votar no Lula de novo, esse povo gosta de sofrer...

AS BEM AVENTURANÇAS


Bem aventurados os que tem um coração de pobre - ou seja, aqueles que não têm na ganância, na busca do poder de qualquer forma, do desejo absoluto de ser maior, superior, da falta de capacidade de aceitar as diferenças, de se sentir superior, pelo simples fato de ter tido maiores oportunidades, por sentir a "grandeza" na riqueza material, num conhecimento mais abrangente, embora na maioria das vezes, pequeno, inútil, ou muitas vezes cruel - bem aventurados os humildes, que sabem o tamanho pequeno perante a humanidade, mas que, nesse sentimento se torna importante, tanto quanto qualquer peça desse quebra cabeças genial chamado sociedade, que sabe respeitar as peças outras, quaisquer que sejam. A QUE RESPEITA O SER HUMANO POR SER UMA CRIATURA ÚNICA, FEITA À IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS.
Bem aventurados os que choram, porque serão consolados - o choro da injustiça social, o choro da planta esmagada pelas cordilheiras, o choro da criança faminta no colo e do desespero não mitigado. O choro da alma sensível perante tantas mazelas causadas pelos poderosos, o choro desse povo, vítima diária do PODER, dos desgovernos, essa multidão de esquecidos, párias de uma sociedade cruel e injusta. E, que quando têm quem olha por eles, são chamados de vagabundos, de escória, de massa de manobra, nunca de seres humanos, seus filhos são menores, nunca crianças, suas casas são barracos, suas esperanças são criticadas e esquecidas. Seus bens, enquanto sociedade, são vendidos à esmo, seu paisaziado de esperança e vendido à quilo para as empresas donas do poder econômico, velhas senhoras, com a concordância de seus governantes.
Bem aventurados os mansos, pois possuirão a terra - a terra que é do HOMEM, não é de Deus nem do DIABO, essa terra sangrando, essa terra grilada, roubada invadida pelos poderosos, donos do país, donos do poder econômico, dono dos créditos, que quando os pequenos passam a ter os mesmos direitos das salvaguardas contra as intempéries, querem retirar isso, para devolver aos donos dos grandes latifúndios, senhores feudais que, antes contavam com as benécies dos antigos donos do poder, protegidos na grilagem, na invasão, no verdadeiro descalabro que foi a ocupação dessa terra.
Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados - não basta ser justo, é necessária a sede e a fome de justiça. é necessária a luta diária para tentar-se acabar com a miséria, mesmo que isso receba crítica dos que nada fizeram contra ela ou tudo fizeram para aumentá-la. Quando se tem vontade política de redimir-se, isso é criticado, até por alas da própria Igreja de Pedro, quanto mais por aqueles que, durante toda a história foram os geradores dessas injustiças; quando se permite o acesso dos injustiçados ao conhecimento, a alimentação, a esperança, se critica e muito, e os principais críticos são aqueles mesmos, os maiores alimentadores dessas injustiças.
Bem aventurosos os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia - o que dizer de misericórdia para quem nunca admitiu idéias diferentes das suas, para quem sempre teve nos pobres, mais que tudo, palanque fácil e alvo de promessas de campanhas nunca cumpridas, já que o simples fato de cumpri-las tiraria o aspecto "caritoso" das medidas de salvaguarda, das indústrias da seca, das indústrias da prostituição das crianças, da venda da juventude ao tráfico, da desesperança dos mais pobres, para lhes vender uma falsa misericórdia. Quando essa esperança se inicia, os destruidores da esperança esperneiam pois a verdadeira misericórdia é deixar a planta crescer, ajudá-la com adubo, e torná-la forte e independente e não a pseudo caridade que só se advinha nas portas das eleições.
Bem aventurados os pacíficos de coração, porque serão chamados filhos de Deus - O que dizer do nosso povo, simples, amoroso, sereno, a vida inteira esperando por um dia que nunca veio, onde seus filhos serão tratados com o respeito que merecem, onde seu trabalho será mais justamente recompensado, onde seu amanhã poderá ser mais digno, isso, pacificamente, sem ódio, sem rancor e, quando isso se aproxima de uma realidade palpável; vem os mesmos belicosos, rancorosos, de alma pequena e coração vingativo, querendo matar os sonhos deles, incendiando o mundo, se preciso, para negar-lhes o próprio DEUS, que existe nos olhos dos seus iguais, de seus irmãos.
Bem aventurados os puros de coração, porque verão Deus - esses vêm Deus no seu próximo, no seu vizinho, nos seus filhos, em todos os seres humanos e em todas as obras divinas da natureza. Ao contrário daqueles acostumados a tratar os outros, mais simples, como se não fossem cidadãos, como se não houvesse neles uma alma, aqueles preconceituosos, que têm preconceitos de raça, de credo e, pior PRECONCEITO COM RELAÇÃO À CLASSES SOCIAIS DIFERENTES, como um ex-presidente se referiu ao pobre, ao aposentado, ao negro. Esses cegos funcionais nunca verão DEUS, POIS O DEUS QUE ELES ACREDITAM EXISTIR ESTÁ DENTRO DA BARRIGA DELES MESMOS, e nem um haraquiri espiritual poderá expor esse deus todo pessoal para eles, já que nada existe além deles, somente seus iguais, numa visão extremamente absurda e prepotente.
Bem aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos Céus - aqueles a quem a luta pela justiça da igualdade, da dignidade, da oportunidade igual para os filhos de Deus, ou seja todos, independente de clero, classe social, raça, sexo, traduz-se, na boca dos impios, dos injustos, dos caluniadores, dos mentirosos, dos traidores , dos donos do poder sócio-econômico, das elites prostituídas e prostituidoras, em ofensas e ameças; serão moradores do reino de DEUS, em toda sua glória e eternidade.
BEM AVENTURADOS SEREIS QUANDO VOS CALUNIAREM E DISSEREM FALSAMENTE TODO O MAL CONTRA VÓS POR CAUSA DE MIM.
Deus menino, Deus Pai, presente na justiça, na igualdade, no respeito aos irmãos, TODOS NÓS, iguais no vermelho do sangue, na morte e no nascimento, diferenciados pela vida afora pelos injustos, pelos donos do poder sócio-econômico, pelos criadores dos demônios do analfabetismo, da prostituição, da exploração do trabalho alheio, pelos demônios do preconceito em todas as formas, pelos fomentadores da ignorância em todos os sentidos.
PELOS DESGOVERNOS QUE FAZEM DO POVO REFÉM, PARA QUEM OS SONHOS DOS MAIS POBRES REPRESENTAM UMA AMEAÇA.
Bem aventurados enfim, todos aqueles que sonham com uma sociedade mais justa, mais cristã. E para aqueles que, em nome desse sonho são caluniados, são perseguidos e são martirizados a cada ataque orquestrado contra a esperança dos mais simples, promovido pelos antigos vendilhões do povo, que SABEM MUITO BEM O QUE FAZEM

MARAVIDA

A história da humanidade está plena de lutas dos oprimidos, das vítimas mais frágeis das injustiças dos homens, isso sempre foi e sempre será.Todas as grandes civililzações e potências da humanidade experimentam, experimentaram e experimentarão desse veneno; cruel veneno, inerente ao ser humano.Nova Orleans, ano passado mostrou a cara dos EEUU, ocultada pela propaganda de "bem estar" veiculada pelo governo; essa face verídica e crua, nunca me sairá da cabeça.A miséria européia do leste, principalmente, com suas meninas prostituindo-se e as marcas do totalitarismo imbecil, tanto o de esquerda quanto o de direita, demonstrado nas meninas e mulheres afegãs.Esta luta dos oprimidos, dos negros, índios, sem teto, sem terra, sem expectativas, sem amanhã, embriagados pelo álcool, ilusão absurda que nega o espelho cruel, deturpa a realidade crua, atroz, deve ser respeitada.Quando vemos as tentativas absurdas das elites em calar a voz dos excluídos, no grito diário pelas ruas e campos, mendigos e prostitutas, desempregados e exilados dentro do próprio país, isso nos dá a real dimensão da falta de dignidade dessas.Minha indignação contra os métodos de "sangria e desestabilização" utilizados por essa gente chega ao extremo.O nosso encontro com a dignidade desse povo está sendo lindo de viver, mas temos que estar atentos para que a hora desse encontro nunca seja a hora da despedida.E essa luta tem que vir das nossas entranhas, visceral, como foi a luta de tantos que o mundo teve, de Cristo a Gandhi, a Luther King, ao próprio Lincoln, proletário como Lula.Nas mãos a carícia e a guerra, nos pés a dança e a batalha, na mente o futuro e a primavera dos nossos corações possa ser o verão radioso do nosso povo,Meus amores estão hiperestesiados agora, nesse momento orgásmico da humanidade, com o mundo aprendendo a amar os desvalidos, com o homem aprendendo a amar o homem.Não podemos deixar que eles nos destruam, pelo amor que pudermos ter aos que virão, frutos desse dia, belo dia, dia branco, de luz que se adivinha.Perdoem a minha alegria, a minha esperança, a minha fantasia e o meu sorriso imbecil estampado na cara; que meus mortos me perdoem, mas ando de banda, ando de viés, carregando eles no peito, assim como o poeta.Perdoem meu desabafo de quem sente o bafo da esperança trazido pelo vendaval das mudanças.Perdoem minha dança, pois até onde a mente alcança, ela é a minha vingança contra aqueles que me tentaram impedir o canto e a orgística festa dos desvalidos.Sinto que não foram inválidos meus dias, obrigada por tudo, me inundo de poesia e conclamo a todos, haja o que houver nunca mais nos calarão, não será preciso a calada da noite, nem o açoite, somente o resgate da maravilhosa canção que dizia maravida, amar a vida maravilhosa vida.

POR RITA DE CASSIA - MUDANÇAS


Sou pedagoga e trabalho em duas escolas, uma com contrato pelo estado na APAE de Alegre - ES e, à noite numa escola estadual em Anutiba, zona rural também de Alegre, como efetiva.
Trabalhei durante 12 anos em Santa Marta - Ibitirama, ES, minha terra natal, dando aula pra o ensino médio e fundamental. Durante um tempo, entre 2002 e 2004, morei em Espera Feliz, MG; e nesse período fiquei afastada das salas de aula, o que me permite traçar um paralelo entre esses dois períodos, antes e depois do PROUNI e da volta do crédito educativo.
O que se via antes, era a desesperança tomando conta dos meninos e dos jovens, o que refletia no baixo aproveitamento escolar, na desordem e até na agressividade contra colegas e professores, o ensino médio por si só era o objetivo máximo, apenas um ou outro tinham a perspectiva de crescimento e isso tornava o ambiente escolar desalentador para quem trabalhava, como eu, com os ideais de mudança e de esperança.
Como poderia dizer aos alunos para estudarem, se esforçarem se, no final de tudo nada havia, era praticamente impossível para as crianças pensarem no amanhã que nunca viria.
Ao retornar, esse ano, a escola regular, já que no ano passado somente trabalhei na APAE, deparei com uma mudança radical.
Santa Marta e Anutiba se equivalem por serem distritos, basicamente rurais e tendo a cafeicultura como base da economia, portanto servem de parâmetro comparativo.
Semana passada, alguns alunos começaram a se reunir para tentarem contratar os próprios professores para organizarem aulas de reforço visando o ENEM e o vestibular. Há uma perspectiva de realização dos sonhos; o terceiro grau se tornou assunto imperativo entre os alunos;
com isso, está acontecendo uma revolução na cabeça desses adolescentes e jovens, tornando-se cada mais viável a continuação de seus estudos, diminuindo a desordem, o uso de drogas e outras mazelas que estavam infestando as escolas.
Tenho tido notícias, por colegas, do grau de interesse nos cursos supletivos, com a perspectiva dos adultos de cursarem cursos técnicos e de ensino superior. Isso é o resgate desse povo, lavrador ou subempregados dessa região pobre do vale do Itabapoana, tida como uma das treze mais pobres do Brasil; terra do monopólio do café e do eucalipto.
A melhoria do salário e a democratização da informática já torna o computador, de máquinas digitais assunto do dia a dia do nosso proletariado.
Me lembro que quando eu estudava, proletária, filha de lavradores, utilizava um sapato só, herança que "roubei" do meu irmão, que ganhara de uma tia após muito tempo de uso.
As nossas roupas eram motivo de risinhos e chacotas da filhas da classe média, estava escrito nas nossas vestes e na nossa cara - POBRE e isso me marcou muito, discriminada e como adolescente, me envergonhava.
Hoje vejo os filhos dos agricultores, empregadas domésticas, pequenos proprietários, vestidos com as mesmas roupas de seus colegas da classe dominante da região, e me lembro do que passei...
Essas boas novas, a dignidade e a esperança, me fazem crer que, realmente estamos vivendo a maior revolução da história desse país.
A revolução pacífica e maravilhosa do dia a dia, do resgate da cidadania, sempre negada ao nosso povo mais pobre.
Essas coisas não aparecem na mídia, mas são elas que transformam, a transformação da maioria pobre e desvalida.
Muitas das vezes abandonada ao vento, sem apoio, sem luz no final da estrada.
Muito obrigada SENHOR pela possibilidade que meus irmãos estão tendo de conhecerem melhor a esperança.
Muito me orgulho de, como professora de roça poder doar meu quinhão para que esse país seja realmente não só o páis do futuro, mas sim o país do amanhecer.

MARCOS COUTINHO LOURES CORREIO MURIAENSE GRIPE AVIÁRIA


As notícias a respeito de uma pandemia que poderia ser provocada pelo vírus H5N1, estão deixando o campo das especulações e ingressando no das probabilidades, de maneira preocupante.
Merecendo destaque em todos os noticiários, a "gripe do frango", provocada pelo H5N1, tem assustado grandes cientistas, como aconteceu em recente programa de Oprah Winfrey, numa TV a cabo, que hoje comentaremos.
Os estudos mais acurados mostram que, muito antes do que se imagina, a doença estará fora do controle da humanidade.
O contágio, na forma atual do vírus, se faz de ave para ave ou de ave para humanos mas, assim que o mesmo sofrer uma mutação genética, permitindo o contágio entre seres humanos, tragédia será inevitável!
Todas as pesquisas apontam para esta direção, com o agravante de que o único anti-viral capaz de deter o avanço da "gripe do frango", o já conhecido TAMIFLU, é de difícil e demorada fabricação.
Exemplificando, se o fabricante do TAMIFLU, acelerar a fabricação do mesmo, somente daqui há 5 anos poderá ele dar cobertura a 5 por cento da população mundial!
Uma tragédia, pois, com 95% da população, sem tratamento adequado, o ataque do H5N1 será devastador!
Como consequência, no caso de ocorrer a tragédia, todo o antiviral produzido só poderá ser usado em médicos e paramédicos e, se sobrar, para crianças infectadas com alguma possibilidade de cura!
O percentual de sobrevivência de pessoas infectadas, segundo os mesmos especialistas, seria muito pequeno, razão pela qual, todos devemos cobrar, das autoridades da área de saúde, um posição mais firme, a respeito do assunto.
Relativamente a isto, é necessário que todas as nações do mundo passem a participar das pesquisas, para diminuir os efeitos do mal.
Pensam os cientistas que, pela virulência do H5N1, mesmo com este esforço adicional, será muito pequeno o avanço na contenção do contágio, embora isto possa representar a salvação de milhões de seres humanos.
O importante, agora, é um permanente estado de alerta na área sanitária que, se não pode bloquear a transmissão, pode dificultá-la.
As autoridades da área da saúde, gostem ou não, devem ser cobradas a respeito do assunto, como jamais o foram, em qualquer época!
Tudo aquilo que tem sido feito com relação à AIDS é muito pouco, em relação a "gripe do frango" que, infelizmente, em muitos países, só tem servido para piadas de mau gosto, não sendo levada à sério.
Recordamos que, também foi assim, com relação ao HIV que produz a Aids e foi descoberto no início dos anos 80!
Apesar de todos os progressos feitos pela ciência, na prevenção e tratamento, nem mesmo no Brasil, a Aids está sob controle absoluto.
Entre os vírus que produzem a gripe, muitos já ouviram falar da "espanhola" e, recentemente, nos anos 50, da "asiática", de grande efeito, na economia mundial, com milhões de mortos em sua passagem.
Nenhum deles, segundo os cientistas, com o grau de virulência do H5N1 pois, como se sabe, ele ataca vários órgãos do corpo humano, ao mesmo tempo, além dos pulmões.
Temos assim, um quadro preocupante de tudo aquilo que foi falado, por cientistas de nomeada, no "The Oprah Winfrey Show".
E, ao comentá-lo, esperamos que de alguma coisa sirvam as advertências feitas pois, segundo os cientistas, urgentes medidas precisam ser tomadas contra o H5N1, em todos os países, em todas as cidades do mundo, antes que seja tarde demais!

A CERTEZA NOS OLHOS

Tenho a certeza nos olhos, horizonte e esperança, tenho a força nas mãos, calejadas e na alma esperançosa.
Tenho a vida na luta e a memória de meus mortos, num espaço de tempo que mais parece uma eternidade, tenho o porto e o barco, o campo e a cidade.
Cidade de tantos guetos e favelas, de gritos e aflitos, nos morros e nas ruas.
Tenho o sangue dos meus pais, avós e camaradas, correndo nas minhas veias, pelas artérias do meu corpo e continente.
Tenho a angústia do que não vi, do que não vivi e, na verdade anseio.
O seio da morena forte, os dentes cravados na carne macia, o amor louco e voraz das manhãs de preguiça.
Tenho o gosto que atiça os ventos das mudanças, nas mãos o tempo que nunca veio, mas estás se aproximando.
Tanto tempo perdido, mas a vida se vinga e traz novo sabor, um cheiro de terra molhada, de fruta levemente apodrecida, derretendo na boca.
Meu canto de amor à essa Terra, diversa e una, única e plural; do gado no curral, na infância sofrida entre enxada e ancinho.
Tento meu canto insolente e insone, por meio de um resto de luz atravessando a porta. Inundando o quarto
Acordando meus desejos e sensibilidade.
Merguho no brilho da luminosidade calma e constante, recebo o beijo da manhã seducente e obscenamente lúdica.
Me banho na cachoeira do final do arco-íris, na cútis da moça bonita, cabocla voraz, audaz e desnuda.
Minhas palmeiras se foram, deixaram o eucalipto, mas o grito de libertas ainda ecoa, forte ressoa e invade a manhã.
Meninos, eu vi; no canto dos passarinhos, o canto dos aflitos que, ecoava oco, mas hoje é respondido, de forma ainda tímida, mas tenaz;
Nas senzalas restantes, nos quilombos e aldeias, nas mãos dos sofridos e discriminados.
No berro dos sem-terra, sem-teto, mas com esperanças, ouço o grito dos açoitados, massacrados, prostituidos, exilados na própria terra, cultivada e cultuada, com suor e dignidade.
Mas também ouço o alarde, o alarme soando, vem vindo um bando, tentando calar. A mordaça e o tronco renascem lá longe, na mão dos capitães do mato, dos senhores de engenho, nos donos da terra.
De forma canalha, caluniam, vadios, tentam conter a turba dos desvalidos que, silenciosamente se soerguem e se aproximam.
Maioria faminta das merendeiras, faxineiras, engraxates, domésticas, que invadem as escolas, os sonhos, a esperança.
Mártires se foram, hoje não são mais tão necessários, por serem muitos;
pelo furor dessa mudança na dança do poder, pela mulher que cresce e ocupa os espaços, pela sensibilidade do amor, da fragilidade da paz e da solidariedade dos pobres.
Meu amor se banha no rio, vermelho, mar vermelho, atravessado; em busca do refúgio do futuro
Como me orgulho do socialismo!
Como estou aprendendo a amar esse país! A entender meu povo, minha gente, meus irmãos;
Aos Dom Hélder Câmara, aos Pedros Tierra, aos homens de bem.
A Frei Betto, a Betinho, a todos os que foram e estão e virão.
Muito obrigado, o sonho se aproxima da realidade e nessa estaremos em corpo e alma, com a calma dos sábios, do povo sábio que se sabia sabiá; feito pra cantar livre, sem medo de ser feliz.

PELOS BARES DA VIDA

Me lembro das noites impossíveis, das madrugadas passadas em torno de uma mesa, idealizando um mundo novo, tendo como companheiro um copo de cerveja ou uma tulipa de chopp, na noite carioca da década de 80.
"Amigos mortos, amigos sumidos assim, pra nunca mais..."
Escondida em cada copo, a perspectiva do beijo da namorada e da ilusão de uma nova esperança, a cada final de semana, a noite era comprida e docemente embalada pelos cantos libertários e pela intensidade dos sonhos, proporcionais ao tamanho das desilusões.
Ao entrar na faculdade, em 1980, um dos primeiros atos foi participar do enterro da secretária da OAB, vítima da ultradireita; dessa mesma que explodiu um carro no Riocentro, naquele show inesquecível do primeiro de maio.
No ABC paulista surgia o líder sindical, Lula, barbudo e cabeludo, incendiário e genial; paralelo ao Solidariedade polonês, também libertário.
Na anistia, o retorno de Leonel Brizola, festejado e lançado a governador do Rio, combativo caudilho, adoravelmente ditatorial e polêmico, tempestade na antiga monotonia política carioca de amaralistas e chaguistas.
O PT surgia, tímido e paulista, mas pegando o sotaque carioca se tornou tão combativo que encarou o Brizolismo na Cinelândia vulga "Brizolândia".
Tempos lúdicos e românticos, de um sonho distante, comum a todos nós, socialistas.
Quando éramos simples adolescentes encantados com os testemunhos dos mais velhos, comunistas perseguidos, nos livros que líamos, muitas vezes escondidos, o idealismo fez muitos de nós sonharmos com o comunismo, inclusive eu; amante do PCdoB, partido de glória e guerra, da minha querida Jandira Feghali, exemplo de luta e de revolucionária.
O tempo passou, o Collor roubou uma eleição, filhote da ditadura, caçador de maracujás e, cria do sistema Roberto Marinho de comunicações, forjador do maior engodo desse país; apoiado pela FIESP de Mario Amato - a Regina Duarte da época...
Surge Itamar - "Maluco beleza", o plano real, ACM fora do poder e, erro maior de seu governo - a "criação" do monstro FHC, o maiior estelionatário da história desse país.
Me lembro da Lilian Ramos, é o Itamar não tinha mau gosto não...
FHC, aí a história muda de rumo e de cor.
Houve um momento, na época da escolha do sistema de governo, em que o PSDB se aproximou do PT, tentando uma aliança pró parlamentarismo; mas como o PT é um partido de base democrática e essa optou pelo presidencialismo republicano, houve uma cisão, mas não ideológica, já que houve alianças históricas entre os dois partidos, principalmente em São Paulo, onde o malufismo era um inimigo comum.
Porém, estranhamente, o PSDB ao invés de se aproximar do PSB ou do PDT, se entrega de braços abertos e, o que é pior, se subjuga ao que havia de mais podre na política nacional, o PFL.
Tivemos, com essa aliança espúria, o rumo político e econômico brasileiro totalmente desviado para o "neoliberalismo" o que quer dizer capitalismo selvagem e entrega do patrimônio público ao capital estrangeiro.
A história desse conluio desgraçado quase leva o país à falência econômica e social.
O que a gente, naquela mesa de bar nos já longínquos anos oitenta, não sabia é que os mesmos que saudávamos como libertadores foram os mesmos que nos colocaram dentro da jaula do tigre esfomeado.
Os que alimentaram nossas ilusões foram, eles mesmos, responsáveis pela entrega do patrimônio nacional que, nem mesmo a ditadura, ousara fazer.
O mundo inteiro hoje se inclina para o socialismo, isolando cada vez mais o "neoliberalismo" norte americano, a Itália foi um dos últimos refúgios de apoio ao modelo yankee, representado no BRASIL, quem diria, pelo PFL e pelo PSDB.
É triste ver o que fizeram de uma ala do MDB autêntico, de lutas e ideais; até onde foram levar isso?
A atuação do PSDB é um desrespeito aos mortos em nome da liberdade, é um desrespeito às vítimas da luta pelo socialismo, e, na verdade, um desrespeito ao próprio PSDB, que deveria mudar seu nome para PNLB, partido do neoliberalismo brasileiro ou PSNB, partido da submissão aos norteamericanos do Brasil.
Seria mais coerente retirar A SOCIAL DEMOCRACIA do seu nome, isso seria pelo menos um sinal de respeito aos que lutaram ou, pelo menos sonharam.

DENÚNCIAS VAZIA

a cada dia me espanto com a profusão de denúncias vazias, sem pé nem cabeça, contra companheiros e aliados. é incrível a voracidade com que a imprensa composta por seres abjetos que se dizem jornalistas, mas que na verdade são simplesmente arautos de uma oposição vagabunda e mau caráter. associa-se a isso, a ingenuidade e vaidade de um eduardo suplicy, que, ouvindo elogios de alguns tucanalhas e cornonéis do pfl, se deixa render pelo canto da sereia e faz o que a turba deseja.qualquer dia desses vão dizer que o fernandinho beira mar, solidário em caráter com outros dois fernandos, collor e cardoso, vendia cocaína por palocci, quiçá para o próprio lula.a vida sexual de um ministro de estado virou assunto entre pessoas de uma libido sensível como um arthur pedofílio e de um antonio carlos magalhães da vida;acho que a preocupação faz sentido, pode ser que um ache que uma de suas rolinhas ou a amante do grampo do outro estejam entre as meninas da jane corner, já que a mãe deles já se aposentou.o nojo me toma, me transtorna e me dá vontade de vomitar sobre isso tudo; o preconceito dos coronéis contra um retirante, vítima deles próprios, associado com o dos "intelectuais" servis da grande imprensa uspiana, se torna francamente evidente nesse conchavomário covas, o que essa pulha fez do teu partido companheiro?me lembro de teu discurso na campanha para presidente, em apoio a luis inácio. me recordo, com carinho do apoio incondicional à martha suplicy contra maluf e o dessa a ti contra o próprio paulo salim.o vendilhão do teu partido, que o prostituiu entregando-se à orgia com o pefele coronelista, fernando henrique, o vendilhão da pátria, o homem dos oitenta anos de retrocesso em oito de desmandato, transformou um sonho social democrata em uma vendeta de terceira.todos os dias sou obrigada a me indignar, haja estômago; a pútrida oposição me cansa os nervos.se houvesse um só argumento real, coerente... mas, tirando o caixa dois imbecilmente estabelecido sob inspiração tucana, o resto é só um vazio de provas, calúnia pós calúnia.infindável tormenta, cansativa, essa gente fede, a alma apodrecida, o espírito insofismavelmente nebuloso.pouca coisa resta além da mentira, da ira e da insensatez.mais que tudo, o vazio, a denúncia vazia, um deserto de idéias, uma enorme cratera na moral, o triste é que falam em nome de Deus, da obra de Deus, da opus dei.sugiro a suspensão imediata da assinatura desses jornalecos e revistas, com e-mails explicativos e por serem realistas, ofensivos.sugiro um abaixo assinado solicitando a suspensão imediata da cpi do circo, palco melancólico, onde se exibe a carne podre dessa gente sem moral, sem dignidade, assassinos e ladrões, vendilhões e prostitutas.vamos gritar aos quatro cantos a esperança desse povo, que somos nós, filhos da pobreza e da classe média, contra esses intelectuais de merda associados a essa oligarquia nortista. herdeiros da ditadura e dos desmandos.

A COMÉDIA DA MIDIA

A SENSAÇÃO QUE TEMOS, A CADA DIA. É DO DESESPERO DE UMA MÍDIA NACIONAL GRAVEMENTE COMPROMETIDA POR DÍVIDAS ROLADAS PELO GOVERNO ANTERIOR, QUE COMPROU AS CONSCIÊNCIAS DOS PSEUDO JORNALISTAS QUE SE TORNARAM SIMPLES MARIONETES NAS MÃOS DE UMA IMPRENSA CADA VEZ MAIS COMPOSTA POR AÉTICOS E INFAMES. A FALTA DE CULTURA IMPERA E A FALTA DE UMA ENTIDADE DE CONTROLE DA ÉTICA SE TORNA CADA VEZ MAIS EVIDENTE. NÃO À CENSURA, MAS TAMBÉM NÃO À IMPOSTURA. O QUE VEMOS É UM SEM NÚMERO DE JORNALISTAZINHOS SEM FORMAÇÃO ALGUMA ASSOCIADOS À VELHAS PROSTITUTAS E RAPOSAS, VIDE RICARDOS NOBLATS DA VIDA. A IMPRENSA PAULISTA, PRINCIPALMENTE E JORNAIS COMO JB E O GLOBO SE TORNAM MANIPULÁVEIS E SEM EXPRESSÃO DA VERDADE.
SOU DO TEMPO ONDE A FOLHA DE SÃO PAULO ERA UM BALUARTE DA LUTA PELA DEMOCRACIA, ONDE O JORNAL DO BRASIL ERA UM SÍMBOLO DE LUTA, A ISTO É SENHOR ERA DIGNA.
O QUE RESTOU HOJE? UMA EDITORA ABRIL VENDIDA, UMA FOLHA DE SÃO PAULO E UM ESTADÃO TOTALMENTE INDIGNOS. PODER-SE-IA INVESTIGAR O GRAU DE ENDIVIDAMENTEO DESSAS EDITORAS COM O ESTADO E O MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. SERES ACÉFALOS E SEM MORAL, COMO UM TONINHO MALVADEZA, UM ARTHUR VIRGÍLIO, UM ANTERO PAES ENTRE OUTROS MENOS COTADOS, GANHAM VOZ NESSA ENFEZADA, ISSO MESMO, ENVOLTA EM FEZES IMPRENSA. BARBOSA LIMA SOBRINHO DEVE ESTAR TENDO CONVULSÕES EM SEU TÚMULO. A ANTIGA ABI NÃO MERECE ESSA ESCROTIDÃO TODA. CABE A NÓS, SERES PENSANTES E LÚCIDOS ESCLARECER AOS NOSSOS IRMÃOS MAIS SIMPLES A REALIDADE. OS ERROS DE UM PARTIDO POLÍTICO QUE SE EXPÔS E TENTA SE REERGUER NÃO PODEM SER MAIORES QUE OS MESMOS ERROS QUE OCORRERAM E OCORREM EM OUTROS QUE, PERSISTEM NUMA FARSA, NUMA TÁTICA DESESPERADA DE ATACAR PARA SE DEFENDER. MAIS IMPORTANTE QUE ISSO TUDO SÃO OS DIZERES DE GLAUBER ROCHA - "MAIS FORTE SÃO OS PODERES DO POVO" E, GRAÇAS A DEUS, ESSE POVO SOFRIDO FAZ DA GRANDE IMPRENSA NACIONAL O QUE ELA ESTÁ MERECENDO, PAPEL PARA EMBRULHAR PÃO E PARA OUTRAS PRÁTICAS MAIS FISIOLÓGICAS, MAS EXTREMAMENTE MERITÓRIAS DESSA NOSSA MÍDIA COMÉDIA DE MERDA

CARMITA LOURES

Maria do Carmo Coutinho Loures, mulher semianalfabeta, católica fervorosa, daquelas que reza o terço duas vezes por dia, que lê a Bíblia todos os dias, filha do segundo casamento de um fazendeiro da cidade de Miraí, MG, pai de 20 filhos, Marcos dos Reis Coutinho; de uma bondade inesgotável; sobrevivendo de um salário mínimo, morando sozinha até os seus 80 e tantos anos, uma mulher mineira, mãe mineira, avó mineira...No quintal de sua casa, menino em busca do pé de laranja lima. Fazendo as traquinagens próprias da idade, chupando laranja no pé e brincando de esperança, pescando junto com meu pai. A casa da Vó Carmita era meu porto seguro; cinema no centro da cidade, filme de Mazzaropi, o Carlitos da minha infãncia.Nos meus sonhos de criança, aprendendo a conviver com a simplicidade deliciosa de uma casa que tinha uma tomada na sala e outra na cozinha. um banheiro único de chão de cimento, com um chuveiro que sempre dava choque transformando o ato do banho num desespero, até porque a energia elétrica da cidadezinha era muito fraquinha e, volta e meia, caia, deixando a água fria escorrer dolorida.Miraí era a pracinha onde brincávamos, sem medo de nada, criança liberta, dona do mundo. Passarinhos e estilingue, mas nunca matei um sequer, ela nunca deixaria.Um dia, seu irmão caçula, ainda vivo, furtou um frango na vizinhança e pediu para que ela o fizesse ao molho pardo; delicioso, mas, na hora do almoço, o pilantra disse que a irmã estava mudada, que, de acordo com seus princípios religiosos, ela não poderia roubar nada, e ela estava roubando; revoltada, ela se ergueu e, pedindo respeito, disse que naquela casa nunca tinha entrado nada roubado, mais que depressa, se ergue o José Coutinho, acabaste de comer o frango que roubei da Margarida; vizinha da esquerda da casa simples.Meu tio Valério, de quem herdei o Marcos Valério, herói de meu pai, também Marcos, que foi pracinha na segunda guerra mundial, lembranças de uma infância feliz.Me lembro da minha avó que, tal qual a mãe de Gorki, escondia O Capital, e vários manifestos aos quais meu pai tinha acesso e não podiam aparecer, já que a opressão era muito forte e ele, diretor de colégio estadual que, em plena ditadura encenou Morte e Vida Severina com seus alunos, na ultra conservadora Muriaé, onde a TFP de Alckimin reinava absoluta, com seus contatos que, na época, me pareciam obscuros, hoje muito me orgulham.Essa mulher frágil, viúva aos 50 anos de idade, católica fervorosa, humanitária ao extremo, tinha, entre seus ídolos, um certo metalúrgico que surgia no cenário do país, em pleno regime de exceção;Petista de coração e alma, socilalista sem o saber, dizia que via por trás daquela rosto barbudo e cabelos desfeitos, os olhos de um homem bom.Em todas as suas atitudes, socialista; acreditava na igreja de pé no chão, tinha muita alegria quando ouvia qualquer coisa relacionada ao Frei Beto, a Dom Helder e a Dom Paulo Evaristo Arns.Na sua doçura, na ternura de seus olhos, na ingenuidade santa de seussonhos, na igualdade de não olhar nem para baixo nem por cima, do amor equalitário e libertário viveu, sem realizar seu sonho de ver o rapaz de cabelos desfeitos e olhar bondoso se tornar o presidente desse país; No dia 21 de abril de 2000, numa sexta feira santa, o céu católico comemorou a entrada de mais um anjo. Segundo me dizem, foi uma festa fantástica. Hoje, com certeza apreensiva, com as artimanhas dos anjos do mau, mas com a esperança renovada da vitória do bem sobre as sombras, o coração socialista dessa mulher forte em sua fragilidade, torce para que a vida dos humildes, como ela, não seja só uma abertura para o reino dos céus, mas a concretização da dignidade do ser humano nessa terra, nossa terra...

soneto 4

Teu colo, corpo colado no meu
na dança atroz que vai queimando tudo
na claridade, louca luz no breu
tal que me deixa pasmo, quieto mudo

as mãos macias, sabem, sonho ateu
nas delícias, em todas, corte agudo
na carne dolorida que nasceu
somente para ser teu corpo e escudo.

quero insensatamente tresloucado
beber no doce cálice da vida
meu rumo torto, pálido, calado

repete em ti meus rumos sem guarida
cometo os mesmos erros do passado
minha alma segue em ti, nave perdida...

SE NADA MAISA DESEJO


se nada mais desejo neste mundo
é que almejo viver em liberdade
de cada beijo novamente inundo
transportando no peito essa saudade
quando percebo em ti a claridade
de sonhos tantos, loucos, mais profundo
mergulho cego, amar-me pois, quem há de?
pois deste amor, traduz bem mais fecundo
o que fora somente lucidez
na procura de tanto nada fez
senão a angústia voraz, pétrea tez
que a cada instante, doce insensatez
trasmuda-se audaz a cada vez
num martírio cruel, que se desfez...

MINHA ESPERA, ATRÁS DA PORTA

Minha espera, atrás da porta
na espreita, observando
cada momento, o bote
o norte perdido, meus medos e segredos
minha gula e sensibilidade.
Procuro, cidades e vales
quanto vale a espera?
Na caça da luminosidade
dos olhos da madrugada.
Nada mais quero, nem desejo
talvez teu beijo, talvez num átimo,
um último desejo, sem nexo
sem sexo, apenas abraço
cansaço e manhas, artes e manhas,
artimanhas da saudade.
Saudade do já pensado, sonhado;
nunca vivido. Sempre na espera;
da vésper estrela, cometa errático
que cometa todos os erros e acertos.
Mas que prometa todos as esperanças
para essa criança coração.
Minha nunca, sempre não...

ARTIGO ANTHONY BABY, O AVENTUREIRO

Temos observado, com atenção a escalada aventureira de Anthony Garotinho, radialista de Campos dos Goitacazes, RJ; que nos tempos do brizolismo no estado do rio, associou-se ao poder estadual, com finalidades óbvias de, personalista que é, atingir o poder.
Num primeiro momento, já que a força de Leonel Brizola se resumia ao Grande Rio, foi visto como um braço importante desse no interior do estado, sabidamente ligado a Amaral Peixoto e a Chagas Freitas.
Brizola encantou-se com a possibilidade de se expandir para o Norte Fluminense e dando total apoio ao prefeito de Campos, fez dele como se fosse um herdeiro natural do brizolismo. Numa aliança que envolveu Lula e Brizola, Garotinho e o PT fluminense venceram as eleições para o Governo do Estado do RIO.
De olho nas eleições presidenciais, Garotinho tentou passar por cima de Brizola que, num átimo de lucidez, expulsou-o do partido.
O passo seguinte de Anthony foi o PSB, partido pelo qual se lançou candidato à Presidência da República, derrotado a nível nacional mas vitorioso no estado do Rio, acabou sendo expulso do PSB que, ao perceber as manobras do mesmo, para seu projeto pessoal de poder, custe o que custar e, percebendo-se escada para tal projeto; expulsou-o também.
Numa outra tentativa, com o poder do Rio na mão, Garotinho ingressou no PMDB, onde tenta se lançar candidato à presidência da república.
A vitória de Garotinho nas prévias do partido, tornou-se uma ameaça à honrabilidade desse que é o representante mais antigo das oposições.
Figuras históricas desse partido não suportam ver essa sigla de tantas histórias de luta, de passado honrado e digno, nas mãos de um aventureiro.
A tentativa de "venda" da sigla como moeda de troca com o PSDB e o PFL, por parte desse cidadão, fazem ruborizar a todos que são pemedebistas de longa data.
O ingresso de Itamar Franco de forma gloriosa e inesperada, deu a todos a dimensão do que representa Garotinho como candidato a presidência; isso é um pesadelo para todos aqueles que criaram e mantêm esse partido, um partido de lutas e de glórias, com um passado heróico não pode servir de partidinho de aluguel para um aventureiro inescrupuloso.
A militância do PMDB, das maiores do Brasil, e das mais respeitadas não pode servir de escada a um projeto pessoal que independe de idéias e de programas partidários.
O admirável Ulysses Guimarães não merece na história de seu partido essa mancha indelével, chamada Garotinho.
Pela dignidade do partido, a atitude de Itamar Franco deve ser aplaudida por todos os democratas desse país.
Colocar um basta nas pretensões desse aventureiro que pretendia "vender" e caro uma instituição tão importante e democrata como o MDB, de todos nós é inadmissível.
Senhor Garotinho, crie um partido para que possas negociá-lo à vontade; negociar sobre os cadáveres que ergueram nossa democracia, sobre um Tancredo Neves, sobre um Ulysses é vergonhoso.
Parabéns PMDB, pai da democracia brasileira.
A LIBERDADE AGRADECE.

SONETO 3

se nada mais desejo neste mundo
é que almejo viver em liberdade
de cada beijo novamente inundo
transportando no peito essa saudade
quando percebo em ti a claridade
de sonhos tantos, loucos, mais profundo
mergulho cego, amar-me pois, quem há de?
pois deste amor, traduz bem mais fecundo
o que fora somente lucidez
na procura de tanto nada fez
senão a angústia voraz, pétrea tez
que a cada instante, doce insensatez
trasmuda-se audaz a cada vez
num martírio cruel, que se desfez...

SONETO 2

minha vida vai louca arrastando meu barco
esperando meu tempo ouvindo nas cantigas
que o tempo mais voraz, me traz, vozes antigas
que renascem na voz, na alegoria do marco.
cantar dessa sereia amada onde me embarco
na solidão a esmo, ouvindo t'as intrigas
no final dessa estrada amiga se perigas
a minha solidão descreve-se em teu arco
minha vida, insensata amargando teus beijos
numa serena mata adormecida luta,
invadindo meu mar, pocuro meus desejos
de te ter sem perder, na tua força bruta
nos meus sonhos, servis dos sonhos benfazejos
de poder, mais feliz, saber tua batuta

A VINGANÇA DO GUERRILHEIRO

A VINGANÇA DO GUERRILHEIRO


Espetacular a atuação do ex-ministro José Dirceu, de uma inteligência rara e de capacidade de estratégia invejável.
Cassado por um tribunal de exceção, formado pela elite direitista e podre, nosso camarada, num ato fantasticamente bem elaborado, se vinga dessa elite.
Numa só jogada coloca em xeque mate todas as oligarquias que o caçaram e cassaram.
Ora vejamos, circula a notícia da queda de ALCAMIN, O TUCANÓQUIO, para terceiro lugar nas pesquisas, com a ascenção de ITAMAR FRANCO, à segunda posição, estrategicamente chamado à luta pelo companheiro Dirceu.
Isso, a ser confirmado e será, mais tempo menos tempo devido, principalmente ao baixo carisma e ao "banho de honestidade", muito mais próximo a um "banho de loja", do ALCAMIN, principalmente depois das posições assumidas pró privatizações e ALCA do dito cujo.
Itamar luta pelo eleitorado de oposição, principalmente o da classe média assustada com a emergência do proletariado, sem razão a não ser as alimentadas pela mídia neo-udenista.
Seu crescimento se faz, basicamente nessa camada da população, ou preconceituosa ou mal informada pelos mal intencionados que não interessam informar, e sim FORMAR opiniões distorcidas sobre uma realidade que FINGEM não ver.
Além de destruir o sonho da união do GAROTINHO com os PULHAS da direita brasileira, destrói a própria direita.
Itamar é ODIADO pelo FHC e ACM, o que os colocará num mato sem cachorro num segundo turno.
A VITÓRIA DE LULA NO PRIMEIRO TURNO É POSSÍVEL E PROVÁVEL; MAS A DERROCADA DA DIREITA É PRATICAMENTE INEVITÁVEL E NO PRIMEIRO TURNO.
Se usarem o "regra três" JOSÉ BIOTÔNICO SERRA, esse vai ter que suar muito para poder ganhar de Itamar, já que o governo FHC perde em comparação aos dois, ao de ITAMAR E AO DE LULA.
Muito engraçado será as besta feras tucanóides e coronelistas tendo que escolher a quem apoiar; o mais provável será o SEPULTAMENTO DESSA CORJA, numa bela estratégia de guerrilha política do nosso camarada/companheiro José Dirceu.
QUEM VIVER VERÁ!

SONETO 1

TANTOS AMARES SÃO TODOS LUGARES
SE NOS MEUS PRÓPRIOS MARES NAVEGAR
BUSCANDO NO MEU CANTO TANTO MAR
TANTO QUANTO, POSSÍVEL FOR AMARES.


TANTO QUANTO SERIAM TEUS LUARES

NOS TEUS MARES, MEUS SONHOS NAUFRAGAR
COMER TODAS AS FRUTAS, TEU POMAR
TANTO QUANTO IMPOSSÍVEL, O SONHARES.


COM PERDIDAS MANHÃS PARA HABITARES
NO MUNDO MÁGICO CABEM MEUS DIAS
VAGANDO LOUCO PROCURANDO PARES


VOU PROCURANDO ESPELHOS, FANTASIAS
ROLANDO NOITES, LOUCAS NESSES BARES
ONDE DERRAMAS PASSOS E POESIAS...

MINHA ESPERANÇA

Minha esperança paira sobre uma tempestade de raios e trovões, numa guerrilha diária e repetitiva. Minha esperança dança sobre um turbilhão de notícias a esmo, palavras soltas e tentativas de golpe; Minha esperança observa cada passo, medido e desmedido do inimigo feroz e voraz, louco e sedento. Minha esperança aporta um cais após maremotos e tentativas de naufrágios dos sonhos, dos nossos sonhos. Minha esperança atravessa um deserto de idéias e tempestades de areia jogadas sobre os olhos do povo em busca de um oásis. Minha esperança se abraça com os cadáveres dos companheiros mortos, mas advinha o amanhã, o hoje, o sempre. Minha esperança, vinda do ontem preso, calado, contido, restrito, vislumbra o lume ao final da estrada.. Minha esperança é apedrejada por tantos e tantos, mas a couraça se fortalece e segue adiante. Minha esperança vai na boca desdentada e na roupa rota, dos aflitos, e sobrevive cada vez maior. Minha esperança reflete nos olhos da criança faminta e semimorta o brilho da comida e da escola. Minha esperança, menina levada, rala o joelho, chora, mas volta a subir na árvore. Minha esperança voa, corta os céus, e esverdeia o rumo dos meus pés cansados. Minha esperança é uma estrela, brilha, vermelha, bela. Estrela guia, forte filha de tantas dores, de tantas flores vencendo canhão. Minha esperança é um cálice de vinho, vermelho vinho, embriagando de alegria o velho peito estremecido. Minha esperança moleca, sapeca, safada, se traduz sob os lençóis no vermelho sangue do sexo adorável e doce. Minha esperança traz o gosto da primavera e de doce de moleque, feito do amendoim mais vermelho. Minha esperança tem o sabor da vermelha cereja, de fruta gostosa, de canto de paz e amizade. Minha esperança, vermelha na cor, vermelha de sangue, vermelha estrela. Esteio de vida, tempo de estio, maravilha, Vermelha, da cor do PT.

A CONSCIÊNCIA SOCIALISTA

A CONSCIÊNCIA SOCIALISTA Recebo da boca da noite o beijo suave e sensual, trazendo teu rosto e gosto; Foste companheira fiel, amiga e amada, luz da minha madrugada, corte e sangue. Nas minhas andanças, foste a primeira e fiel companheira, última de tantas... Vinhas, diariamente aos meus pensamentos e angústias, cansados os passos Inatingível porto, longínquo mar, meu mar enclave de esperanças... Nas ruas do Rio, nas curvas do rio, na seca e plantio, fiel camarada... Te quis e te quero, não me perdeste de vista, muitas vezes fragilizada, Mas sempre comigo, a cada nova batalha contra tudo e todos. Amiga, tentaram teu corpo, tentaram extingui-la, tentaram mata-la. Quando te ergueste, ressuscitada, foste atingida. Teus pés afetados por violência sem par, quase quebraste. Mas percerbo-te sorrindo, com sorriso matreiro, me irritaste No começo, agora, não, já consigo te compreender, menina sapeca. A mão que te apedrejava era podre, mais podre que tudo. Engabelava a todos, menos a ti, e a todos os que amaram na vida. Não do amor erótico inerente, mas o amor altruísta de quem sonha, De quem respeita e congrega, nunca segrega. Minha vida passa num átimo, num ótimo momento de luz Seduzida por ti, cara tatuagem da minha alma. Tua calma me atrai, me distrai e me revigora. Agora, tua hora é minha e nossa hora, alvorada, hora amada. Saber-te revivida e contagiante, saber-te rejuvenescida na minha maturidade Saber-te assim, coerentemente forte, nunca inerte, meu norte, sem desnorteio. Sem mudar um centímetro, ao contrário de mim, pobre errôneo pela vida. Mas, em última análise, fiel a ti, frase por frase, fase por fase... Quero-te tanto, nunca mais poderia fugir do teu manto, vives no recanto Da alma, calma e firme, aderida, nunca à deriva, sempre atada, Amarrada a cada reentrância da alma, da esperança. Chamar-te à luta é fácil, nunca oscilas sempre cativante nunca cativa, Nunca vacilas, amiga de tantas lutas, de todas as lutas, de eternas lutas, Das ondas desse mar, mesmo com tsunamis, mesmo com tempestades. Em todos os lugares por onde andei, por onde passei ou ouvi falar, Existem tantas quantas poderiam existir, fortes aliadas, forças atadas Entre si, que resistiram e resistirão, contra aqueles que são ou tolos Ou canalhas, os que querem tua morte, nunca vencerão, Nunca passarão, estarrecidos com a tua resistência, Na impossível convivência, tentam te exterminar. Mas amiga, és mais forte, até contra o nosso cansaço, muitas vezes Tua gana é maior. Agora entendo teu riso maroto, no âmago garoto, resistes... Não mais te resisto, a rua me clama, a lua me chama o amanhã já vem. Venceste meu medo, meus segredos conheces, não temo a guerra, Na eterna batalha, meu peito não falha, não nega ou sonega, Simplesmente ama.

DE RITA DE CÁSSIA ARTIGO

A história da humanidade está plena de lutas dos oprimidos, das vítimas mais frágeis das injustiças dos homens, isso sempre foi e sempre será. Todas as grandes civilizações e potências da humanidade experimentam, experimentaram e experimentarão desse veneno; cruel veneno, inerente ao ser humano. Nova Orleans, ano passado mostrou a cara dos EEUU, ocultada pela propaganda de "bem estar" veiculada pelo governo; essa face verídica e crua, nunca me sairá da cabeça. A miséria européia do leste, principalmente, com suas meninas prostituindo-se e as marcas do totalitarismo imbecil, tanto o de esquerda quanto o de direita, demonstrado nas meninas e mulheres afegãs. Esta luta dos oprimidos, dos negros, índios, sem teto, sem terra, sem expectativas, sem amanhã, embriagados pelo álcool, ilusão absurda que nega o espelho cruel, deturpa a realidade crua, atroz, deve ser respeitada. Quando vemos as tentativas absurdas das elites em calar a voz dos excluídos, no grito diário pelas ruas e campos, mendigos e prostitutas, desempregados e exilados dentro do próprio país, isso nos dá a real dimensão da falta de dignidade dessas. Minha indignação contra os métodos de "sangria e desestabilização" utilizados por essa gente chega ao extremo. O nosso encontro com a dignidade desse povo está sendo lindo de viver, mas temos que estar atentos para que a hora desse encontro nunca seja a hora da despedida. E essa luta tem que vir das nossas entranhas, visceral, como foi à luta de tantos que o mundo teve, de Cristo a Gandhi, a Luther King, ao próprio Lincoln, proletário como Lula. Nas mãos a carícia e a guerra, nos pés a dança e a batalha, na mente o futuro e a primavera dos nossos corações possa ser o verão radioso do nosso povo, Meus amores estão hiperestesiados agora, nesse momento orgásmico da humanidade, com o mundo aprendendo a amar os desvalidos, com o homem aprendendo a amar o homem. Não podemos deixar que eles nos destruam, pelo amor que pudermos ter aos que virão frutos desse dia, belo dia, dia branco, de luz que se adivinha. Perdoem a minha alegria, a minha esperança, a minha fantasia e o meu sorriso imbecil estampado na cara; que meus mortos me perdoem, mas ando de banda, ando de viés, carregando eles no peito, assim como o poeta. Perdoem meu desabafo de quem sente o bafo da esperança trazido pelo vendaval das mudanças. Perdoem minha dança, pois até onde a mente alcança, ela é a minha vingança contra aqueles que me tentaram impedir o canto e a orgástica festa dos desvalidos. Sinto que não foram inválidos meus dias, obrigada por tudo, me inundo de poesia e conclamo a todos, haja o que houver nunca mais nos calarão, não será preciso a calada da noite, nem o açoite, somente o resgate da maravilhosa canção que dizia maravida, amar a vida maravilhosa vida.

QUE ME PERDOEM OS ECONOMISTAS...

Tivemos uma intensa discussão entre os que apóiam ou não a política econômica do governo atual, havendo entre nós quem defendia uma ação mais forte do governo no sentido da ruptura com o sistema financeiro internacional. Graças a Deus, o governo federal não cedeu a essas pressões; senão, vejamos: A moratória seria catastrófica como ocorreu na Argentina que, se hoje cresce mais que o Brasil é porque chegou ao fundo do poço; sua recuperação econômica teria que, obrigatoriamente ser mais rápida que a nossa, pois lá a situação ficou preta. A ruptura por si só, sem pagarmos as dívidas, com o FMI, elevaria o Brasil a uma situação absurda de inadimplência que afugentaria todo o capital externo e o interno, tanto especulativo quanto produtivo, isso seria a bancarrota. Vivemos num mundo totalmente globalizado e isso é inevitável, imagina o que seria para nós uma queda nas exportações e importações; a experiência mais forte que me lembro é a do Camboja, que foi ao fundo do poço, com genocídio, miséria e até casos de canibalismo; isso seria temerário demais. Devemos, e temos que pagar; a culpa não é nossa diretamente, mas muito menos dos organismos internacionais e multis; se tivemos governos absurdos como o passado, e os da época da ditadura militar, azar o nosso. É duro falar isso, mas a verdade não pode ser ofuscada; quem elegeu essa canalha tucana fomos nós, povo, se fomos ludibriados o problema é outro. Todos somos pessoas dignas e isso é ponto pacífico, e mantemos nossas contas em dia, se herdamos dívidas, iremos pagá-las, o problema é outro. Adiantaria deixar de pagar as contas e fazermos um desgoverno como o passado? O importante é a distribuição de rendas e riquezas, essa é nossa principal mazela, somos da "classe média" da economia mundial, mas o nosso povo viveu sempre como os "proletários" afro-asiáticos. O que me chama a atenção não é o crescimento da economia, mas sim a melhoria de qualidade de vida do pobre, isso é que é a maior conquista. Com o aumento do salário mínimo, o poder de compra aumenta, e isso gera maior riqueza, um milhão rendendo dividendos mata de fome, ele circulando, mata a fome. Se analisarmos dessa forma devemos aplaudir de pé a política econômica. Dólar baixo significa menor preço e isso é óbvio; o produtor para ter o mesmo ganho tem que vender mais e produzir mais, isso gera emprego; parece óbvio que isso está refletindo na melhoria de vida. A bolsa de valores reflete muito mais o capital produtivo do que especulativo, ao contrário do dólar, e ela vem batendo recordes, a balança comercial também e isso com o aumento das importações, estamos comprando mais e vendendo muito mais. Outra medida que aplaudo é a isenção do imposto sobre as aplicações econômicas que vêm de fora; isso estimula a entrada de capital e possibilita a queda da taxa de juros, que tende a ser a menor desde 1979, ou seja, a menor da história democrática recente do país. Meus olhos estão vendo um futuro muito melhor, com a entrada no mercado de trabalho dessa gente que está se aprimorando nas faculdades e no ensino técnico. Outra coisa é melhor para as faculdades as bolsas e os incentivos fiscais do que os bancos vazios; e isso ocorreu somente agora, pela falta de vontade política dos desgovernos anteriores, interessados em manter o proletariado faminto, para ter uma moeda de troca mais barata à época das eleições. Os bancos também estão batendo recordes de lucratividade, reflexo do aumento da circulação da moeda, é óbvio. Os juros "altíssimos" nunca foram tão baixos para os setores produtivos. Principalmente para os vindos do proletariado. Crescer sem dividir o bolo somente gera a fragilidade da economia, como no final do governo passado, onde a fuga de capital pode ser comparada a um período de guerra, gerando a miséria e a recessão. A melhor distribuição de renda, por si só, garante mais a sobrevivência da economia, pois cria estabilidade e, associada à versatilidade dos meios de produção, torna a economia bem menos fragilizada perante as intempéries. O caminho é esse, a luz é essa, não me resta a menor dúvida.