terça-feira, agosto 22, 2006

Perguntas; vento leva para além...

Perguntas; vento leva para além...
Respostas nunca chegam por correio.
Saber se quis gostar, se fui alguém,
Se houve tempestades ou recreio...

Muitas dessas premissas caem bem,
Entretanto,outras tantas, nunca ateio.
Somente vasculhando sei que; sem
Muitas delongas, erguem os teus seios...


As respostas do vento, ou do mar,
São todas intrigantes, verdadeiras.
Netuno bem sabia navegar,

Zéfiro ao soprar, límpidas traineiras,
Velocidade injeta, sem parar.
As respostas virão, dessas maneiras...

Sextilha com estrambote - As portas do que fomos entreabertas

As portas do que fomos entreabertas,
Deixando tão somente uma certeza;
Quem dera se depois de descobertas,
Nossas farsas pudessem dar grandeza
Ao caminho que, temos que encontrar,
Nem que seja, somente para andar...
Sem nunca chegar!

A véspera da fome é o degredo

A véspera da fome é o degredo;
Por isso não segregue o coração.
Segredes o mais límpido segredo,
Mas nunca me permita a solidão...

Da vida já nem quero novo enredo,
Me basta ser feliz; que vou fazer?
Não quero temerário nem ter medo,
Só quero, simplesmente teu querer...

Espero nova espera mais feliz,
Num tempo que se torne mais amigo;
Anseio por teus seios, meretriz.

No mérito que tomas por perigo,
Artigo que me trouxe: flor de lis.
Tateias teus tentáculos, nem ligo...

Ah! Quem me dera fosses meu amor!

Ah! Quem me dera fosses meu amor!
Como a vida seria mais completa.
A poesia, amiga predileta,
Companheira, por onde quer que eu for;

Teria enfim, parceira mais dileta.
E nunca mais seria um sofredor,
Quem sempre teve espinhos nunca flor,
No sonho audaz, tentando ser poeta...

Se fosses meu amor, que bela a vida!
Andar buscando glória, sorridente.
Não conceber sequer a despedida...

Sentir o teu perfume que, envolvente,
Penetra nas narinas. Na sofrida
Luta por viver; sentir-me gente!

Pomba rola voando vai distante

Pomba rola voando vai distante,
Escapando, veloz, da atiradeira.
Por esse tempo todo, galopante,
Meu coração fugindo, vida inteira...

Nas cordas do meu pinho, delirante,
Procuro te encantar; és a primeira
Que me tomou as rédeas, dominante...
Quem dera se dormisse em minha beira!

Traços livres, desenho teu retrato.
Resenho nossos livros sem prefácio.
Estilos contrapostos; insensato,

Difícil entender se fosse fácil.
Mas quero m’afogar no teu regato,
Quero morrer d’amor no meu Estácio...

Poeta, disse Pessoa Trova

Poeta, disse Pessoa,
É um cabra fingidor.
Vou fingindo que ela é boa,
Ela diz que eu também sou...

Patroa, tome cuidado,
Não bote essa minissaia.
Se cometer o pecado,
A senhora toma vaia...

Não bote culpa na idade,
O seu tomara que caia;
Por ação da gravidade,
Tá batendo lá na saia...

O vento é bom companheiro,
Não deu outra, ele não “faia”,
Tá ventando no terreiro,
Como é bonita essa saia...

Pinguço não toma cana,
Sacana não bebe pinga.
Se embananou, dê “banana”,
Mas, se fedeu, não me xinga...

Maricota fez melado Trovas

Maricota fez melado,
Joaquim foi lá provar.
Desse mel saiu molhado,
Agora não quer casar!

Bateu trem com um fusquinha,
Pouquinha coisa restou.
Maria, Mariazinha...
A outra metade ficou.

Levei água na peneira,
Com ela tampei o sol.
Namorei a noite inteira;
O marido? Futebol...

Moço tome cuidado,
O telhado é bem miúdo.
Pode ficar agarrado,
Ou furar com telha e tudo...

Da licença d’eu contar,
O que foi que sucedeu...
Pescaria no luar,
Até piranha rendeu...

Fiz um bote de cortiça,
Pr’ele melhor flutuar.
Vê se pára de cobiça,
Sereia não vou pescar...

Nesse vaso sanitário Trovas

Nesse vaso sanitário,
Me lembrei bem de você.
Flutuando fica hilário,
Não consigo lhe esquecer...

Toda vez que penso em ti,
Lá vem a dor de barriga.
Um danado piriri,
O resto, bem, é lombriga...

Minha sorte tá lançada,
Nos dados da solidão.
Amor é carta marcada,
Sempre sofre o coração...

Jogatina, Tina joga,
Joga tanto sem parar...
Na tina que Tina roga,
Nunca praga de rogar...


Na manhã do meu amor,
Entardece essa beleza.
Anoiteço em teu calor,
Vou vivendo realeza...

Nascido joão de barro Trovas

Nascido joão de barro,
Fiz uma casinha pr’ela;
A danada tirou sarro,
Tranquei até a janela.

Solução pra casamento,
Quando o troço dá quebrante;
Dar três fora e uma “dento”,
É melhor ter uma amante...

Jornal velho e repetido,
Não serve mais para nada.
É melhor não dar ouvido,
Ou troco de namorada...

Fabriquei uma viola,
Fiz dois traços, distração.
Passarinho na gaiola,
Não sabe cantar mais não...

Jogo de carta marcada,
É tremenda sacanagem.
Não vou dar essa mancada,
Casamento é só bobagem...

Jesus Cristo, nesse mundo Trova

Jesus Cristo, nesse mundo,
Era um simples carpinteiro.
Agora tem vagabundo,
Querendo ganhar dinheiro...

Se vaso ruim não quebra Trovas

Se vaso ruim não quebra,
Andorinha faz verão...
Quando você se requebra,
Estraçalha o coração...

Menina fez um remendo,
Nessa colcha de retalhos;
Tô com sede, vou comento,
Alhos junto com bugalhos...

Minha casa é de sopapo,
Meu amor de pescoção.
Galinho que é bom de papo,
Ensopado com feijão...

Minhoca metida a cobra,
Vira logo minhocão.
O que tem muito não sobra,
O que falta, é solução...

Vara de pescar quebrada,
Também pega lambari.
Eu quero você pelada,
Seja lá ou seja aqui...

Quem não cola faz escola,
Quem colou e se deu bem;
‘Tô passando essa sacola,
Boto dez e tiro cem...

Vigarice do Dodô,
Deu-se bem e caiu fora.
Procuro por meu amor,
Ele também foi embora...

Trova

Na lanterna desse olhar,
Refletiu todo meu céu;
Do meu amor, quero o mar,
Tenho aveia, quero o mel...

Memória, crudelíssimo carrasco

Memória, crudelíssimo carrasco,
Termômetro de quantos vendavais...
História, vai girando seu fiasco,
Num tom sobre tom, marca, contrafaz...

Colibri, pirilampo, país basco,
Sonoridades sépias, nunca mais...
No paralelepípedo, meu casco.
E, vergonhosamente, tudo trais...

Beija-me muito, quero contra-sensos,
Acender aos celestes magazines...
Meus sábados, domingos são imensos...

Na praça, atenção: todos esses cines,
Passarão mesmo filme, são pretensos...
Não há tino, nem cetro, desatines...

Vinil

Só, jogado, esquecido nesse canto,
Deixado ao pó, segundo plano atroz...
Quem, outrora, movera tanto encanto,
Relegado deixado sem ter voz...

Noutros dias, causara tanto pranto,
Atando e desatando laços, nós...
Hoje, quem te viu, sabe o desencanto
Que trago ao perceber-te, sem seus dós...

Namoros começaram, terminaram...
Embalavas amor, manso e servil.
Os nossos sentimentos afloraram,

No suave rodar bem mais gentil,
Que tristeza profunda nos qu’amaram,
Ouvindo teus cantares, meu vinil...

O Piolho

Um piolho vagueia sem ter pressa,
Na cabeça, coçando sem parar...
Passeio de piolho coça à beça.
Não consigo parar de me coçar!

Ó bichinho danado sai depressa...
Não quero e nem pretendo te aguentar!
Parece que prazer te dá, or’essa!
O quê que irei fazer pra me livrar?

De noite, então, martírio fica feio...
A caspa, companheira xexelenta,
Com ele faz dueto e eu no meio...

Já passei, na cabeça, até pimenta,
Não adianta, logo que bobeio,
Recomeça a coçar, a piolhenta!

Oitavas camonianas - Dorian Gray

Bares e bordéis, bordas sem aparas,
Em meus dedos, falanges e fraturas.
Tento tragar tentáculos e taras.
Nas mãos cansadas, noites escuras...
Vadeio vagamente, envergo varas
Iscadas em tais margens. Armaduras
São as minhas defesas, indefeso.
Crustáceo ameaçado no defeso...

Fracassei, quis demais, nada resume.
Não quero saber sempre, nem talvez.
Restou um gesto amargo; vou, estrume,
Onde pensara um dia, na altivez.
Procuro mansidão por onde aprume,
As mais diversas formas, tanto fez...
Não virgulo, decifro ângulos retos,
Por mais que se queira, são incompletos...

Vendi alma, nos verdes campos postos...
São clamores senis, são veros vagos,
Nervos e dentes, quebro-os. Impostos
Colocados sobre velhos estragos,
Não trazem nem sequer tosto-os;
Meus medos nadarão nos outros lagos.
Por certo, caridade nem demérito,
Demovem quem sonhou seu próprio féretro...

Nasci do mais decrépito dos medos,
Busquei nas madrugadas, meu sustento.
Não fui completo, simples arremedos,
De quem tentara tanto fosse tento...
Enganos, meus engodos, sempre ledos,
Palavras vão mais soltas, neste vento..
Sangrei cada momento sem desculpas,
Procuro por amores, tenho lupas...

Cimitarras; usei nestas batalhas,
Conta qualquer que fosse esse inimigo.
Vivendo, sobre lâminas-navalhas,
Carrego os meus delírios cá comigo...
Quando estou decidido; tudo talhas,
Entalhados na brasa do perigo...
Não quero nem machados e nem sândalo,
Amores me fizeram, enfim, vândalo...

Cusparadas no rosto são promessas,
Hemorragias, vertem no meu ventre,
E vens, tão calmamente, com compressas.
Dane-se, nada quero que m’adentre...
Se são meros deslizes, são conversas.
Meus portais são marcados por: Não entre!
Não quero e nem permito que me ceifes.
O que me trazes cabe nos esquifes...

Víbora e cascavel, conheço bem...
Não trazes outra marca bem o sei.
No breu das velhas tocas, sem ninguém,
Conheço teu passado e tua lei.
Fingindo caridade, cadê? Sem...
Nas tuas ladainhas me acabei.
Prato escarrado, cuspo em quem cuspiu.
Mordaz, irei mordendo. Me esculpiu...

Retrato a realidade em que me deixas,
No basta, bastaria meus embates,
Não quero nem saber de tuas queixas,
Nem quero mais ouvir tais disparates.
Me finges ser esfinges, talvez gueixas.
Prometes novo canto, mas combates
Quem poderia, límpido, caber.
Me deixas; assim, lívido, porque?

Me enojo quando beijo tua boca,
O gosto podre emana quando ris.
Te fazes de sutil, mas te sei louca,
Não queres e nem deixas ser feliz.
Vomitas impropérios, és tão pouca,
Muito menos que pensas; nenhum triz.
Recebo o sopetão que não assusta,
És maquinal vergonha, mas vetusta...

Sofrível sentimento são teus gestos,
Na verdade, pareces bem comigo.
De malícias, delícias, já infestos.
Por isso reconheço tal perigo,
Nós dois, juntos, daremos aos incestos,
Um novo paladar e qualidade,
Seríamos espelhos, na verdade...

Você, minha cachaça predileta

Você, minha cachaça predileta,
Embriagado sigo; sem ressaca...
Minha comida, mesa mais repleta,
Banquete, minha fome nunca aplaca...

Quem me dera pudesse ser poeta,
Escrever tantas coisas numa placa,
E dizer poesia, mais dileta.
Poder gritar seu nome, maritaca,

Avisando aos passantes dessa mata,
Que meu amor me cura e me maltrata...
Poder me recordar de cada beijo,

Você, o meu maior, grande, desejo...
Nesses seus olhos tristes, azulejo...
Uma armadilha; cuida, mas maltrata...

Nossa luta, buscando liberdade

Nossa luta, buscando liberdade,
Tantas vezes depara com vergonhas.
Muitas vezes, no campo e na cidade,
As desilusões surgem, são medonhas...

Quem dera se pudesse ser verdade,
O mundo bem melhor que tanto sonhas...
Um dia, talvez, nunca será tarde...
Poderá ser possível ver risonhas

As mesmas faces, hoje tão sofridas...
Sonhar um impossível sonho, crer!
Combustível maior de nossas vidas.

Juntos, todos, quem sabe eu e você,
Iremos dormir, camas repartidas,
Mas um só sonho, belo de viver!

Soneto com estrambote - Pinguim

Vem andando de fraque, tão solene,
Com passos chaplianos, faz sucesso.
Eu bem sei que, nadando, teu progresso
É maior. Faz que o corpo todo empene,

Por meio dessas asas que, confesso,
Surpreendem. Sugere que m’acene
Quando sei, na verdade se te peço,
Dirás nada, por certo, tutto bene...

Vez em quando, resolves passear.
Umas férias mereces, estou certo.
Mas teimoso, nadando sem parar,

Tu não queres ficar aí, nem perto.
Nas praias cariocas, tanto mar...
Que fazer? Viajar no mar aberto..

Cansado então, do passeio,
Vens bater na minha praia,
És teimoso sim, bem creio
Que tu queres é gandaia...
Não tem outro jeito não...
Na volta, vais d’avião...

Meu canto é socialista, sim senhor.

Meu canto é socialista, sim senhor.
Não quero mais injustas possessões.
Quero o orgulho, poder viver amor,
Sem temer por quaisquer desilusões.

Somos iguais, dizia Nosso Senhor,
Tocando fundo em nossos corações...
Mas o homem, cruel em seu valor,
Traduziu os pecados em perdões...

Sou feliz, tenho tudo que sonhei,
Tenho nos olhos, brilho mais vontade.
Meu reino interior, nele sou rei...

Quero compartilhar felicidade,
Eu assumo, entretanto, o quanto errei...
Nos olhos dos meus filhos, a claridade!

Tanta carnificina, tanta dor...

Tanta carnificina, tanta dor...
Por que ninguém atina para a paz?
Qual motivo, é tão justo, qual valor
Que mereça; me diga se é capaz!

Em qual Deus se baseia o matador?
Dilacerar crianças, satisfaz?
Tanta tortura, tanto desamor.
Qual a liberdade podridão traz?

Uma só raça, somos “sapiens”, homo.
Sapiens: desfigurada tradução...
Me pergunto o porque e, bem mais, como?

A terra dividida: É nosso o chão.
A cada novo crime, tudo somo,
Está em nós, somente, a solução!

Soneto com estrambote - Toda delicadeza do perfume

Toda delicadeza do perfume
Que tua alma divina exala, amada,
Me remete aos jardins do Éden, lume
Das estrelas; clareia minha estrada...

Saborear magnífico de cada
Banquete que ofereces, num costume
Celestial, que tanto atrai, agrada
Ao paladar, aos olhos... Vaga-lume...

A minha fantasia transformada
Na mais bela mulher que Deus criou,
Mais fina porcelana, comtemplada

Por mãos mais delicadas; hoje sou
Tão somente um vazio, quase nada,
Sem ter-te, muito pouco me restou...

Te procuro, então, no sonho,
Nada tenho, nem o chão...
Me persegue, tão medonho,
Fantasma da solidão...

A Tesoura

Quando vestes tão bela vestimenta,
Esqueces da tesoura, que a cortou.
Num vai e volta tira, experimenta,
Acertando, solene, o que sobrou.

Outras vezes, cabelos ‘té da venta,
Vais cortando, deixando o que sobrou.
Quando, enfim o Brasil tornou-se penta,
Seu trabalho ajudou, ‘té fazer gol...

És, portanto, fiel a quem te trata
Com carinho e com arte verdadeira.
Mas, se quem usa abusa e te maltrata,

Tu completas sem pena tal besteira...
Mas, uma coisa falo, és bem ingrata:
Só por não podar língua fofoqueira...

O sapato

Quando vou caminhando pelas ruas,
Muitas vezes me sinto machucado.
As pedras do caminho, quando nuas,
Adentram sem querer, o meu calçado...

Quantas vezes, sofri, dores mais cruas,
Só por culpa de estares apertado.
Com um calo brotando, nem zil luas,
Poderei me inspirar, pobre coitado...

Quando vejo mulheres, tão bonitas,
Calçando um improvável bico fino;
Ao bom Deus, pergunto: como acreditas;

Ser possível tamanho desatino,
Espremendo assim demais, arrebitas
Os cinco pobres dedos, num só pino...

Uirapuru cantou, lembrei de ti.

Uirapuru cantou, lembrei de ti.
Meus olhos são problemas sem remédio.
Chorar não mais, irei longe daqui,
Trocar o sofrimento pelo tédio...

Rimei tantas palavras, me perdi.
Se cada movimento nesse prédio,
Me lembra solidão que não vivi,
Sendo franco, prefiro mais que assédio...

Não gosto do tumulto dessa rua,
Nem quero esse calor feito emboscada.
Eu te desejaria, toda nua,

Depois, que se danasse, quero nada...
Eu fecho a persiana, tapo a lua.
Não quero nem manhã nem madrugada...

No vértice da vida, capotei,

No vértice da vida, capotei,
A queda transformou-se num dilema;
Quem dera, nessa vida fosse rei.
Talvez não conhecesse mais problema...

Por certo; mil desejos sufoquei,
Não há, pois, quem a queda nunca tema,
Nem há quem não me diga que eu errei.
Mas, em cada tropeço, novo lema.

Em cada queda, vivo outra saída,
Lições aprendo, troco de estratégia.
Qual solução? Qualquer que eu elege-a,

Talvez não seja a certa, a preferida.
Vivendo por viver, toda essa vida,
De todas as vitórias, nunca a régia...

Melancolia bate em minha porta

Melancolia bate em minha porta,
Solidão disfarçada em poesia.
Apenas um retrato me transporta,
Para a lembrança amada de Maria...

Bem sei que nada disso mais, importa;
Procuro por teu colo na cercania,
Mas cada vez que tento vejo, morta,
Já qualquer esperança d’outro dia...

Melancolia bate e nem respondo,
Mais quieto, adormecido, me reservo.
Amanhã; renascer, me recompondo,

Em várias fantasias, me conservo.
Meu mundo circulando vai, redondo,
No fim da noite, disso tudo, servo...