terça-feira, maio 23, 2006

CRÔNICAS - AS CASQUINHAS DE SIRI

Antenor foi um dos grandes amigos que a vida me deu, e a distância levou.
Menino muito inteligente e habilidoso, durante nossa infância fizemos uma “estação de rádio”, devidamente pirata, é claro.
Enquanto o proprietário da Radio Muriaé não descobriu de onde vinham as ondas que se superpunham as da sua emissora, devidamente registrada e autorizada, nossa brincadeira deu muito pano para manga.
Aliás, Antenor era um camarada muito engraçado, dono de histórias extremamente divertidas, uma delas a que conto agora.
Ao mudarmos para o Rio, Antenor, bom de papo e boa pinta, começou a namorar uma amiga da minha irmã, de quem nunca mais tive notícias ou mesmo que tivesse não iria falar o nome, pois a dita cuja já está casada há tempos.
Mas nessa época de solteirice e namoros, como é a maravilha da adolescência, Antenor e essa menina estavam namorando já há alguns meses, o que para essa fase da vida já é tido como “namoro sério”, quando resolvemos sair.
Eu, minha irmã e o casal.
Antenor, querendo agradar à moça, por sinal muito bonita, quando estávamos pedindo as refeições num restaurantezinho próximo ao Largo da Segunda Feira, na Conde de Bonfim, se não me engano, disse-lhe um “peça o que quiser” que teve seus desdobramentos meio que hilários.
Ao responder que queria “casquinha de siri”, o meu amigo mineiro e sem muitos conhecimentos sobre frutos do mar, gelou...
Ao me chamar para ir com ele ao banheiro senti que a situação do camarada estava ficando meia crítica.
Ao me perguntar sobre o que seria e quanto custaria a tal “casquinha de siri”, sugeri que ele desse uma olhada no cardápio, já que o preço constava nesse.
Sabidamente, como bom mineiro, Antenor antes de retornar à mesa, deu uma passadinha disfarçada, aproveitando-se do fato de que sua namorada estava de costas, pelo balcão e pedindo o menu, constatou que o preço da “casquinha de siri” não era tão assustador assim.
Ao voltar à mesa, disfarçadamente perguntou de novo à menina o que ela queria:
“A resposta pronta foi rebatida pelo meu amigo com ares de ‘generosidade”:
PEDE ENTÃO UMA DÚZIA SEIS PRA VOCÊ E SEIS PRA MIM...

CRÔNICA - DE ESPELHOS DE VENTOS E DE "INIMIGOS"

Essa que conto agora também se passou em Espera Feliz, mas sob um novo panorama e com personagens que me são bem caros.
Minha cunhada, Maria como boa evangélica que é, costuma andar com sua Bíblia a tiracolo, e isso lhe é por vezes, de extrema utilidade, como veremos a seguir.
Morávamos eu e minha esposa, Rita, num sobrado, na subida do Hospital, que para variar, como em quase todas as pequenas cidades fica situado estrategicamente, em cima de um morro.
Isso se dá pelo fato de que, nas enchentes, o Hospital deve como ultimo recurso, estar ao longe dos alagamentos que porventura ocorrerem.
No andar de baixo, moravam minha sogra, meu sogro, meu cunhado, Gilberto e minha sobrinha, Lady.
De repente, começa uma gritaria lá em cima, Gilberto ao descer, deixara a porta entreaberta e a porta do Guarda Roupas idem, e como em Espera Feliz as rajadas de vento são freqüentes, uma dessas rajadas fez com que a porta do armário se abrisse e Gilberto ao retornar ao quarto deparou com o brilho da lua refletindo no espelho entreaberto, assustando-se.
Maria, Bíblia em riste sobe rapidamente para o quarto e começa a exorcizar o dito cujo; amarrando e atando com as cordas firmes da fé o “inimigo”...
Não sei por que cargas d’água alguém, se não me engano meu sogro, resolveu subir ao ver tal gritaria e “amarramentos e t’esconjuros sendo proferidos em tal profusão”.
Ao perceber o que tinha acontecido, fechou, calmamente a porta do armário e depois a do quarto, liberando o mesmo para quem quisesse entrar.
Gilberto, meio que assustado, mas sem poder voltar atrás, sob pena de ser taxado de medroso, de súbito, se ergue e demonstrando “valentia” começa a proferir que “não estava com medo não, que tinha, junto com a sua irmã, Maria “vencido o Inimigo”!”.
Mal podendo imaginar que, a imagem “demoníaca” que vira era a sua própria, refletida no espelho clareado pela luz da lua...

CRÔNICA - ABORTAMENTO INCOMPLETO

Essa me foi contada por Maurício Padilha, amigo de infância de Muriaé, colega de faculdade no Rio, onde eu fazia Medicina e ele Bioquímica, companheiro de longas e inesquecíveis viagens a bordo do 634, linha de ônibus que dava voltas pelos subúrbios cariocas até, depois de hora e meia, nos deixar nas cercanias da UFRJ.
Quis o destino que eu reencontrasse o bom amigo na Espera Feliz que nos adotou e fez de nossos filhos conterrâneos também.
Conta-me Mauricio que, antes que eu me mudasse para lá, havia na cidade um ginecologista de muito renome, homem amável e que gostava muito da noite, companheiro de longos e proveitosos serões, geralmente movidos a generosos goles de cerveja.
Nas noitadas por Espera Feliz, várias vezes tive o prazer de encontrar e bebemorar a cada encontro, com essa figura simpática.
Tudo bem, voltemos aos fatos.
Na Exposição de Espera Feliz, viera dar um show um famoso cantor, já falecido e extremamente simpático.
Acompanhava-o uma elegante senhora, muito alta, com um rosto bonito, muito educada, perfumada, mas, para quem reparasse bem, apresentando um gogó, digamos para sermos discretos, um tanto quanto desigual com a feminilidade apresentada pela jovem senhora.
Apresentada ao nosso ginecologista, já meio “chumbado”, a “noiva” do cantor, se desfez em queixas um tanto quanto estranhas, estranhas de fato e estranhas à hora, pois já passava das três da manhã, o cantor já dera seu show e estava sentado à mesa, com os outros convivas.
Espera Feliz é muito próxima ao Pico da Bandeira e faz parte do Parque Nacional do Caparaó, portanto é extremamente fria, principalmente à época da sua FESTA AGROPECUÁRIA.
Nosso amigo solícito e gentil, se oferece para examinar a “noiva” do cantor.
Numa sala improvisada dentro da barraca do Rotary, onde se deu esse fato, ocorreu o também improvisado exame.
Nesse momento, surge o nosso amigo ginecologista empalidecido.
“Um carro, por favor, que o caso é grave”.
Ao ser indagado sobre o que estava acontecendo, ele olha para o lado e responde:
“Abortamento incompleto, precisa ser feita a curetagem com urgência!”CAI O PANO RÁPIDO... MAS RÁPIDO MESMO!

CRÔNICA - O VASO SALVADOR, OU NINGUÉM VAI RECLAMAR ESSAS FLORES

Edson Siqueira Lima grande médico de Espera Feliz, amigo e companheiro, bom contador de histórias, me falava das circunstâncias que cercaram o credenciamento do Hospital de Espera Feliz pelo INAMPS.
Havia um atendente de enfermagem no Hospital, cujo nome me declino de citar, sujeito muito prolixo e famoso por suas “tiradas” muitas vezes geniais, principalmente nos relatórios de plantão; verdadeiras peças de literatura.
Uma simples briga de marido e mulher transformava-se em uma novela melodramática, com as descrições das lesões superpondo-se aos relatos dos partícipes e testemunhas do entrevero.
Pois bem, era necessário que o Hospital obtivesse uma pontuação mínima para que fosse credenciado; tudo bem, mas a auditoria classificatória para tal credenciamento, por tanto tempo adiada foi, mercê do atraso nos correios, comunicada na véspera de ser executada.
A chegada de tal comunicação levou todo mundo a polvorosa; já que não daria tempo para completar alguns itens que estavam faltando.
Quando os auditores chegaram, esse enfermeiro, loquaz e simpático, começou a falar, não deixando nem o Diretor Clínico, o próprio Dr. Edson abrir a boca.
E foi um tal de cafezinho pra cá, aguinha gelada pra lá, simpatia distribuída a torto e a direito.
Lá pelas tantas, começa o nosso herói a mostrar os equipamentos exigidos pelos auditores, “Essa é a maca do pronto socorro, espera um pouco, Dr. Edson, leva os moços para conhecer o aparelho de RX”.
Edson sem saber nem o porquê tanta solicitude, levou os auditores ao RX, ao retornar a mesma maca, porém com um lençol diferente era apresentada como a “maca do Centro Cirúrgico” e assim foi.
A cada coisa apresentada, multiplicava-se por muitas, a cadeira de rodas velha e abandonada, nessa altura do campeonato já tinha sido mostrada 3 vezes, cada vez com uma nova vestimenta.
Tudo muito bem, tudo muito bom, mas no final dessa averiguação, faltava meio ponto para completar o total necessário para o credenciamento.
Os auditores, após discutirem muito e não aceitarem nenhum tipo de proposta, já estavam se retirando quando, lá do meio do corredor do Hospital surge o nosso enfermeiro escritor, com um VASO DE FLORES NA MÃO.
“Hei, esse vaso não merece meio ponto não?” arriscou.
Os auditores ou por cansaço ou pena por tal esforço sobre humano de agradar, aceitaram o vaso, e deram-se por satisfeitos, credenciando o Hospital.
Alegria à parte, Dr. Edson, com sua matreirice de sempre perguntou de onde havia surgido tal vaso de flores, ao que o nosso amigo, mais que prontamente esclarece o mistério.
Ao levantar o “vaso” é que se reparou que o mesmo não passava do cesto de lixo, com um pano à volta, já as flores... Com certeza o defunto que estava na capela esperando o sepultamento não iria reclamar os galhos de cravo e margaridas retirados às pressas...

CRÔNICAS, DE MACACO TIÃO AO SÍMIO TIÃO...

No Rio de Janeiro de grandes alegrias e de algumas decepções, o principal “candidato a prefeito” era o Macaco Tião, chimpanzé de gloriosa história no zoológico carioca.
O espírito jocoso do carioca já tinha criado o “candidato” Cacarecos, se não me engano um rinoceronte, e nos idos da década de 80, o Macaco Tião reeditava o sucesso do seu “companheiro” de partido.
Havia um conhecido nosso, homem muito simplório, mas de bom poder de comunicação, principalmente entre os porteiros, zeladores e empregadas domésticas e do comércio, nos arredores do Largo da Segunda Feira, onde morávamos.
O pacato cidadão era um senhor de idade mediana cronologicamente e da idade média, intelectualmente falando.
Tinha aspirações políticas e sua filiação ao partido de Leonel Brizola, o PDT, já daria, segundo afirmava, uma real possibilidade de se eleger vereador.
Já que contava com centenas, quem sabe milhares de votos entre os seus amigos, devido ao fato de ter contabilizado já alguns milhares de “votos certos”, pois, a cada um que respondia que iria votar nele, o caderninho com que andava na mão, marcava “mais um voto”.
Pois bem, no decorrer de sua “campanha” insólita, caiu na besteira de pedir um slogan a meu pai.
O velho Marcos Coutinho Loures, com sua habitual picardia e, interado da “campanha” pelo Macaco Tião associando-se ao fato de tal “candidato” se chamar Sebastião, saiu-se logo com essa:
“Dê uma banana aos políticos tradicionais, para vereador vote no SÍMIO TIÃO”.
Não é preciso dizer que o singelo camarada, adorou o slogan.
Mandou fazer alguns bottons e faixas com os dizeres supracitados.
Porém, um dia, eis que surge Sebastião irritado e querendo briga.
Meu pai, placidamente foi perguntar o porquê de tal irritação.
Algum demancha-prazer havia explicado a ele o SIGNIFICADO DA PALAVRA SÍMIO.
CAI O PANO RAPIDAMENTE!

CRÔNICAS - DE PERERECAS E ÔNIBUS

Nos idos do começo da década de 90, na minha amada Espera Feliz, morando com a minha primeira esposa e seus filhos, me recordo de um fato inusitado,
Marcos Davi, o mais velho dos meninos, com seus 17 ou 18 anos, não me recordo bem , ao viajar para o Rio de Janeiro, me surgiu com essa, que a memória faz questão de lembrar.
Nos ônibus que faziam a ligação Rio x Espera Feliz, começaram a surgir, do lado do passageiro, um suporte que era usado para colocar copos, latas de refrigerante entre outras coisas. Pois bem, como a viagem era noturna e o coletivo saia da Rodoviária de Espera Feliz às 22:00 e chegava no Rio de Janeiro por volta das 4 horas e meia, a partir de Carangola, apagavam-se as luzes do ônibus para melhor comodidade dos passageiros.
Bem, lá pelas tantas, os passageiros adormecidos, eis que um senhor bem idoso, com seus oitenta e poucos anos, começa a gritar desesperado.
Acenderam-se as luzes do ônibus e os passageiros acordaram assustados com tal gritaria.
Não é que o pobre senhor, desconhecendo a serventia dos “apoios” laterais, não havia colocado a perereca, vulga dentadura no tal buraco?
Então, esclarecido o fato, foi um tal de gente levantando-se de um lado e do outro, procurando pela prótese dentária do desalentado senhor.
E procura pra cá e procura pra lá , até que, lá num dos bancos de trás, já que com o balançar das curvas, a dentadura, fazendo jus ao apelido, tinha pulado para uma das últimas poltronas do ônibus, sob os pés desavisados de um rapaz que dormia, abraçadinho com sua namorada. Ao ver a tão desejada perereca em tal situação, o velho bradando contra o rapaz, acorda-o e, de súbito pega a dentadura e ali mesmo, como se tivesse reencontrado o principal tesouro da vida, recoloca-a na boca, sem ao menos lavá-la e com um ar de indignação misturado com o de satisfação, grita para o motorista:
-Ei, pode seguir viagem que já tou com a perereca na boca!
CAI O PANO RÁPIDO...

CRÔNICA - HISTÓRIAS DE PLANTÃO

Nas minhas andanças pelo interior de Minas, lá pros lados de Caiana, cidadezinha próxima a Espera Feliz, onde morei por vários e felizes anos, conheci um senhor, dessas antiguidades ambulantes que soem só serem encontradas nos grotões do país.
Um homem sisudo, caladão quase sem palavras.
Pois bem estava eu, um dia de plantão quando o enfermeiro me chama, lá pelas duas horas da manhã, para atender uma urgência, na verdade, um caso insólito.
Para minha perplexidade, o tal senhor me chamou de lado e me afirmou meio que envergonhado, que ao se levantar para ir à cozinha tinha escorregado e...
Não sei como, e também por respeito ao cidadão, cujo nome me recuso até a morte em declinar, segundo o próprio, ao escorregar, caíra sentado sobre uma cebola. Na hora não atinei bem para o fato, o quê que uma cebola poderia causar de mal a um cidadão?
Como ortopedista que sou, fui logo perguntando ao mesmo se tinha machucado ou se estava sentindo alguma dor, já meio aborrecido de ter sido chamado às pressas para atender um caso aparentemente sem maiores conseqüências, pois o cidadão estava caminhando com certa normalidade, embora sentisse que estava mais empertigado do que de costume.
Para meu espanto, aquele homem, tão sisudo, com aspecto de seriedade inconteste ao se ver sozinho comigo me disse:
- Doutor, o senhor não está entendendo, eu caí sentado sobre a cebola e... Como posso dizer? Ela entrou...
Tentei me atinar por que aquele senhor estaria desnudo àquela hora da madrugada, pois já passava das 2 horas da manhã, mas, na hora fiquei quieto, inibido talvez pelo inédito fato.
Claro que, a cebola seria expulsa naturalmente sem nenhum problema, mas devido ao constrangimento e pânico de tal cidadão, resolvi “ajudar a natureza”.
Pois bem, ao ser anestesiado o esfíncter, para minha surpresa, a cebola era das grandes e, pelo fato de estar devidamente intumescida, não foi muito fácil retirá-la.
A partir daquele dia, o “sisudo” senhor, cada vez que me encontrava, abaixava a cabeça, e nunca mais voltou ao Hospital, pelo que me consta, a partir daquele dia, sempre que sentia alguma coisa, se dirigia imediatamente à Carangola, cidade mais próxima, onde o risco de alguém saber de suas preferências, digamos, leguminísticas, eram desconhecidas...

ARREGAÇAR AS MANGAS - CUIDADO COM A CASCAVEL...

Desculpa engatilhada
A direção nacional do PSDB e a turma mais emplumada que gira em torno dela já têm a desculpa ensaiada caso Lula se reeleja: ninguém ganharia dele. É o que sugeriam pesquisas encomendadas pelo partido desde janeiro último.

E foi por isso que o PSDB preferiu entrar em campo com seu candidato de reserva, poupando nomes como os de José Serra e Aécio Neves. Assim, Alckmin se tornou um nome nacional e está pronto para futuros embates.



Essa observação, postada no blog do Noblat dá a exata dimensão do clima que se abate sobre a candidatura oposicionista à Presidência da República.
Nada mais que um sentimento de derrota que se demonstra ou como desculpa ou como uma realidade inconteste, LULA É IMBATÍVEL.
E nisso, eles têm razão.
Agora o fato de se colocar como positiva, a “nacionalização” do nome de Alckmin, principalmente se relacionarmos seu nome às condutas tomadas por esse com relação à crise de governabilidade por que passou o Estado governado por esse nos últimos 12 anos, é deveras, no mínimo cômica.
O fato de termos esse sentimento se abatendo sobre o tucanato e seus aliados, deve ser visto com o cuidado com que, ao aprisionarmos uma cascavel, mesmo que dominada, devemos ter.
O bote dos desesperados costuma ser arriscado, portanto, muito cuidado.
A cascavel, embora dominada, ainda está viva, e bem viva.
Mas, ao mesmo tempo, temos que pensar que a vida continua e a luta não pára aí; ainda temos muito o que fazer.
A eleição de Mercadante em São Paulo se torna ponto vital para a retirada do veneno da cobra.
Armas foram dadas pelos próprios tucanos, nos seus atos omissos e traiçoeiros para com os seus próprios aliados, e isso deve ser muito bem lembrado a cada dia, a cada instante, já que não é senão o retrato de uma realidade.
Não é figura de retórica não, é uma dura e cruel realidade , para aqueles que apostaram no neoliberalismo como forma de admnistração.
Urge, então, expormos a todos esse cenário.
Com relação aos outros Estados, devemos lutar para fazermos a maior bancada possível, tanto no Senado quanto no Congresso, pois nesse primeiro mandato de Lula, sentimos o quanto isso é essencial.
O PMDB, como partido de luta e de ideais próximos aos nossos, deve ter participação RELEVANTE, tanto na arquitetura quanto na execução de nossos programas socialistas.
Sendo de vital importância a sua colaboração, como co-autor desses projetos de um Brasil Melhor, mais solidário e mais digno.
Vamos à luta companheiros, a hora é de arregaçarmos mais e mais as nossas mangas, rumo à concretização do nosso sonho de LIBERDADE, mesmo que tardia...

PARA QUEM AINDA NÃO SABE DOS PODERES DO POVO

Com a cabeça inclinada, sonhando com um mundo melhor, adormeci nos meus tempos de juventude, dessa juventude esquecida há algum tempo em um canto qualquer, perdida e nunca mais encontrada.
Vivendo um mundo sem justiça, numa luta inglória pela liberdade, dom maior que poderia alguém sentir, me recordo dos meus tempos primordiais.
Criança em Muriaé, esperando o tempo de poder partir rumo à cidade grande, ver o mar desconhecido e poder, nessa vida, obter meu diploma e, através dele exercer o que sempre fora um sonho.
A medicina foi um dos meus primeiros amores, poder cuidar de outras pessoas nos seus momentos de dor e angústia, é um lugar-comum para várias e várias pessoas.
Meu pai, professor estadual em Minas, a exemplo de minha mãe, me dava, com suas ações e pensamentos, uma idéia libertária que, durante minha vida toda, tanto profissional quanto pessoal, foi o meu norte e meu sonho.
Muriaé é uma cidade extremamente conservadora, baseada em oligarquias de tempos idos, perpetuadas por histórias de extrema violência contra a cidadania, porém tem seus mártires e a esses dedico muitas das minhas páginas.
Mudando para o Rio de Janeiro em 1978, deparo-me com uma outra realidade, onde a gente podia pelo menos dizer algumas coisas, não sem ter medo, mas medo é palavra desconhecida para quem sonha, principalmente se o coração for jovem.
E esse era meu caso, menino criado libreto nas matas mineiras e, agora, em contato com o vento do mar, o cheiro da maresia e o gosto da liberdade mais profundamente arraigado.
Passaram-se os anos e algumas frustrações, as Diretas-já, a eleição de Collor, e a juventude se esvaindo entre essas decepções e algumas alegrias, que se mostraram depois outras frustrações.
A eleição para o Governo Estadual, trouxe meu primeiro voto, e Brizola foi eleito, mesmo com todos os artifícios montados pelo Sistema Roberto Marinho de Apurações...
Mas, ao começar a trabalhar, em estágio remunerado no Hospital Getúlio Vargas, diante da falta absoluta de condições de exercício de minha profissão, tanto a nível de material quanto a nível humano, presenciando fatos que me dão tristeza só de recordar, vejo a classe médica em GREVE e, contrariando todas as expectativas, o CAUDILHO, intervém nos Hospitais.
A greve foi tratada de forma tão arbitrária quanto absurda, por quem se dizia democrata e vítima do autoritarismo.
Até a agressão física contra os profissionais foi estimulada por LEONEL.
Portanto, a partir daí, decepcionado com o Velho Engenheiro, resolvi partir para uma atuação mais ligada ao Socialismo, ao comunismo mesmo, tendo votado em Marcelo Cerqueira e João Saldanha para a prefeitura carioca…
Depois veio a eleição de 1986 para o Estado, e meu candidato Fernando Gabeira, perdeu; o Rio começara a dar suas guinadas para a Direita, com a eleição de Moreira Franco.
Brizola reelege-se depois, mas nesse meio tempo, comecei a me encantar com o PT, votando em Lula no segundo turno da eleição para presidente e, depois para Jorge Bittar na eleição para a prefeitura do Rio.
Transferi-me para Minas, onde acompanhei, à distância, mas com o coração vermelho; muitas vezes sangrando, outras esperançosamente batendo, o impedimento de Collor, o Governo Itamar Franco, e as reeleições de FHC.
Em Minas, o PT se amadurecia com excelentes Governos em Belo Horizonte e em outras cidades, mas os Hélio Garcias e Newton Cardosos da vida ainda mandavam e desmandavam.
Após os oito anos de FHC, eis que ressurge, no coração do Brasil, o nome de Lula, vem a eleição e, para a alegria intensa de quem tanto sonhara com esse momento, GANHAMOS.
Lula no PODER, MAIS QUE ISSO, o SOCIALISMO NO PODER!
Algumas coisas logo me pareceram diferentes do que imaginara. Mesmo com o crescimento do PT sonhado e cortejado, a eleição de Lula tinha um aspecto interessante: não fora o PT que ganhara a eleição, embora seu crescimento tenha sido evidente.
Quem ganhou foi Lula e, acima de Lula, a esperança de um povo espoliado e explorado até a medula pelas centenas de anos de ditadura econômica e social.
Esse aspecto precisa ser analisado da seguinte forma: as denúncias contra o PT NÃO SOARAM COMO CONTRA LULA para a grande massa de famintos e explorados desse país.
A pobreza teve a sabedoria de diferenciar um do outro, não foi uma ação de cima para baixo, mas ao contrário.
Lula não decepcionou, em momento algum, àqueles que não votaram partidariamente e sim, PELA ESPERANÇA.
Todas as análises feitas até hoje não contam com este aspecto, simplesmente são feitas em cima ou do partido ou do Governo, em suas políticas econômicas.
O povo brasileiro não quer e nem pode saber de quaisquer denúncias de cunho eleitoreiro ou “pseudo-moralista”.
O iniciar de uma INCLUSÃO SOCIAL da grande massa pobre desse país foi e é sentida a cada dia, no dia a dia da maioria do nosso povo carente.
E o nosso povo é extremamente carente, em todos os aspectos, desde sociais até alimentares e de sobrevivência mesmo.
Muito me emociona quando vejo, nos olhos daqueles que passaram fome e foram relegados a um subnível social de extrema agressividade, vítimas de um modelo social ESCRAVAGISTA e despudoradamente, IMORAL, o brilho da ESPERANÇA.
Isso não pode ser avaliado por quem nunca teve contato a sério com esses grupamentos. Normalmente, esse contato é extremamente superficial ou paternalista.
O cheiro do povo afasta muito as elites que trazem mesmo nas suas formas ou assistencialistas ou pseudo protetoras, como nas ONGs e em alguns movimentos sociais que não se aprofundam a ponto de tocar, lamber e cheirar a chaga exposta da miséria.
E isso é compreensível, pois muitos de nós, apesar da visão positivamente cristã ou basicamente solidária; somos raramente inclusivos, no dia a dia, nas formas de ver o mundo, no paladar e no sabor de SER POBRE e miserável neste país.
Pois bem, Lula o é, oriundo da fome e da miséria, tem o verdadeiro sentido do que e porque o povo necessita deste COMPARTILHAMENTO.
Suas origens caboclas, verdadeiramente caboclas e não no aspecto “pé na cozinha” que foi criminosamente colocado por FHC, num desrespeito absurdo à fome, e à miséria, dão a Lula o saber sentir o cheiro dele mesmo, de seus pais, de seus irmãos, do BRASILEIRO POBRE E OPRIMIDO.
Seu sentido de FAMÍLIA E ORGULHO é próprio do nosso camponês, do nosso povo; quando se tentou misturar os desatinos da família do nouveau riche Alckmin na campanha, Lula reagiu com indignação; a mesma que teve quando, num dos maiores crimes eleitorais e humanos desse país e sem a devida punição aplicada até os dias de hoje, Collor utilizando-se da fraqueza moral e econômica de uma ex-companheira de Lula, forjou uma vergonhosa e asquerosa mentira.
O sentido de religiosidade de Lula, como o de todo o povo miserável deste país, teve na absurda e desnecessária colocação de um desconhecido arcebispo de quem não me recordo e prefiro nem recordar o nome, chamando-o de “caótico” em substituição ao católico de que Lula se orgulha tanto.
Esse disparate, senhor arcebispo e com letra minúscula mesmo, foi a maneira mais idiota que alguém poderia se referir a quem veio desse povo que, pelo que demonstras, não conhece caro clérigo.
Outra coisa que chama a atenção é a sabedoria de Lula, ou seja, do nosso povo oprimido de saber esperar, de ter a paciência de não julgar quem quer que seja o de saber negociar, mesmo em condições adversas.
O saber conhecer a dor do outro faz com que a nossa seja mais fortemente superada, da mesma forma, saber que a bravata de um Evo Morales, não é nada mais nada menos que o grito do, tão oprimido quanto Lula e seu povo, índio boliviano.
Quem não conseguir entender isso, nunca poderá entender Lula.
A inauguração, no Brasil, do sentido real da DEMOCRACIA, nos traz esse alento, o maravilhoso vento tempestuoso do despertar de quem viveu a quase mendicância real.
Nosso povo, para quem Caviar é uma música de Zeca Pagodinho e champanha é o espumante do dia de Natal, se tanto, adora ver Lula sendo homenageado, para desespero de FHC e elite, no mundo inteiro.
Quem esteve com a Rainha da Inglaterra não foi Lula, foi cada um dos pobres e miseráveis desse país.
Quem conversa e é aplaudido na França é o povo miserável.
Entendo o medo das elites, representados pelas Torlonis e Reginas Duartes da vida, é O MEDO DO POVO, que tem o cheiro do Suor e é banguela, sem dentes, sem sapatos de marca, mas com extremo ORGULHO DE ESTAR NO PODER.
Lula é IMBATÍVEL, pois o POVO é imbatível.
Nada mais bonito que podermos ver essa transposição do nosso sofrido e esmagado povo para o Planalto Central e para a humanidade inteira.
Quando Bono elogia Lula, ele está elogiando o nosso povo. Mesmo que não conheça esse povo de perto, o fato de ter se apaixonado pela figura simpática e simples de Luis Ignácio, demonstra o quanto nosso povo é amável, afável e surpreendentemente, para as elites, cativante.
Para encerrar, pois muito me alongo nessa dissertação, queria lembrar a todos que o brasileiro deve ser tratado com todo o respeito e dignidade, coisa que as oposições não fizeram.
O agredir Lula é agredir esse nosso povo, se o chamarmos de CACHACEIRO, IGNORANTE, CAÓTICO, DESPREPARADO, ESTAMOS CHAMANDO O POVO DISSO.
E ninguém faz isso impunemente; portanto analistas de primeira e de última hora, se quiserem ser ouvidos e respeitados, RESPEITEM O NOSSO POVO!

CRÔNICA - DOS "DEMÔNIOS" E DA HISTERIA

O radicalismo religioso tem seus efeitos nefastos, além da criação de um Garotinho da vida.
Mas também tem seus aspectos cômicos, trabalho no Pronto Socorro Municipal de Guaçuí – ES há vários anos e acumulo muitas histórias dos mais variados matizes, no dia a dia dessa profissão, um tanto quanto difícil, mas com seus momentos curiosos.
Pois bem, num dos muitos plantões que participei, me lembro de um em que não protagonizei, mas testemunhei.
Estava já no final do plantão diurno quando, lá pelas 6 e meia da tarde de um domingo, se estabeleceu uma confusão na porta do PS.
Um aglomerado de pessoas trazia um cidadão pelos braços, se debatendo ferozmente e grunhindo desesperadamente, fazendo um alarde enorme e assustador.
Na frente havia um senhor, já com seus 60 anos de idade, portando uma Bíblia na mão e, sem sucesso, tentando exorcizar a qualquer preço tal “endemoniado”!
A situação se agravava a cada momento e, como estava defronte a um caso clássico de conversão histérica, já tinha pedido para a enfermeira preparar uma medicação sedativa, quando um amigo meu, que estava no Pronto Socorro naquele momento, se saiu com essa:
-Espera um pouco que eu vou resolver isso!
Saí de perto, já que o colega, mais experiente em assuntos de “demônios e afins” tinha tomado o pulso da situação.
Qual não foi a minha surpresa quando, de repente, ouvi o estalar de vários bofetes na face do “demônio” e os gritos de:
-Sai capeta! Some desse corpo capeta! Abandona esse corpo que não te pertence capeta!
Paralelamente a isso, várias pessoas, com as Bíblias abertas oravam sobre o “espetáculo” dantesco!
No meio dessa cena meio hilária, meio confusa, eis que o “demônio”, realmente com medo dos tabefes, some e abandona o corpo do pobre cidadão.
Ao abandonar a vítima, deixou-a meio inerte e assustada, afirmando:
- Pastor, o quê que aconteceu, pastor...
A partir desse dia, pelo menos aos domingos, o “diabo” deu férias ao pobre cidadão.
E o colega, médico e pastor, passou a ser o “exorcista” mais eficiente, da cidade...

CRÔNICA - POR QUÊ LULA?


Nesses últimos dias,quando vou a Espera Feliz, lá pras bandas de Minas Gerais, onde trabalho há longos e deliciosos 16 anos, costumo reencontrar velhos amigos e, quando o tempo permite, converso com um ou outro conhecido sobre temas vários, e a política, obviamente é um dos temas, afinal mineiro adora “politicar”.
Pois bem, tenho tido várias respostas a uma pergunta que insisto em fazer quando a resposta é, e quase sempre é essa, Lula. -Por quê?
Dentre todas as que colecionei uma das que mais me chamou a atenção foi a dada pelo Chico Ribeiro, sujeito simples, quase que simplório católico fervoroso de não perder missa e nem poder ouvir “capeta” que faz sinal da cruz e diz o inevitável “cruzincredo, Ave Maria!”.
Ao contrário da maioria das vezes, nas quais o povo me responde que ou é por causa do Prouni ou, até mais comumente, por causa do Pronaf, já que a região é formada por pequenos agricultores em múltiplos minifúndios baseados na agricultura familiar e na cafeicultura, Chico me surpreendeu ao responder:
-É por causa do “cheiro” dele!
-Como, Chico, você pode me responder desse jeito, se você nunca teve perto dele, se Lula nunca veio pra essas bandas daqui e, pelo que me consta, você nunca foi pra longe de Espera Feliz?
-Né não doutor, eu fui algumas vezes em Carangola e outras em Guaçuí, só fui em Belo Horizonte uma vez, mas eu tenho televisão em casa!
Intrigado com a resposta, disse, brincando a Chico Ribeiro:
-Õ Chico, eu sei, mas pelo que me consta ainda não tem televisão que “transmite” perfume ainda não, seu moço.
Então ele, na sua simplicidade, se saiu com essa pérola:
-Doutor Marcos, eu to falando do cheiro dos olhos dele...
Então pensei, repensei e cheguei à conclusão que Chico tinha razão.
O cheiro dos olhos de Lula é o cheiro da esperança, e só quem “ama é capaz de sentir esse doce perfume, o perfume dos olhos”!

SANGUE, SUOR E LÁGRIMAS

Da derrocada do Império Norte Americano e suas conseqüências.
A queda da Bolsa no Mundo Inteiro ontem, teve um aspecto extremamente preocupante a curto e médio prazo, mas ao mesmo tempo serve de alerta a todos os “irresponsáveis” que lutam ferozmente contra o socialismo, trazendo uma bandeira “neoliberal” como “forma de transformação e melhoria de vida”.
O caos administrativo de Bush, ao comprar guerras que não lhe pertencem , levando os EUA a um Vietnã mil vezes ampliado, está levando seu país à bancarrota, com uma sangria diária tanto moral, quanto política e, pior econômica.
Todo gigante quando cai, trás, nessa queda, destruição e tremores de terra, e a queda do gigante americano não está sendo diferente.
Tivemos, nesses dias, uma pequena demonstração do que isso pode e irá causar sobre o equilíbrio econômico político da humanidade.
E isso será, num primeiro momento, catastrófico, como podemos observar durante esses dias.
No dia 22 de maio, por exemplo, as bolsas chegaram a cair em até 10 e 11 por cento na Índia e na Rússia, no Brasil, essa queda foi em torno dos 4 por cento, grande, mas relativamente menor.
A Guerra do Iraque, sem fim e sem final previsto, enquanto não se tornar uma guerra civil franca e extremamente sangrenta, por conta da inadmissível e injustificável intervenção dos EEUU e da Europa, ferindo o direito da autodeterminação dos povos, consome cada vez mais dinheiro e vidas.
O povo americano, cada dia que passa está pagando uma conta que não é sua, simplesmente para alimentar o sonho belicoso de um débil mental sem nexo e coerência, em troca de votos ou de uma “vingança” contra um terrorismo criado e alimentado pelos desgovernos republicanos.
A idéia de acabar com o comunismo no mundo, iniciada no “cow-boy” classe B Ronald Reagan, depois continuada por George pai, criou pelos apoios “estratégicos” dado a Saddam, na guerra contra o xiísmo iraniano e a Bin Laden contra os soviéticos nas décadas passadas, gerou um desequilíbrio ímpar na região do Oriente Médio, onde a religião se mistura com política, necessariamente.
A luta incessante, muitas vezes com razão, como no caso da autodeterminação palestina, gerou, ao longo das décadas, um sentimento anti-semita e anti-norteamericano de gravíssimo teor.
Ao se imiscuir nesse barril de pólvora, sem ter ao menos o respeito às diferenças regionais e religiosas, transformou um barril de pólvora em nitroglicerina pura e com seus agravantes econômicos e sociais.
Toda e qualquer violência, além de espúria, gera um reação, mesmo que tarde, porém nunca tardia.
E isso ocorreu no 11 de setembro, nada mais nada menos que uma reação , em menor escala, diga-se de passagem, à violência impetrada pelos Estados Unidos no decorrer das décadas anteriores.
O pânico gerado pela agressão, feita a um povo que tem por costume agredir, sem nunca ter sido agredido em seu solo anteriormente, CRIOU um FANTOCHE espúrio e inconseqüente, com teor intenso de paranóia e esquizofrenia moral: o fantasmagórico Bush.
Sua intervenção no AFEGANISTÃO, contra aqueles que protegera e ajudara , associou-os aos já rancorosos antes destruídos pelos mesmos EUA e, volta e meia temos ações contra soldados e agentes americanos que, a cada trapalhada contra civis aumenta o rancor e alimenta o ódio antiyankee.
Já no Iraque, as coisas chegaram às raias do absurdo. Sob uma desculpa esfarrapada e nunca comprovada, contrariando e desmoralizando a ONU, esse mesmo “aprendiz de Forte Apache”, invadiu um país, cujo equilíbrio religioso e bélico é extremamente frágil, se associando com alguns puxa-sacos de sempre e, a esmo, tentando impor um modelo ocidental sobre uma cultura difícil de ser compreendida, por quem não pertence a ela.
O desrespeito gera a reação e essa está no dia a dia estampada nas manchetes dos jornais.
O número de mortos ainda se avoluma e a Guerra Civil que ocorrerá após a saída inevitável das “Forças de Ocupação”, ainda nem começou. Essa lambança de Bush gerará um dos maiores genocídios da História, inevitavelmente.
Enquanto isso, ao ladrar contra o Irã sem, efetivamente, ter forças para poder encarar mais essa Guerra, Bush demonstra que sua fragilidade está cada vez maior e, inevitavelmente terá que capitular.
Enquanto isso não ocorre, vivemos o começo do desmoronamento do Grande Império do Século 20, formado sobre ideais democráticos e morrendo sob a tutela de um oligofrênico.
Quem poderia prever que um país como os Estados Unidos, baseado na importação e fomentação de seus próprios gênios em todos os setores, desde os culturais e esportivos aos científicos e econômicos viessem a capitular e desmoronar sob a orquestração de um débil mental.
Devemos nos preparar para esse novo capítulo da História, de capital importância para a evolução do ser humano, com a morte do liberalismo e capitalismo nos moldes norte americanos, com o nascimento obrigatório do Socialismo democrático e Ocidental, essa transformação custará, parodiando Churchill, LÁGRIMAS, SUOR E SANGUE, mas é necessário, embora cruel.
O Brasil terá tudo, por fatores energéticos e estratégicos para, ao lado da China e Rússia, capitanear esse NOVO MUNDO.
Quem viver, verá, sofrerá, mas resistirá.

DO CRIADOR E DA CRIATURA

Segundo notícia postada na Folha de São Paulo: http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u78802.shtml temos que observar dois aspectos:
Ou o Governador de São Paulo é mentiroso ou o EX Governador o é.
Pelo “banho de ética” dado por Alckmin na sua longa gestão à frente do Governo Paulista, não é difícil perceber com quem está a razão.
Outra coisa que chama atenção é o fato de Geraldo Alckmin achar que sua campanha está muito bem e que 20%, com tendência a queda é sinal de que é carismático e dá-se por satisfeito por esse desempenho.
A se perceber que, com a destruição midiática de Anthony Garotinho, bombardeado pelo braço escrito da candidatura PSDB/PFL, a famigerada e inconseqüente VEJA, realmente, o segundo lugar nas pesquisas se consolida, embora ainda tenhamos o “RISCO ENÉAS”, que ainda não pode ser desprezado.
Outra vez me chama atenção quando ao afirmar que em sua gestão “houve queda da taxa de homicídios”, tenta retirar a culpa sobre si e jogar nas costas de Lembo a responsabilidade pelo “Carandiru a céu aberto”, visto nos últimos dias, além de alfinetar o seu “desafeto”.
Em momento algum afirma se tinha ou não tinha tido notícias, ainda em seu governo, do que ocorreria, e se teve porque foi omisso!?
No longo período em que esteve à frente do Governo Paulista, realmente não houve rebeliões nem na FEBEM nem no sistema penitenciário paulista, a formação do PCC é simples figura de retórica, ou ilusão de ótica quiçá tenha sido “invenção desse pessoal dos direitos humanos”.
O que me apavora, como morador de outro Estado, Espírito Santo, vitimizado pelo crime organizado sob os auspícios da impunidade do governo tucano anterior, com a não punição de José Ignácio e José Carlos Gratz, é a possibilidade de reacender-se a chama da impunidade e da incompetência demonstrada por Alckmin.
Se a Segurança Pública será o tema principal de seu programa de Governo,convenhamos, estamos fritos.
Um “candidato que promete um “choque ético”, como se fosse uma nova ‘vassoura” janista e tem a cada dia um escândalo de corrupção ou de má utilização do dinheiro público e depois promete um “choque de gestão” e participa ativamente do entreguismo do patrimônio público, nos apresenta como “choque de segurança” o que redundou no caos paulista é de assustar.
Cada vez mais, tenho a visão clara de que o voto contra Alckmin, em qualquer outro candidato é uma questão não só de luta pela salvaguarda do que resta de Brasil, como também e, principalmente, um voto favorável à SEGURANÇA PESSOAL E CIDADANIA.
Caro Alckmin, não faça campanha contra você mesmo, não necessitas disso para disputar com Enéas a preferência da ultra direita conservadora brasileira, Enéas tem mais carisma, né Tasso?
Acho terrível a imagem, mas bicho de bico comprido me lembra um personagem infantil narigudo, cujo criador Gepetto, nunca iria imaginar que no Brasil, surgiria outra criatura tão parecida...

DO BOM SENSO E DA CIDADANIA

22 de maio de 2006 -

BRASÍLIA - A Comissão de Ética Pública da Presidência da República entendeu que o ministro da Justiça não cometeu nenhuma infração ou foi aético ao levar à casa do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, no dia 23 de março, seu amigo e experiente advogado criminalista, Arnaldo Malheiros Filho, para discutir os tipos de crimes que teriam sido cometidos com a quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa.
Leonencio Nossa e Tânia Monteiro (estado de são Paulo)

Essa notícia demonstra que o bom senso prevaleceu. Até que ponto pode ser proibitivo uma pessoa, independente de quem quer que seja e em que situação esteja pedir a indicação de um amigo ou a outra de suas relações sobre a indicação de qualquer profissional para assisti-lo em uma situação que necessite.
Seria muito difícil entender até que ponto não poderíamos, por qualquer motivo, perguntar a um médico sobre qual colega esse indicaria se estivéssemos necessitando; ou um odontólogo, ou um advogado.
A insistência da oposição em tentar transformar esse fato corriqueiro em um cavalo de batalha demonstra, na verdade, a que ponto ou vai à tentativa a qualquer preço; mesmo o da lógica e da liberdade, não digo de um Ministro, mas de um homem comum, um cidadão, em fazê-lo, ou a visão torpe dessa do que seja DIREITO E CIDADANIA.
Obviamente, os dois aspectos têm que ser analisados; sem nenhum preconceito e sem qualquer aspecto ideológico.
Temos visto, muitas vezes, a assistência a esse nível dada por ADVERSÁRIOS, quer no campo político, econômico ou religioso.
A tentativa a qualquer preço de coibir esse tipo de relacionamento entre pessoas, é tentar PROIBIR A CIDADANIA.
O fato, vindo de quem veio, e da maneira que foi colocada não me causa espanto, pois muitos dos membros da oposição brasileira ascendem ao tempo da ditadura, onde os direitos do homem e do cidadão eram colocados em segundo plano.
Recordo-me da tentativa absurda de “fritarem” a qualquer preço, o Ministro Márcio Thomaz Bastos, de forma absurda e ditatorial.
A bem da verdade, isso demonstra o total desequilíbrio e irracionalidade a que chegou os vários grupos opositores brasileiros.
O desespero e a vontade de atingir a qualquer preço, o Presidente da República de forma racional ou irracional, levam a figuras de retórica contra sensuais como essa.
Mais uma vez, como em tantas outras, o bom senso prevaleceu.
E tudo volta à normalidade na República, para o bem da democracia e da cidadania.
Fica talvez a lição a ser aprendida; OS MEIOS NÃO JUSTIFICAM OS FINS, pois a impressão que resta é a do golpismo a qualquer preço, mesmo que das liberdades pessoais ou coletivas.