sexta-feira, dezembro 01, 2006

AMIZADE

Em meio ao abandono, na natura,
A aranha tece a teia que protege,
A natureza sábia assim a rege
Num ato de defesa e de ternura.

Aranha, sem saber bem o porquê,
Defende-se das tramas da batalha
Nas tramas que constrói em cordoalha,
Não sabe mas destino se antevê.

Assim como essa aranha, um passarinho,
Demonstrando também sua defesa
Num ato de beleza e de pureza.
Constrói, para os filhotes, o seu ninho...

Ao ver o homem quase abandonado,
Exposto à dor temível da quimera.
Que nasce da paixão e degenera
E traz, sem perceber, um triste fado,

Exposto à valentia e sofrimento
Exposto a tais espinhos, pela vida,
Da solidão, saudade, tão doída...
O Nosso Pai criou um sentimento

Que mata a solidão e a saudade,
Supera o desengano da paixão.
Protege nosso frágil coração:
A força alentadora da amizade!
Trago impressa, em minha alma, a tatuagem
Marcada por amores impossíveis...
As tintas são por vezes invisíveis
Mas trazem os sinais da tua imagem.

Vivemos um amor de mansa aragem,
Em tempos que passamos mais incríveis.
Porém em nossas cruzes indizíveis,
As dores prepararam u’a viagem.

A cicatriz que trago não se acanha.
A mão tão delicada já me arranha,
O medo me transtorna totalmente.

Não deixo de sentir, por ti, desejo;
Embora em teu carinho, um relampejo.
As garras me feriram plenamente.
Ser bom é quase ser feliz; ser bom é ter na tristeza um sorriso e na dor um prazer. Malba Tahan


De tudo que sonhei na minha dura vida,
Achei felicidade em momentos atrozes.
O sorriso que dei nas mãos dos meus algozes;
A lua que ilumina em noite vã, perdida;

A hora em que me encontro, em plena despedida.
A mansidão que tenho, em garras mais ferozes.
Veneno que me cura em tão suaves doses.
A mão que me maltrata, a que é oferecida.

Aprendo com o não, me ensina mais que o sim...
E com isso o perdão, é meio e também fim;
A dor que compartilho ensina-me a viver.

Entendo o sofrimento assim como a alegria.
A noite tenebrosa aguarda um belo dia.
Ser bom, quase feliz, da dor tirar prazer!
Se você julga as pessoas, não tem tempo de as amar. Mark Twain


Tantas vezes errei, isso eu reconheço.
O mundo em minhas mãos, buscava num segundo.
As falhas que carrego invadem nosso mundo.
O teu olhar mordaz, às vezes, eu mereço.

Mas tanto procuraste e me viras do avesso,
Que cada vez que vens num mar negro e profundo
Sem chance de escapar, a teus olhos me afundo.
Das quedas que sofri, algum mero tropeço,

Gerando tempestade em simples copo d’água,
Aumentam, com certeza, e transformam-se em mágoa.
Peço-te a caridade, enfim de perdoar...

E perdes tanto tempo, o nosso amor sem paz.
Eu não quero um verdugo e nenhum capataz;
Perdendo, em julgamento, o tempo que é pr’a amar!
Se você diverge de mim, não é meu inimigo, você me completa. D. Hélder Câmara


Entre nós, diferenças benfazejas.
Sem medo nem sequer uma disputa.
Quem ama não pretende alguma luta.
O que quero, nem sempre tu desejas.

Se somos diferentes não almejas
O sonho que trazemos se desfruta
Sem medo de morder a mesma fruta.
Se queres não procuro essas cerejas.

A vida se reparte e se completa.
Num ato meritório de um poeta,
Amor e compaixão, a forte liga

Que trazem antagônica certeza
De termos descoberto que a beleza
É ter na diferença sua amiga!

Ruth

: Plena de beleza, bela


Teus olhos, dois luzeiros da esperança;
Clareiam a penumbra de minha alma...
Tua voz tão macia sempre acalma,
Minha vida, ao teu lado, sempre avança!

Mas quando a conheci a forte lança
Da vil desilusão deixara trauma
Meus olhos não sabiam de vivalma
Que pudesse matar desesperança...

Um dia, caminhando, de repente,
Na noite sem saber sequer da lua,
Ao ver-te imaginei que ali na rua

A lua se fizera então em gente
E fosse iluminar minha tristeza.
Em Ruth plenilúnio da beleza!

Rosana

: Rosa graciosa; forma feminina de rosário


Recebo teu carinho como um beijo
Da mocidade esquecida no passado.
Meu mundo tantas vezes naufragado
Em erros e mentiras, tenho pejo

De tudo que já fiz e não desejo
Repetir. Coração abandonado
Nas esquinas cruéis, um triste fado.
No carinho ressurge um relampejo

De esperança e de sonho, ser feliz...
No jardim de minha vida, a flor de lis
Já morreu, vitimada e melindrosa.

Agora que surgiste, minha amiga;
A vida já se faz ternura antiga,
Bela Rosana, a rosa graciosa...

Rosa

: Uma referência à flor de mesmo nome

De todas essas flores do jardim
És bela e tem mistérios indizíveis.
Os perfumes e espinhos são incríveis
Tradução para amor. Teu mundo em mim.

Branca, amarela, rosa, carmesim,
De cores e matizes impossíveis
Representa a beleza em todos níveis.
É fonte do desejo: início e fim.

Das flores, dos amores, a princesa.
Transmites a total delicadeza
Nas pétalas que ostentas, orgulhosa.

Perfuma quem teu nome pronuncia.
Os sonhos mais felizes anuncia
O brilho de teus olhos, minha Rosa!

Roberta

: Brilhante, famosa, ilustre


O teu nome se espalha no universo,
As estrelas te querem conhecer.
A lua, com certeza quer saber
A musa que me inspira nesse verso.

Quem perdeu tanta vida e foi disperso,
De repente, começa a descrever
A magia fantástica de um ser
Divino. Quem amou sabe que adverso

Sentimento maltrata e pede cura.
A noite que vivi foi tão escura.
Do peito, uma janela, sempre aberta.

Mas não vinha, sequer, resto de luz.
De repente brilhante sol produz
Efeito alucinante enfim. Roberta!

Rita

: Uma referência à flor margarida

Quando amor parecia tão distante,
Um sonho inalcançável, impossível,
Tristeza se mostrava em invencível
Combate por um dia mais brilhante.

E quando eu procurava, a todo instante
Poder ressuscitar um sonho incrível,
Ser feliz; aparece mais visível
O rosto da mulher mais deslumbrante...

Dos mares que mergulho, tal beleza
Trazendo-me, de novo, uma certeza:
Minha vida será muito bonita...

Nos jardins que plantei em minha vida,
A mais bela das flores, margarida.
Meu derradeiro sonho, amada Rita!
Rir de tudo é coisa dos tontos, mas não rir de nada é coisa dos estúpidos. Erasmo de Rotterdam

Desculpe se lhe falo com franqueza
Se pensa que conhece quase tudo,
E por isso se esconde, carrancudo,
Nesta fantasia sem beleza;

Lhe falo meu amigo e companheiro,
A vida não se esconde desse jeito.
O mundo pode ser tão imperfeito,
Mas tem o seu encanto verdadeiro.

As coisas por difíceis que pareçam
Não devem ser levadas ferro e fogo,
Quem mata essa criança perde o jogo
Não deixa que essas nuvens espaireçam!

Vestido de total iniqüidade
Vencido pelas urzes do caminho.
O canto que enobrece o passarinho
Não pode ser deixado na saudade...

Tanto riso, eu concordo, sem sentido
Nos fazem parecer como boçais.
Nos trazem sentimentos que jamais
Podemos desprezar no nosso olvido.

Quem ri-se sem saber como e por que,
Parece que não traz discernimento
E, vago, se dilui em pleno vento,
Não sabe nem sequer onde e cadê.

Porém quem nunca ri mostra, talvez,
Últimos estertores da esperança.
Da vida, já rompidas alianças.
E plena sensação de estupidez!

Renata

: Renascida, nascida novamente


Amor faz seus milagres, não se esqueça.
Nos mistérios da vida, na esperança.
Amor quando real o mundo alcança
E por vezes, nos pega e prega peça.

Amor que nos domina alma e cabeça,
É força tão sutil, nem sempre mansa
Que trama e nos comporta. Uma aliança
Que nunca apareceu quem a impeça.

Meu verso me recorda de teu beijo
Que rima, inevitável com desejo
Embora tantas vezes fez ferida.

A minha alma depois que tu partiste,
Aos trancos e barrancos vive triste.
Quando virás Renata, a renascida?
Remorso é a indigestão da alma. P. Veron


Não quero comentar sobre o que fiz.
A vergonha me toma por inteiro,
Quem fere seu amigo verdadeiro,
Merece, neste mundo ser feliz?

Desculpas não invento pois não tenho,
Os erros cometidos não mais voltam,
As mãos que acariciam se revoltam
A dor não posso dar como um empenho.

Bem sei quanto quiseste esta mulher
As noites que passaste sem dormir.
Não posso e nem pretendo te ferir
Mas faças neste instante o que quiser.

Às vezes escondidos sob um manto
De placidez serena e tão tranqüila,
A boca que nos beija já destila
A lágrima que fará o nosso pranto.

Só posso te dizer que está comigo
Aquela por quem, tolo, definhaste.
Se corto tuas pernas, tiro a haste,
Perdoe mas eu tento e não consigo

Me afastar.Se sou lume ela é falena
Depois do amanhecer; sol –helianto
As notas musicais de nosso canto
Confundem-se na mesma bela cena.

Eu amo, nos amamos, somos uno.
Nas noites que dormimos, mesmo sonho.
No mar que freqüentamos, sol risonho,
Sereia que se deu a deus Netuno...

Porém eu já percebo tanta dor
Trazida pelo vento dolorido
Do remorso de termos te traído
Na face, essa vergonha, esse rubor!

Regina: Rainha

Em todo o teu passado tanta glória.
Os que mares distantes navegaram
E seus feitos, amores, registraram
São páginas perdidas desta história...

Tantos deuses, em vão, te cortejaram
A dama de beleza assim notória,
Guardada, por milênios, na memória
Nos livros, alfarrábios se contaram...

Os templos se erigiram em teu nome,
Tua glória ninguém no mundo tome;
Da beleza e bondade és um exemplo.

Depois de tantos anos, te encontrei.
Permita-me sonhar ser o teu rei,
Regina a nossa vida, de amor, templo!

Regiane

: Rainha bondosa

Rainha dos meus sonhos, minha amada.
A vida te permita ser feliz;
És tudo que, na vida, sempre quis,
O cheiro da manhã, minha alvorada.

O gosto da maçã na madrugada
Gozando desta vida, peço bis,
O brilho das estrelas, teu matiz.
Sem te ter, minha vida é quase nada;

Embarco meu desejo no teu braço,
Descanso em teu abraço o meu cansaço
Da luta que não pude recusar;

Pelo amor da rainha tão bondosa
Que fez da minha vida maviosa.
Só em Regiane encontro o manso mar...
Recebo teu recado com o vento...
Imerso em solidão clamo teu nome
Tentando ser feliz, a vida some
A noite se rebela em pensamento.
Depois de tanta luz, a negra treva
Espero cada dia por teu beijo.
Cada vez que não vens minha alma neva
A morte me negando meu desejo.
Senti que a solidão será a guia
Senti que nunca mais eu te terei.
Iludo-me com cada fantasia.
Amor quem dera fosse tua lei!

Rebeca: Aquela que une; aquela que prende pela beleza

Rebeca: Aquela que une; aquela que prende pela beleza

Deixe que a noite venha com a lua
E traga esta esperança com o sonho.
A tua alma irá voando solta e nua
Trazendo-te um remanso mais risonho.

E quem sabe esse sonho continua
E faça teu viver menos tristonho.
Tua alma, enamorada, já flutua
Matando teu passado tão medonho...

Deixe que a vida prenda nossos laços
E desfrutar, possamos, dos espaços
Maravilhosos, leves, do prazer.

Tua beleza rara, meu amor,
Que me acompanhará por onde eu for,
Em Rebeca a razão para eu viver...

Raquel: Ovelha, cordeira

Raquel: Ovelha, cordeira

Raquel a quem Camões imortaliza
Em magistral momento mais feliz.
Demonstra sua face num matiz
Da calma necessária e mais precisa

Da forma tão sutil e mais concisa
De tudo que na vida sempre quis,
A paciência mesmo que num triz
Num ato que o amor sempre eterniza.

Na mansidão vencendo o vencedor,
Na placidez, vitória deste amor
Que guarda em si, o brilho da esperança.

Meu verso, enamorando já procura
Nos olhos de Raquel a sua cura.
Exemplo de total perseverança!

Raissa: Crente, pensador

Raissa: Crente, pensador


O meu contentamento está ao teu cuidado.
És dona do meu Fado e minha fantasia;
A vida que pretendo, em tua companhia!
Por tantas vezes tive a dor de ter errado

Mas mesmo assim, jamais, me deixaste de lado,
Solitário, tristonho... Um canto de alegria,
Hino à felicidade, a bela melodia
Que traz o teu perdão; ao meu pior pecado.

Traze-me em toda angústia, o dom desta ventura,
Saber que te terei, mesmo na dor obscura.
Saber que estás comigo enfrentando as tempestas.

Desculpe-me se trago a marca da lembrança
Do tempo que sofria em busca da esperança.
Raissa, teu amor traduz todas as festas!

Raimunda: Sábia poderosa, protetora

Não posso nem sequer, senhora da beleza,
Saber donde roubaste o brilho que incendeia,
O teu olhar sem par! É como a lua cheia,
Altar de tanto sonho, amada fortaleza!

Em tal encantamento, a vida; com certeza,
Trouxe-nos seu encanto, um canto da sereia,
Que busco no meu mar, deitada em plena areia.
De tudo que já tive, a mais bela princesa...

Embora tenhas ido em busca de teu Fado,
Deixaste uma saudade imersa no passado
De quem se fez feliz por ter te conhecido.

Distante deste amor, eu abençôo a vida
Por ter me dado a sorte , embora já perdida,
De ter Raimunda amado, um sonho enlouquecido!

Saudade

Vieste me falar de saudades...

Interessante, saudade tem o poder de atrair e afastar, de amargar e adocicar.

Neste agridoce a saudade morde e assopra.

Fere e cicatriza.

É, no fundo, o pagamento de uma dívida com o passado. Ou, muitas vezes, uma maneira de nos acharmos eternos, ou de tentarmos eternizar o que fomos.

Mas há um tipo de saudade que é terrível e altamente dolorosa.

Posso dizer que é DEVASTADORA.

A saudade do que não houve.

É como o aborto, a perda do que poderia e do que não foi.

Frustração.

Absoluta frustração.

Esse tipo de saudade maltrata ferozmente.

Pois morde e não assopra

Fere e nunca cicatriza

Demonstra nossa total impotência e incapacidade.

É o gosto do não.

Da ausência.

Do quem sabe

E do talvez...

Contra esse tipo de saudade

Só há um remédio.

A morte.

Por isso viva o que tenha de viver.

Sem medo

De ser, pelo menos, em um segundo.

Feliz!

Amor em pedaços

A vida te ofereço minha amada
Do mal de amor que em lágrimas padeço,
Esqueço que não posso, mas te peço
Que sempre que chegar a madrugada
Estejas esperando meu cansaço.
Em tudo que tiveres sou pedaço.

Pedaço de saudade que comove,
Pedaço do poente que entristece
Pedaço desse canto que enlouquece
Pedaço desta vida que te move.

Movido por pedaços que carrego,
Espero ter inteira a quem desejo.
Nas linhas que recebes meu versejo
Pedaços de oceanos que navego.

Minha alma espedaçada nos espaços
Nos paços e nas praças da cidade.
Buscando por pedaços, claridade,
Espaços que pressinto, meus pedaços.

Em pedaços percebo que, afinal,
Ao menos em pedaços, foste minha.
Cansaço de viver uma avezinha
Espera por teu ninho, no final.

Nas tramas do amor

Amando quem não ama-me, mas ama
Amado por amada a quem amei.
Atento que jamais eu a terei
Na cama que reclama uma outra chama.

Rejeitas meus defeitos, isso sinto,
Consentes nos defeitos de quem amas.
As teias que faziam nossas tramas,
Não queimam pois é tal vulcão extinto...

Um dia se quiseres quem te queira
Talvez possa escutar meu coração.
Não posso mas irei pedir perdão,
Por nunca permitires uma beira.

Qual cego apaixonado vou amando
A mando de quem sabe que não és.
Trocando, e merecendo, mãos por pés,
Vou vendo que não segues meu comando.

Esperança faz trama assaz constante
E brinca como quem não me obedece
Na teia que esperança tanto tece,
Talvez, um dia, eu seja teu amante!

Abandonado pela sorte

A sorte abandonando meu caminho
Não deixa-me saber por onde irei.
Deveras nas estradas que passei,
Amores esquecidos, velho ninho.

Perdido procurando as esperanças
Não vejo um horizonte que me caiba
Não sei se saberei o que se saiba
Nas curvas mais fechadas das lembranças.

No meu destino mel não se percebe
O mal o fel o bem não se misturam
Porventura serei o que procuram
Aqueles que a ventura não concebe.

Do tédio meu remédio, uma migalha
Que o mal, em meu caminho, sempre espalha.
Um mal nunca se cura noutro mal
Assim como com mel não se mistura
O fel que recebi da criatura,
Que sempre produziu só fel e mal!

Abandonado pela sorte

A sorte abandonando meu caminho
Não deixa-me saber por onde irei.
Deveras nas estradas que passei,
Amores esquecidos, velho ninho.

Perdido procurando as esperanças
Não vejo um horizonte que me caiba
Não sei se saberei o que se saiba
Nas curvas mais fechadas das lembranças.

No meu destino mel não se percebe
O mal o fel o bem não se misturam
Porventura serei o que procuram
Aqueles que a ventura não concebe.

Do tédio meu remédio, uma migalha
Que o mal, em meu caminho, sempre espalha.
Um mal nunca se cura noutro mal
Assim como com mel não se mistura
O fel que recebi da criatura,
Que sempre produziu só fel e mal!

Salmo 27 - Versos Brancos

Senhor é minha luz e salvação;
Força da minha vida, meu Senhor.
Eu nada temerei em minha vida!
Ainda que um exército me ataque
Ainda que uma guerra contra mim,
Conservarei a minha confiança!
Peço então, ao Meu Pai, e buscarei,
Morar em sua casa todo o dia
Contemplando a beleza do Senhor!
Pois no seu pavilhão me esconderá
E no seu tabernáculo, também
Nos dias onde houver adversidade!
E no seu tabernáculo, o louvor!
Mas ouça minha voz, Pai, quando o clamo.
Compadecei de mim e me responda.
Teu rosto buscarei não o me escondas.
Não rejeites teu servo, meu Senhor.
E não me desampares. Minha ajuda
Tem sido, desde sempre, amado Pai.
Se os pais abandonarem, o Senhor
É a nossa acolhida, com certeza.
Me guie por vereda plana em meu caminho.
Ensine meu caminho e me proteja!
Não me entregue à vontade desses ímpios
Pois contra mim levantam-se, meu Pai.
Hei de ver a bondade nesta terra.
Espere pelo Pai, animação!,
Força no coração. Ele Virá!

A FORÇA DA AMIZADE

Em meio ao abandono, na natura,
A aranha tece a teia que protege,
A natureza sábia assim a rege
Num ato de defesa e de ternura.

Aranha, sem saber bem o porquê,
Defende-se das tramas da batalha
Nas tramas que constrói em cordoalha,
Não sabe mas destino se antevê.

Assim como essa aranha, um passarinho,
Demonstrando também sua defesa
Num ato de beleza e de pureza.
Constrói, para os filhotes, o seu ninho...

Ao ver o homem quase abandonado,
Exposto à dor temível da quimera.
Que nasce da paixão e degenera
E traz, sem perceber, um triste fado,

Exposto à valentia e sofrimento
Exposto a tais espinhos, pela vida,
Da solidão, saudade, tão doída...
O Nosso Pai criou um sentimento

Que mata a solidão e a saudade,
Supera o desengano da paixão.
Protege nosso frágil coração:
A força alentadora da amizade!

Rafaela: Deus a curou

Suas águas, eterno e mavioso rio,
Me levam ao distante e tenebroso mar...
Em toda minha vida, esperança de amar
Nunca deixou de ser apenas breve fio

Que sempre me ligou, qual vela quer pavio,
Ao brilho desta vida, a luz deste luar.
Em cada noite fria, em cada mesa e bar,
Quem sabe um novo tempo, o calor d’um estio...

Atordoadamente, eu procuro-te; amor.
Das dores que carrego eu sigo em estupor.
Na busca da alegria, a vida se revela

Um sonho de bondade, um manto de nobreza
Que traz tranqüilidade em cantos de beleza.
Encantos nesta vida, achei em Rafaela...

Ser Feliz!

Ser feliz!

O principal motivo de teres nascido é ser feliz.

A nudez e a solidão do nascimento e da morte te mostram que nada nesse mundo te pertence. Nada, absolutamente NADA!

As coisas que estão contigo, simplesmente estão contigo.
NÃO SÃO TUAS.

Nem as pessoas com as quais convive, nem teus filhos e filhas. Ninguém pertence a ti, assim como não pertences a ninguém.

Isso pode dar uma sensação de abandono mas, muito pelo contrário te dá a exata noção de quem e de como e por que és!

Vieste do nada e não levarás nada para a outra etapa que, espero, tenhamos.

Apenas levarás a tua história e esta ninguém te tomará, a eternidade em vida é totalmente utópica e mentirosa.

Alguém se lembra do nome do tataravô por acaso?

Não baseies tua felicidade em ninguém.

Esta carga é tua e intransferível. Se não agüentas com teu próprio peso queres que alguém te carregue?

Impossível.

Cada um com sua própria carga de dores e prazeres, de tristezas e alegrias, portanto de FELICIDADE!

Ser feliz não é uma arte, muito pelo contrário, É NATURAL e, evolutivamente, inevitável.

Aos vinte anos de idade temos uma força insuperável e uma total incapacidade de absorvermos totalmente a alegria e a dor.

Isso mesmo, absorver a alegria; essa é mentirosa e frágil, tanto quanto a dor.
O problema é que somos seletivos. Acumulamos o lixo da dor e jogamos fora, com muito mais facilidade as flores da alegria.

Flores sim senhor! Flores são belas, olorosas e extremamente fugazes, geralmente não deixam cicatrizes.
Ao contrário das dores.

Lembramos mais dos espinhos que dos perfumes. Idiotas que somos!

A maturidade nos faz sentir que tudo isso é extremamente momentâneo e curável, tanto uma quanto a outra.

Ame muito, a única forma de ser feliz é amando.
Amor é não querer nada em troca e, mais difícil ainda, amar quem nos odeia ou não atingiu, ainda, a capacidade de amar plenamente.

Essa é para poucos e representa EVOLUÇÃO.

Engraçado que, quando somos crianças, nós sabíamos amar e depois esquecemos.

A criança chora e ri, briga e perdoa com uma facilidade invejável.

É por isso que os velhos e as crianças se dão tão bem. É o reencontro do homem com a sabedoria de saber amar e ser,
finalmente
feliz!

Amor e Abandono

Meu angélico amor tão sem cuidado
Desnudo dorme em praças, ao relento...
O beijo que me trazes, é do vento
Que teima em me lembrar: abandonado!

Vestido de ilusões que se frustraram
A cada novo dia, mais distante.
Os olhos desta minha aurora amante
Em meio aos desatinos se levaram...

Misturas mais difíceis de entender
Amor e abandono não se rimam
Porém não posso crer como se estimam
E teimam, toda noite, em me esquecer.

Contrastes que se tornam sofrimento
Desprezos e desejos se entrecruzam
De dores e dos beijos tanto abusam
Que quase não percebo o triste vento...

Deixando o coração em tal tormenta
Que embora sou feliz, infeliz sou,
Concebo deste quase que restou,
A luz que me maltrata e alimenta!

Quitéria

: Uma homenagem à santa de mesmo nome


Amor, caleidoscópio em diversos matizes;
Maltrata, acaricia e depois vai embora...
Ri-se de tudo sempre e, de súbito, chora.
Pois, plenos de alegria, estamos infelizes.

No seu lamento triste expiam-se deslizes,
Toda nossa emoção explode e já se aflora
E a saudade voraz voltando, se demora.
As dores deste amor peço-te que amenizes.

A cada novo sonho, uma nova mudança.
Sobrevivendo pleno em toda em toda insegurança
Já traz a solidão em tua companhia

Trazendo a solução, aumenta o meu tormento.
Quando julgamos morto, é puro avivamento...
Quitéria, nosso amor, u’a cruel fantasia!

Quezia: Fragrância, do hebraico Cássia.

Nos perfumes que guardo; alguns, especiais.
De flores em perfeito amor primaveril.
Perfume penetrante ou doce e tão sutil,
Amor que se transforma em belos festivais

Onde um sentido impera acima de outros tais.
No aroma de uma flor quem nunca se sentiu
Extasiado. Um sol, enamorado, viu
Na flor e no perfume o sonho que jamais

Um dia pensou ter. E tão embevecido,
O deus mais poderoso estava assim vencido.
E deste amor surgiu u’a flor, o girassol.

Assim também fiquei ao ver tua beleza,
Quézia, e desde este dia eu guardo uma certeza:
O teu perfume invade e guia-me, farol!
Ditoso quem amou e de amor foi semente...
O brilho, em sua, vida espelha as esperanças,
Enquanto minha dor espera por mudanças
Que nunca mais virão. Vagando qual demente

Em meio ao negro céu; o meu olhar, ausente,
Guardando, na minha alma, o resto das lembranças,
Com meu final, medonho, estreita as alianças...
A dor deste vazio, o meu coração sente...

Quem dera ser feliz! Um vento mais ameno,
Um sono mais tranqüilo, um mar de amor sereno...
Será que enfim mereço, um dia, ser feliz?

Não creio e não persigo, os maus presságios traçam
A linha do futuro e nem sequer disfarçam...
O quadro doloroso escrito em sangue e giz...
Preciso do seu colo em meio a tantas urzes...
Na bebida que trago, estrago meu futuro
E trago, assim de banda, um horizonte duro.
Nas costas, sinto a dor e o peso destas cruzes!

Abandonado a esmo, esqueceste de mim,
Num pântano sombrio, em podridão medonha!
A vida que procuro e tento ter, risonha,
Esvai-se num segundo, espero pelo fim.

Meu barco vai sem rumo em meio a más notícias.
Esquecido, num canto, aguardo por carícias
De quem sempre desejo e jamais consegui.

Sou vate sem estrela; um ébrio, um lunático;
Por saber que jamais virás, eu sou enfático:
O sonho desta morte: o que melhor vivi!
"Por muito frio que seja o inverno, é sempre seguido pela primavera."

Eddie Vedder


Quando partiste, amor, me deixaste perdido...
Minha manhã vazia, a vida em desatino...
Maldisse a vida tanto, o mundo e meu destino...
Seria bem melhor, é certo, ter morrido!

Nessa ferida aberta, um pranto desvalido,
Um lamento cruel, coração assassino!
A morte, em plena vida, um canto em desafino...
Como se para a treva, em vida, tivesse ido...

Mas hoje, ao ver distante, o templo desta dor,
Amor que fora gelo, agora me traz flor
Brotada desse adubo: a morte da quimera!

Do frio deste inverno, a solidão, surgiu
Florida e perfumada. A vida que era vil,
Se transforma, um segundo, em bela primavera!
"Os homens não conhecem o que conhecem os deuses. O que, às vezes, os homens consideram como uma
verdadeira desgraça, nada mais é que um verdadeiro bem para seu aperfeiçoamento moral".

Sócrates


Por vezes a desgraça em nossa porta chega.
A dor vem e maltrata, arrasa nosso sonho!
O rosto da quimera espreita-nos, risonho.
É maldição divina, uma tortura cega.

O peso que a saudade, em lágrimas, carrega,
Deixando nosso rumo em vão e tão medonho,
Deixando nossa vida, um mar só e tristonho...
Em qualquer porto ou cais, a vida não se apega...

Assim, por tanto tempo, observei minhas dores,
Minha esperança morta, assim como os amores.
Outono, em minha vida, ensina que o fatal

Sofrimento me ensina e, sendo um aprendiz
Atento já percebo: um homem que é feliz
Das dores erigiu a perfeição moral!
"Onde há muito sentimento, há muita dor."

Leonardo da Vinci



Eu carrego comigo uma certeza amarga:
Por vezes esquecida em momentos de amor!
A mão mais carinhosa, aberta num louvor,
Nossos caminhos vis, por vezes ela alarga.

No momento seguinte uma voz já se embarga
Imersa totalmente em pálido torpor,
Quem fora mais risonho afoga-se na dor...
Neste peito sofrido a marca de uma adaga

Que penetrantemente, esmaga o coração.
E nos traz, quase sempre, a triste solidão!
Quem fora feito amor, esvai-se no tormento...

Nos gumes desta faca, a cicatriz medonha.
Em lágrimas termina a promessa risonha...
A dor sempre acompanha um grande sentimento!
"O sonho e a esperança são dois calmantes que a natureza concede ao homem."

Frederico I


Nos tormentos, imerso, atravessei a vida...
Em busca desse amor, há muito destroçado
Pelas garras da pantera. Estou muito cansado
Da luta tão inglória e sempre, sei, perdida!

De tanto triste adeus, de tanta despedida,
Carrego o coração cego, morto e calado.
Cada mar que navego, um barco naufragado.
Da sorte que não tenho, a voz tão esquecida...

Porém a minha vida esconde jóia rara
Que em plena noite escura, um lume já me aclara.
Que seria de mim? Um resto vil, medonho...

Quem teve tanta dor em doses alarmantes,
Recebe, da natura, os mágicos calmantes:
Esperança divina e o mavioso sonho...
"O oposto da vida não é a morte, é a indiferença."

Erik Wiesel

Não quero tua morte. Isso jamais seria
Um sentimento duro o bastante p’ra ti!
Pois todo esse tormento, em vão, que já vivi;
Não pode ter a força a qual se pretendia.

Néscio, cruel, mordaz o mundo onde vivia
A tua mocidade. Estou melhor aqui
Distante do que foste, e já sobrevivi.
O breu que trazes na alma, impede a luz do dia!

Caminhas sem destino, errante e sem paragem.
Pegadas nunca vejo em teu rumo e viagem.
Desculpe se te fiz o mal, ou mesmo ofensa...

Não passas do vazio, eu juro, não te odeio.
T’a morte não desejo, a isso estou alheio.
Ao contrário, só tenho, em meu peito, indiferença!
“Não acrescente dias à sua vida, mas vida aos seus dias.”

Harry Benjamin


A morte se aproxima intensa e violenta
Calando tanto sonho em mar tão revoltoso..
De tudo o que queria, um mundo mavioso,
A vida não me deu, mas minha alma acalenta

Esperança divina. A luta que se enfrenta
Por um tempo feliz, um mundo generoso,
Desfaz-se no meu peito, amargo e venenoso!
O fim de inútil luta, a lágrima arrebenta.

Do pouco que me resta , eu busco meu prazer,
Não tenho, na verdade, o medo de morrer.
Bem sei do meu final. Mas quero as alegrias

Do riso de criança escondido no peito.
Do gozo tão sincero, enorme e satisfeito!
Da vida? Nem um dia! E de vida, plenos dias!
"Fazemos tudo para conquistar um coração mas muito pouco para o conservar."

Jacques Deval


Conquistar teu amor! Meu mais dileto feito...
Andavas toda nua em um sonho divino.
Guardadas no meu peito, as ânsias dum menino.
O mundo em harmonia, amor mais que perfeito!

Pensava que era Deus; a deusa no meu leito...
A noite em fantasia, o riso em desatino...
Na tua boca o gozo... Em sonho me alucino!
Não tinha nem sequer a sombra de um defeito.

Porém, a vida ensina a quem nunca cultiva.
A chaga que te mostro, exposta em carne viva,
Demonstra que fui tolo agindo sem pensar.

Perdi a quem amava, a quem eu tanto quis,
Minha alma se transtorna, estou tão infeliz...
Amor que conquistei, não soube conservar!
Este gosto maligno invade minha boca,
O manto cristalino esvai-se na fumaça...
Um corpo ensangüentado e roído por traça
Abandonado a esmo, a lua não retoca

E deixa à própria sorte, abrindo a dura toca
Onde se esconde a dor que, fera já me abraça.
O gosto amaro, fel, um copo de cachaça
E a noite vai passando impávida e tão louca...

Nos segredos que guardo amores não vividos...
Esperança abandona os sonhos esquecidos
Na mesa deste bar. Cicatriz que lateja

Dos tempos que pensei nos assentos divinos
De tal felicidade. Amores assassinos,
Uma alma enlouquecida espreita e já deseja!
É no coração do homem que reside o princípio e o fim de todas as coisas. Tolstoi


Um universo inteiro está no coração
De quem amar a vida e saber-se perfeito.
Pois sabe que esse mundo em tanto amor foi feito
Que tem a dimensão exata do perdão!

Muitas vezes dizer sim se queres o não
É como se roubasse, isso não é direito,
A chance de mostrar tua forma e teu jeito
De encarar esse mundo. E nunca minta em vão,

A verdade liberta, embora dolorosa.
O Deus que, em amor, fez o perfume e a rosa,
Também lhe deu o espinho, arma de proteção.

Evite causar dor, evite o sofrimento.
Nunca se esqueça amigo em um sequer momento:
Princípio e fim de tudo, está no coração!
É coisa já esquecida, de tão sabida, que uma árvore, uma pedra, uma nascente, podem ser o paraíso de nossa vida. Ramón de Campoamor



Procuras paraíso em coisas tão incríveis
Rara preciosidade, amor que nunca chega,
Na louca liberdade e no barco que navega
Um mar em tempestade, os ventos invencíveis!

Procuras a beleza em sonhos invisíveis,
Na fortuna e prazer. A dor, tonta, trafega
Na luz que tanto brilha e quase sempre cega.
Nos sonhos de vingança, as noites mais terríveis...

Procuras ser feliz nas roupas e nas jóias.
O mundo que maltrata esquece-se das bóias,
A Terra que jamais sonhaste repartida

Traz-nos o paraíso em simples e banais
Aspectos: na atitude, em formas naturais,
Na fonte, na nascente, o paraíso em vida!
"Aprende, como uma das tuas primeiras obrigações, a dominar-te a ti mesmo."

Pitágoras


Tantas vezes na vida, impera o meu desejo!
Esqueço-me de tudo e penso ser normal
A fúria com que trato, às vezes imoral,
Sem ter menor domínio, os erros não revejo.

Eu sinto que magôo e, percebo, não vejo
As marcas que provoco, a dor de tanto mal...
Agindo assim, bem sei, pareço um animal
Que, mesmo sem pensar, a quem amar alvejo.

São erros que cometo, embalde os reconheça,
Que fazem com que saiba, amor eu não mereça.
A noite vou vagando, a minha vida a esmo.

Preciso, mesmo tarde, aprender as lições
Que a vida sempre traz, minhas obrigações:
Eu preciso saber dominar a mim mesmo!

Anorética

Nesta escuridão plena, um resto perambula...
Meu caminho está cego e nunca encontro luz,
Espelho de minha alma em trevas se reluz,
Quem dera se soubesse a cura. Cadê bula?

Me resta esta penumbra, minha alma deambula
Por mares de tristeza. Efeito que produz
O canto da saudade... enorme, minha cruz,
Afortunadamente, espero que me engula

E não deixe nem sequer os ossos pro banquete
Da saudade chacal. Peito é uma maquete
Do mausoléu que espera a minha alma caquética!

Invoco a tempestade, um lamento terrível
Ecoa em pleno vento, o som dorido, incrível,
De minha decomposta alma fria, anorética!

"Amar é deixar de comparar."

Bernard Grasset

Esqueça teu passado, imploro-te querida...
Bem sei que foste brilho em meio a noite escura,
Bem sei que já tiveste o beijo da ternura,
Porém se estás sozinha, a dor da despedida,

A morte de quem foi razão de tua vida
Não pode ser assim uma eterna amargura.
Eu sei, sou imperfeito. Espero ser a cura
Poder cicatrizar essa enorme ferida.

Quando falas de amor nos nossos, bons, momentos;
Recebo desta noite os mansos, doces, ventos...
Eu sou o teu futuro, e nele vou morar.

Eu quero teu amor, esteja disso certa,
Eu quero em nossa casa a porta sempre aberta...
Se queres ser feliz, deixe de comparar...
"A medida do amor é não ter medida."

Santo Agostinho


Te amo profundamente, estrela do meu céu!
Imerso na amplidão de todo belo astral,
Persigo seu perfume, amor fenomenal
Que vai pelo infinito etéreo; meu corcel.

Enorme, na esperança, o mundo sem fronteira...
Amor, que ouso cantar, nestes meus pobres versos..
Percorre sem saber múltiplos universos.
Esse amor, imortal, se dispersa sem beira

Sem limite e final. É dom que se procura
Eterno, santifica, em lágrimas me cura...
É tudo que se pretendo, inclui a própria vida!

Estrela, o meu amor intenso e sem defesa,
A mão de Deus o fez num dia de grandeza
Total e verdadeira: amor não tem medida!