domingo, junho 26, 2011

Quem me dera...
Na verdade o que fora não voltará
E o que volta jamais seria o quanto eu quis,
Numa reviravolta a vida expressa o fim
Do sonho mais audaz e da forma mais sutil.
Meu verso sem versões diversas e adversas
Expressa a solidão.
Sólida e consubstanciada no dia a dia, no atemporal.
Amei e desamei, no fundo eu creio que nada mais teria,
Senão a mesma amorfa realidade.
Exposto ao quanto perdi
E jamais recuperasse.
Leio os jornais, vejo o céu se nublando e sentado em frente do vazio, reflito-o.
Não me caberia mais qualquer espaço,
O velho apodrecido tenta ainda se redimir e muda o tom.
Inutilmente.
Semente abortada do que pudera ser e o vento levou, o tempo engoliu,
E ao nada retornará.
Ou já retornou e mal percebeu.
Perdoem pelas tantas viagens incoerentes e sem sentido,
Perdoem pelas palavras que pensei ventania e viraram brisa.
Perdoem pela arrogância de me julgar poeta, ou tentar acreditar que poderia um dia...
Desnudo em poucas frases o que a alma ainda cultiva. Estúpida e fugaz.
Quisera ser de outro jeito,
Um som que ecoasse, ainda que disfarçadamente por quanto eu pudesse e nunca tive,
Nem se fez ou mais teria.
O verso sem cabimento
O desalento e por fim; a própria ausência de alguma essência.
Uniformemente disforme. Hecatombes internas? Calmaria...
Forjando o tempo, o sempre enquanto o jamais domina.
Nadando contra as marés?
Se nem o mar eu consigo ver ou guardar...
Apenas o riacho que, diacho, desconhece a própria nascente...