terça-feira, setembro 12, 2006

Decadência

As lembranças dum tempo feliz, belo;
São os restos, mortalhas que carrego.
Quando a noite, feroz, vem logo nego,
Tentando reformar o meu castelo...

Minhas dores, sangradas num cutelo,
São os mares, distantes, que navego...
Os meus sonhos, mentiras que eu emprego,
Catástrofes, reviro com o rastelo...

Alamedas perdidas no passado,
São vielas, favelas, sina, fado...
Minha alma sifilítica definha...

Arrasto meus tormentos pela rua.
Minha esperança morta, vive nua...
A decadência mórbida s’ aninha...

Coração

Meu coração é frio, quase bate,
As velhas mansidões simples mentiras.
Esfarrapado cortes, lanças, tiras...
Nesses leilões das sortes, arremate...

Nos matadouros sujos, seu abate...
Num coração forjado, louco, atiras...
Acertos e teus erros, falsas miras...
Às vésperas solenes dum enfarte!

Meu coração, n’atlético pulsar;
Esquece bem depressa o que é amar...
Vadio, sente cios, devaneios...

Morada de tais farsas que me enganam,
Olhando corações que se profanam.
Não busca corações, somente seios!

Complemento

Precisas desse sim como do não,
As partes se completam restam unas...
Precisas navegar o mar, as dunas...
Precisas do talvez e do senão...

Precisas dessa culpa e do perdão;
A sorte demonstrada nas tais runas,
Nos meus castelos, sonhos, chão, colunas...
A mesma mão que afaga, safanão...

Sou resto e sou metade, nada tenho;
Do nunca e do distante, sempre venho,
Completo o complemento, sou conjunto...

O fim tal qual começo, sou assunto.
A morte nascedoura, sou descarte...
Sou fome, sou comida, pão e arte...

Lara

A tarde declinada e tão fugaz,
Prenunciando nossa noite, Lara;
Os meus restos jogados, minha cara,
São as formas cruéis, são invernais...

Bem que eu tanto quisera ser capaz.
Mas, inútil, percebo, nova escara...
Estampado nos olhos, não repara
Nas mentiras que estrago, vãs, normais...

A chuva demitindo as esperanças,
Da volta, novos dias, velhas danças...
Para sempre, empregando meus fantasmas...

Convulsivos segredos são miasmas.
A noite chegará sem ter perdão...
E Lara está perdida na amplidão!!!

Último Brilho

Quando não me restar senão promessa...
Quando a dor habitar meus pensamentos...
Quando amar não restar nessa conversa...
Quando sentir meus barcos, vis tormentos...

Quando a fonte secar, nem argumentos...
Quando a noite chegar, vir mais depressa...
Quando só me sobrarem desalentos...
Quando a sorte vier, lenta e sem pressa...

Quando essa madrugada for engodo.
Quando polarizar somente anodo.
Quando minhas manhãs forem distantes.

Quando mil sóis não forem radiantes...
Quando não houver crentes nem ateus...
Inda, espero, teus olhos serão meus!

Destino

Se busco meu caminho, brusco, bruxo...
Nas horas, hordas, antros, sigo sendo.
Marte morte, mudanças, danças. Tendo
A cada corte, nova sorte... Luxo...

Desabo as abas, alas, almas puxo.
Carrego o perdão, levo, vou contendo
Cartas e mares, partos convertendo...
A solidão, talvez, maior cartucho...

Navego a esmo, livre, sem sentido...
Parto para o jamais, vindo não sei...
As horas passarão, ação, serei...

Amores abandonos, dono, olvido...
Nos terremotos, lavas, novo tino...
As mãos não profetizam meu destino...

Viagem

Nos lumens, percorrendo teus destinos,
Vagando, sem pensar nem um segundo;
Mergulho em tua boca, sei seu mundo,
Vou tentando sentir meus desatinos...

Tantos dentes cravados, são tão finos...
Porcelanas cortando mais profundo.
Devoras, sem sentir, feliz, m’afundo,
Procurando pel’âmago. Ouço sinos

Dobrando suavemente, tua voz...
Tresloucado, perdido, num feroz
Mergulho, vou buscando a direção.

Adentro tuas veias, quero as cavas,
Sanguíneas correntezas, feito lavas...
Enfim vou conquistar teu coração!

À Minha Amada

Noite avassaladora refletida;
Belo espelho das águas, ao luar...
As estrelas cadentes, esse mar,
As horas mais tristonhas, de partida...

Um gole de conhaque, alma doída...
Procuro simplesmente, te encontrar,
Noite, tapeçaria, faz sonhar;
Quem me dera morresse, despedida,

Em meio a tal nobreza divinal.
M’abriria então, Deus, o seu portal,
Guardaria essa imagem na retina...

As mãos te teceram, imortais,
Em tal momento orgásmico de paz,
Te emolduram, amor, luz cristalina!

Taxidermia

No teu ateliê, refaço a vida,
Nos detalhes sutis, nos mais profundos.
Teus dedos na magia, novos mundos
Desfilam nesses corpos, na esquecida

Arte. Pois professaste da ferida,
A grandeza estrelar. São nauseabundos
Para quem não conhece; rasos, fundos,
Beleza transportada em cruel lida...

Bisturis, as tenazes, a costura;
As pinças, as lembranças, vida dura...
E negas, no trabalho a velha dita...

Refazes o que fora vida morta,
Semideus, tens nas mãos, a nova porta,
Nas suas mãos, da morte ressucita...

Ansiedade

Espero-te, pressinto essa presença.
Nas minhas insensatas madrugadas,
Sonhando, tantas vezes ansiadas
As mãos que acariciam na doença.

Nas torturas definho. Me convença
Que estás aqui, manhãs nem bem raiadas,
Procuro em cada espaço... Das geladas
Noites em claro, amor tudo compensa!

Não consigo dormir, noites insones,
Te procuro nas salas, quartos, cones,
Em todas cercanias dessa casa.

Mas, em vão, nunca estás! Por onde vais?
Ao não te encontrar, perco minha paz,
Cruel ansiedade, fogo, brasa...

Alucinação

Loucos sonhos, delírios insensatos...
Milhares de fantasmas rutilando.
Rituais ancestrais, irei voando
Por espaços, meus laços, meus retratos...

Atípicos pendões surgem inatos,
Dos céus descendo os anjos, flutuando...
As mãos vazias, gôndolas girando.
Irresponsáveis aves sobre pratos,

Escapo deste céu, não temerei.
Meu cetro me indicando, sou um rei,
Nas minhas terras, cega confusão.

As vagas tempestades, as sereias,
Nas mãos que me torturas, me incendeias...
Gira mundo, alucina, perco o chão...

Agonia

Tento fugir, fingir quem nada temo;
Noites e manhãs, luzes mais sombrias...
Repare bem, verás quanto vadias
As nossas travessias sem um remo...

Em todos madrigais, louco, blasfemo,
Procuro versejar tais melodias,
Mas nada restará, nem os meus dias...
A vida verterá demônios, demos...

Queria sossegar os meus tormentos,
Queria conseguir meus pensamentos,
Reinando, soberanos...Fantasia...

A vida preparou sua armadilha,
Tantas vezes a noite vem, me pilha;
Abraçando, abnegado, essa agonia...

Anúria

Nesse banquete, glórias e concertos,
As fantasias, loucas e completas...
As vozes mais marcantes dos poetas,
No final dessa festa, mais consertos,

Nos tremendos reparos, meus acertos,
Amor novo, Cupido trouxe setas.
As mágicas orgias tão diletas;
E, no fundo, meus sonhos vão despertos...

No banquete, bacantes e nudez,
A noite espreita, espera sua vez.
A morte tocaiando, ri-se, espúria...

Nos olhos, lacrimejo, minha mágoa,
A chuva torturante, traz tanta água.
Mas a minha alma, muda, só anúria...

Abandono

Estou jogado,um canto e nada tenho...
Sequer o brilho falso, teu sorriso...
Não me resta sequer último aviso,
Amputa-me cortante , fatal lenho...

Não me bastou meu tolo, rude empenho,
Me sobram sombras, quedo-me sem piso...
Pouco a pouco perdendo todo o siso,
Do pouco que restou de luzes, venho...

Solitário, recebo tal bafejo,
A fera contumaz, me traz desejo.
O desejo final, única sorte...

Abandonado, vesgo de esperanças,
Os meus repastos, fétidas lembranças...
Quem dera adormecer, teus braços, Morte!

Solidão, fiel companheira

Solidão, mar cruel onde navego,
Transito meus segredos e tempestas...
As noites que passei, se foram festas,
Agora morrem luzes, mas sou cego!

Nas tantas tentativas, não me entrego.
As rodas da fortuna, não têm frestas,
Somente a solidão, amiga, restas...
A morte mais bisonha, é o que carrego!

Nas horas mais soturnas, as carícias;
A cusparada cala, tais primícias
São herança d’amor desilusão...

A porta escancarada, fico só.
Nem a morte, fiel, me tem mais dó.
Acolhe-me somente a solidão!!

Peste

Noite primordial, desde o infinito,
O Pai, sem perceber, abriu a porta;
Rondando, percebendo, uma alma torta;
Evadiu-se, deixando um triste rito...

Deus, absorto, criando homem, seu mito;
Não se deu conta d’essa alma que aborta,
Destrói, carpe, retrata a vida morta;
Espalha o sofrimento, eleva o grito...

A porta aberta, trouxe tal tormento,
Que jamais permitiu um só momento
De total felicidade. Tiveste

Por toda eternidade bem marcada,
A sorte mais cruel, desesperada,
Essa alma fugidia, vera Peste!

Loucura

Há muito conheci fantasmagórica,
Andando pelas ruas da cidade...
A noite traduzia dor histórica,
A morte já trazia ambigüidade...

Trazia então, por certo, tal saudade;
Que noutras tantas vezes mais eufórica,
Sonhava, simplesmente, liberdade...
Quem nunca conheceu sua retórica,

Jamais conceberia tal loucura...
A morte, com certeza, sua cura,
Trazia alento e medo, apascentava.

Os olhos vagabundos, marejavam,
Destinos, desatinos, desabavam...
Loucura, pelas ruas, desfilava...

Último Passo

Resta somente um passo. Dos abismos,
Adivinho a presença da desgraça...
Tudo roda, vou trôpego. Me embaça
A vista, já prevejo cataclismos...

Nada me restará nem exorcismos,
A vida não passou, cruel trapaça.
Fendeu, quebrou, rachou a carapaça,
Deixando penetrar microrganismos

Que cortam, virulentos, mais fatais...
Resta somente um passo, nada mais.
De tudo que ficou, minha lembrança

Procura por apoio, pois flutua...
Ao longe, ao avistá-la, bela e nua,
Desesperado chamo-te, esperança!

Melancólica

Minha funérea amiga, que saudades...
A vida parecia tão distante.
Sem a tua presença delirante,
Passando todo o tempo em veleidades...

Viver sem ti, simples frugalidades
Oferecidas, sinto-me inconstante.
Vago assim ... Simplesmente, vou errante...
Tua distância nas sombrias tardes...

Vértice das agônicas esperas,
Bebo essa taça, rogo pelas feras
Horas... Faço teu cântico, meu hino!

Nas tuas garras, gélido persisto,
Nas devassas manhãs, jamais insisto,
Antiga companheira, meu destino...

Hora Final

Qual silfo vagueando no vergel,
Busco encontrar silêncios, paz, brandura...
Olhando para os zéfiros, no céu,
Sorvendo desses anjos, a candura.

A vida me permite ferrão, mel;
As dores que eu herdei, tanta fartura.
Se sou tanatofóbico, teu véu,
Reascende pavor, por tal alvura...

Mas teimo em resistir, esse flagelo,
Teu corpo, piamente, quando velo;
Na verdade é destino qu’apavora...

Nas melodias, féretros sinais,
As fantasias nunca, nada mais
Do que sentir chegar a final hora...

Espiral do tempo

Na espiral de meu tempo, temporal...
Nas lânguidas manhãs, sonhei-te tanto,
Do pântano, charneca, brota o pranto
Enlameio meus olhos... És fatal!

Meus anseios, meus óleos, sou frugal;
Otimizo, remeto mito, encanto,
Mas nada vingará, és puro espanto,
Sombreando os arquétipos, carnal!

Teimo na seiva, queres pura essência,
Me trazes, veramente, tal demência,
Que não posso mais vê-la sem velar...

As pontas, tuas lanças, são mordazes,
Rasgando minhas ondas, vão audazes.
Tsunamis provocadas no meu mar...

Pantanal

Tolos desejos sangram, são vampiros,
Acres, vorazes, sugam meus orgasmos,
Penetrar nas entranhas, riscos pasmos;
Nos trapos que estropiam, trocam tiros...

Nas hostes desvaneces, teus papiros
Traduzem urzes, luzes, meus marasmos...
Libidos, são prenúncios de sarcasmos;
Impregnam de pavores, letal vírus...

Ris da boca que beijas, desdentada,
Forjas ocos prazeres, debochada...
Álibis, colibris, salto mortal...

Nas nossas argentinas ilusões,
Nada mais me restando. Nas poções
Que me embebedam, lodo, pantanal...

Cordel A minha Sina Capítulo 12 Matinta Perêra

Escapando dessas matas,
Nas terras do Boi Tatá,
E precisando encontrar,
Por terras menos ingratas,
Passei por morros, cascatas,
Por luares e sol forte,
Seguindo o rumo do Norte,
Na busca da solução,
Não via outro jeito não,
Tentar escapar da morte...

Seguindo lá pra Bahia,
Tanta coisa por dizer,
Não queria me perder,
Tanta coisa que eu fazia,
Esperava pelo dia,
Da verdade, libertar..
Nem podia descansar,
Chegar de manhã, de tarde,
Sair sem fazer alarde,
Novas matas chafurdar...

Depois de muito caminho,
Precisando d’acalento,
Dormindo só no relento,
Tive que procurar ninho,
Não me importa estar sozinho,
Noite não tinha luar,
A mata pra se embrenhar,
A vida fica de fora,
Escapei do caipora,
É melhor pra descansar...

No meio da noite escura,
Um passarim lá cantando,
Com o bico se espraiando,
Dizia, tal criatura,
Canto que ninguém atura,
Reparei nessa bestêra,
Por detrás da capoêra,
Procurei nem deu pra ver,
Depois pude perceber,
Era o Matinta Perêra...

Procurei donde chegava,
O canto dessa agourenta,
Escutei mais de quarenta,
A peste nunca parava,
A diacha só cantava,
Trazendo uma maldição,
Corri, diantava não,
A danada arrepetia,
A terrível cantoria...

Já cansado de correr,
Vi que não tinha mais jeito,
Não tenho mais nem direito,
Maleita, peste, vou ter...
E depois d’adoecer,
É torcer pra ficar bom,
O danado desse som,
É coisa pior que praga,
Inté valente se caga,
Não canta num outro tom...

Bem mais tarde se lembrou,
Duma coisa que sabia,
Convidar para outro dia,
O passarim que piou,
Com o qual já s’assustou
Para tomar um café,
Gritou com força e com fé,
O Perêra concordou,
Foi pelas mata, avoou,
Fui devagar pé no pé...

Na madrugada alvorada,
Ouvi tremendo barulho,
Parecia que os entulho
Das mardita alma penada,
Tava a fazer revoada,
Perto donde eu lá dormia,
A noite tava bem fria,
A mata tava sem lua,
Vi uma mocinha nua,
Me chamando, essa vadia...

Eu pensei ser o Perêra,
Que chegava pro repasto,
Olhei de banda, de fasto,
Valeu essa noite intêra,
Já pensei nas bandaiera,
A moça era bem bonita,
Tinha jeito de cabrita,
No cio, a bichinha tava,
Então me refastelava,
Eta mocinha catita...

Dei meu braços pra safada,
Agarrei nessa cintura,
Com tamanha formosura,
Viva a vida a madrugada,
Vou lhe dar uma pernada,
Vou fazer festa de monte,
E bem antes que s’aponte,
O sol na barra do dia,
Vou pegar essa vadia,
Já tá feito meu apronte...

Acontece que a demente,
Agarrou com tanta força,
Que nem parecia moça,
Eu até fiquei descrente,
O sol lá no seu nascente,
Apontava sua cara,
A moça ria da tara,
Chegava, então, gargalhar,
Num mexia do lugar,
Todo mordida se sara...

Nesse embrolho de dar dó,
A moça deu um chupão,
Acelera o coração,
Quase que virei foi pó,
Na garganta deu um nó...
Nesse momento, a portera,
Aberta na ribanceira,
Eu vi um redemoinho,
Pensei não tou mais sozinho,
Deve ser a tal Perêra...

Quando vi tal reboliço,
A garganta já mordida,
Minha vida tá perdida,
Já tô no mei desse enguiço,
Espetando como ouriço,
A moça largou as mão,
Assim, mei de supetão,
As mão da moça era garra,
Escapuliu dessa farra,
Me largou, depressa então...

Reparei, nesse momento,
A coisa de se estranhar,
Logo depois de largar,
Bem no meio desse vento,
Arreparei tomei tento,
Eu vou contar pra você,
Pode inté te surprendê,
Um perneta bem risonho,
Como que fosse dum sonho,
O tar saci pererê!

Me contou que já sabia,
Dos caminho meu nas trilha,
E sabendo da armadilha,
Veio depressa, de dia,
Me tirar dessa arrelia,
Me livrar dessa estribeira,
Arrancando de primera,
Das mão desse Satanás,
A sorte é que veio atrás,
Ele, Matinta Perêra!


Virgulino, meu cumpade,
Sabendo dessas encrenca,
Tando com vida da avenca,
Vivendo lá c’a cumade,
Pensou na realidade,
Da vida do seu amigo,
E pediu preu vir contigo,
Prá te sarvá da peleja,
Ah! E que ele te deseja,
Munta sorte nos perigo...

Partindo sem mais dizê,
Sumiu numa ventania,
Me deixou na manhã fria,
Varejou sem perceber,
Nas mata do bem querer,
Foi correndo, foi na fé,
Não dexou nem seu chulé,
Na perna que lhe restava,
Adepois que eu reparava...
Nem tomou o seu café!!!!!

Mito

Trazer o gosto amargo dos meus ritos,
Em todas minha mágoas, penitente...
Cortando, livres, carnes e infinitos.
Vultos negros, partícipes, serpente...

Quero a mordaça, laços mais benditos,
A maçã, cortesã, mais veemente,
No gozo mais profundo, mais retintos.
Febre terçã, malária, inconseqüente...

Perambulas pecados e orgias,
Enleios, devaneios, meus veleiros...
Meus pecados urgentes, fantasias.

Falas! Eu não te creio, nem credito,
Teu vulto retorcido, meus janeiros,
Amar-te, poesia, dor e mito...