terça-feira, junho 20, 2006

vejo a vida se escoando

Vejo a vida se escoando entre meus dedos; meus medos e sentidos.
Se de nada duvido, anseio. Percorro os temores do passado nas angústias do futuro, angu de caroço, ossos e ócio expostos.
Na poeira dessa estrada que traz o nada, leva o perdão e carrega o segredo da vida, percebo o sebo do lamento. Meu tormento atormenta a menta aumenta o sentir medo o sentimento, meu momento em vão.
Na raiva, à deriva, derivada das promessas negadas, negras as nuvens, o convés e a conversa entre amigos. Os perigos dessa curva e a turva água do rio.
Curió cantando solto, muito tempo não ouço, seu moço. Cadê?
No meio deste sertão, incerto segue o coração.
Coragem, moço coragem
É preciso na viagem
Que não me traz solução.
Tragando todo o sertão
Nos olhos dessa saudade
Brilhando pela cidade,
Trazendo essa ansiedade.
Mas nada mais teria, nem queria nem poderia. Urgia mesmo a mudança de rumo. A criança toma prumo e vira essa curva.
Transfere toda culpa, escapa e de volta revolta e atrapalha a arapuca da sorte. Minha morte não necessita de luz nem lua, de rua ou de obus.
De busca e de persistência, existência sem nexo...
Nas palavras que procuro
Escrevendo pelo muro
Que limita minha vida
Vou tragando essa perdida
Ilusão de te encontrar,
Nas ondas desse teu mar
Sem esperanças, lutar.
Nessa inconstante mutante tempestade, na claridade de um não sei por que, sentindo que morrer, é o melhor caminho. Sozinho, vou passarinho, passaredos e segredos, meus medos e complexos.
No teu sexo meu mergulho, meu orgulho e meus incêndios.
Meus compêndios de anatomia, na orgia desta melodia que procede
De quem nunca cede nem concede, falta me convencer a receber teu não.
Tua gula e tua bula, me engula e me exponha.
Ponha tua boca amada
Na minha tão transtornada
Procurando pela tua,
Ilumina-me, ó lua
Me faça feliz, ao menos
Me dando dos teus venenos
Canto meus amores plenos...
Plenos de meus sentidos, sentindo o final de tudo, inundado e invadido pelo canto mais bonito que pudesse escutar.
O meu amor pulando o muro, absurdo e surdo, nem ouve o não, segreda felicidade e tempera ansiedade na tapera onde se escondeu...

POR PAULA EVILÁSIA - TOME VERGONHA BOB

O próprio Freire reconhece sua condição. Ontem, ao declarar o apoio informal do PPS à candidatura tucana, disse que não sabe “qual a contribuição em termos de voto” poderá dar ao candidato tucano. “Já a credibilidade do PPS, não tenho dúvida, será uma grande colaboração”, disse. E prosseguiu afirmando que “temos mais de 80 anos de história na política brasileira e não estaremos ao lado do governo Lula pela indecência que ele significa. Ele foi uma fraude do ponto de vista da perspectiva de mudança...” Parece que de fraude, Roberto Freire realmente entende, a começar pelo embuste de tentar carregar para o PPS a trajetória do velho PCB, cujos ideais, símbolos e história Roberto Freire e seus comparsas já tinham rasgado e jogado no lixo em 1992.

Não admito em hipótese alguma que esse canalha use o nome do PCB que ele tentou assassinar em 1992.

O passado do partidão, de lutas e de dignidade não pode ser utilizado por um cidadão que, por total falta de caráter e com uma visão programática e ideológica totalmente diversa da legenda fundada pelo grande Luis Carlos Prestes, vomita esta impropriedade.

O final de carreira melancólico desse cidadão, demonstra a que ponto a megalomania e o narcisismo podem chegar.

O PCB não morreu e nem morrerá, já o PPS, aborto mal feito e baseado no delírio deste pseudo moralista e intelectualóide de terceira classe tentou impor à sociedade brasileira.

No começo de minha vida universitária, nutria uma grande atração pelo partidão, tanto que votei em João Saldanha para vice prefeito do Rio, em uma chapa composta com Marcelo Cerqueira.

Falando em João Saldanha, a sua morte é uma sorte para esse freire de batinas largas e expostas agora, para que ACM e o coronelato usufrua à vontade.

O nome do partidão deve ser tratado com respeito e não pode ser execrado na boca de qualquer pulha de terceira classe.

TOME VERGONHA NA CARA SEU PILANTRA!

NÃO FALE EM VÃO O NOME DE UM PARTIDO FEITO DE SANGUE E DE LUTA.

O SEU PARTIDECO TEM 14 ANOS DE PROSTITUIÇÃO POLÍTICA.

A César o que é de César ou o samba do tucano doido.

"PSDB acha que sabe tudo"

diz que o PSDB "acha que sabe tudo"."Parece que o PSDB não leu direito o resultado da eleição de 2004. Retirando SP, ou seja nos 78% restantes do eleitorado, ganhou o PMDB, com alguma folga, em segundo, empatados, PFL e PT, e em quarto lugar, lá atrás, o PSDB. O PFL sempre elege uma bancada federal maior que a do PSDB, pois tem muito mais capilaridade. Mas o PSDB acha que sabe tudo. E não sabe

Elegeu o presidente em 1994 a custa da desistência de Antônio Brito -escolhido pelo presidente Itamar- e do plano real. Em 1998 o populismo cambial -pós-crise asiática- custou à eleição, 60 bilhões de dólares.

E o mais grave: sem interação não há motivação. Sem motivação não há participação. Sem participação não há mobilização e multiplicação.

O texto acima que parece postado por César Maia demonstra que a situação está feia entre os aliados da composição “Unidos Venceremos”.

Desde há muito tempo, o fogo amigo espalha brasa para todo lado, causando mais e mais estragos no Titanic tucano-pefelista.

Temos visto, durante esses dias, uma série de ataques entre os componentes desta coligação.

Volta e meia um ataca o outro, quando o ataque não vem diretamente dentro do próprio partido.

Mesmo o candidato, Geraldo, até a pouco cordato, educado e sem sal; por osmose política, começou a uivar contra todos e contra tudo.

A vítima de agora foi o seu ex-companheiro de partido, Henrique Meirelles:

“O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, elevou mais uma vez o tom de suas críticas ao governo Luiz Inácio Lula da Silva, e qualificou de "burrice" o pagamento da dívida de US$ 15 bilhões com o FMI (Fundo Monetário Internacional). Ele também chamou de "covarde" o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, por não aumentar o ritmo de queda dos juros básicos do país.

“O Brasil perdeu oportunidade, pois o PT não tem credibilidade. Passou 25 anos dizendo uma coisa e foi obrigado a fazer outra ao chegar ao governo", disse ele, durante entrevista à rádio CBN, reproduzida no site do PSDB.

Para Alckmin, Meirelles foi "covarde" ao não aproveitar um momento favorável da economia internacional para reduzir ainda mais a taxa de juros do país, hoje em 15,25% ao ano.

O ex-governador de São Paulo também criticou o pagamento da dívida do FMI, defendida pelo presidente Lula como uma forma de reduzir a vulnerabilidade externa do país. Alckmin disse que foi "burrice" porque o governo preferiu encerrar uma dívida que pagava juros mais baixos que os pagos pela dívida interna do governo, que remonta a quase R$ 1 trilhão.”

Realmente, juros baixos e liquidação de dívidas são características básicas dos governos tucanos de FHC.

Cara de pau pouca é bobagem.

Essas afirmações vindas de quem participou de um governo que teve juros de mais de 40 por cento e aumentou as dívidas interna e externa até a estratosfera, são uma preciosidade, verdadeiros ícones do cinismo e da hipocrisia.

As aulas tomadas por Alckmin com a turma pefelista estão transformando-o profundamente.

Até o final da campanha teremos um novo Geraldo, isso se não pirar antes.

Afinal de contas, contra-senso em excesso pode levar a tal nível de desequilíbrio que poderemos ter um caso exemplar do “Samba do Tucano Doido”.

Aprendendo a uivar com sotaque de chuchu, está errando o alvo e a mira não é das melhores.

Ao tentar falar sobre taxas de juros baixos demonstra que está ouvindo mais o PSOL do que o PSDB.

Quanto a criticar quem está pagando a conta das orgias e/ou desmandos feitos com dinheiro e/ou patrimônio público, isso não é bom exemplo não, doutor.

O pessoal da Opus não vai gostar disso não, a César o que é de César.

Pagar as contas é dever de qualquer cidadão. Criticar quem paga as contas é mais ou menos conclamar a todo mundo a não pagar seus débitos nem impostos.

Pegando a onda da declaração do Geraldo, sugiro aos contribuintes mineiros e paulistas a não pagar os seus tributos.

“Desobediência fiscal já!”

Conclama o candidato tucano.

Essa declaração sem pé nem cabeça se associa a outras feitas, como aquela que disse que seria necessário punir os 40 “ladrões”, inclusive os companheiros Eduardo Azeredo, Césio Andrade e Roberto Brant.

Aliás, parodiando José Jorge: “Esse Geraldo ou tá bebendo muito ou andou fumando um cigarrinho do capeta...”

Vespa fabricando mel

No meu paraíso miraiense, uma das coisas que mais me incomodavam eram os marimbondos.
Quem foi picado por esse inseto, nunca mais se esquece. Dói, mas dói mesmo.
A dor vinha acompanhada por uma mistura indefectível de álcool com fumo de rolo.
Alivia na hora.
Entre as espécies de marimbondo, no quintal de minha avó havia duas que me recordo bem, uma era o chumbinho. Pequeno e vivendo em colméias grandes, fabricam mel. Realmente produzem um mel de paladar agradável.
A outra espécie era o marimbondo cavalo. Como o próprio nome diz, era grande e sua picada era extremamente dolorida.
Na ida para o quintal, volta e meia eu era atacado por um pequeno enxame de marimbondos chumbinho. Era passar perto da mangueira, esbarrar num galho e lá vinham as vespas atacando, zunindo e picando.
Então era correr para casa e ter o alívio no fumo de rolo e no álcool.
Um belo dia, cansado de tantas picadas, e pelo fato de ser “muito grande” nos meus cinco anos, resolvi acabar com o problema.
Localizando a colméia das vespas e percebendo que, se eu subisse em um caixote de madeira, conseguiria colocá-la a uma altura que me permitiria alcançar o meu objeto de vingança, tomei uma atitude.
Drástica e dolorosa atitude, mas radical.
Com a mão esquerda apoiada no tronco da mangueira, a direita foi em direção a colméia e executou rapidamente o que tinha planejado.
Segurando a pequena colméia na mão, esmaguei-a, entre feliz e irado.
A reação foi imediata; várias vespas me atacaram ao mesmo tempo.
Zunidos e picadas, picadas e zunidos.
Dor muita, mas felicidade também.
Naquele momento aprendi que a liberdade tem seu preço. E passei a ir para o quintal sem a ameaça daqueles insetos.
Um litro de álcool e um bom naco de fumo de rolo livraram a dor do corpo.
As mangas deliciosas que pude colher recompensaram.
Agora, a alma lavada, sem dor, podia correr livre pelo meu reino; o quintal de minha avó.

Sapo na Gaiola. Cuma é o nome dele?

Tem algumas coisas na vida que não nos esquecemos. A infância é uma etapa maravilhosa da vida, onde a malícia é palavra desconhecida.
Quando eu tinha meus cinco ou seis anos de idade, na casa de minha vó, na bucólica Miraí, era uma criança livre, feliz e sem medos.
No rádio e na televisão, tocava-se muito aquela música de Dercy Gonçalves, a da perereca na gaiola, quem não conhece?
Pois bem, havia chovido muito na véspera e a terra extremamente úmida atraíra um daqueles sapos, comuns nos brejos e nas pequenas cidades.
Não tive dúvidas, peguei o batráquio e, me aproveitando de uma gaiola vazia que tinha sido abandonada perto do tanque de roupas, resolvi colocar o bichinho dentro de sua nova casa.
Acredito que ele não tenha gostado muito daquela residência que eu tinha reservado para poder aprisioná-lo.
Sapo na gaiola, gaiola na mão, sai feliz da vida a mostrar para todo mundo meu novo bichinho de estimação.
Minha mãe colocou as mãos sobre a cabeça, minha vó recriminando minha escolha, mas eu estava feliz e isso me bastava.
Meu pai tinha saído para pescar e não se encontrava em casa no momento em que fiz a estranha opção.
Durante o dia todo, fiquei tentando adivinhar de que se alimentaria o anfíbio.
Tentei pegar folhas e nada, tentei colocar um pedaço de carne, neca de pitibiriba.
O pobre animal estava assustadíssimo, pulando toda hora e batendo de encontro a grade da gaiola, inutilmente tentando fugir.
Quando meu pai retornou da pescaria, ao contrário da bronca que eu esperava, teve uma reação diferente.
Sorrindo, me perguntou qual seria o nome do bicho.
Eu não tinha imaginado ainda, parei e pensei, repensei até que ele me deu a sugestão:
“Xoxota”.
Prontamente aceitei o nome, e o eu sapo recém batizado, continuou, mesmo deixando de ser pagão, não gostando da brincadeira.
Mas, para mim aquilo era o êxtase.
Saí pelas ruas de Miraí mostrando a todo mundo o meu sapo Xoxota.
Para todos que passavam, eu perguntava se conhecia o meu Xoxota.
Minha irmã, dona da gaiola, invejando tal sucesso do bichinho resolveu intervir.
“Se a gaiola é minha, quem mora nela também, portanto, Xoxota também!”
Ao ver que o troço ia feder gaiola, Xoxota e a confusão armada, meu pai interveio:
“A partir de agora, para evitar a confusão, vou soltar Xoxota”.
Xoxota livre saiu pulando em direção ao quintal, feliz da vida...

De graça, até caipirinha do Carlos Alberto.

Espera Feliz tem uma das mais animadas feiras agropecuárias da região.

Todos os anos, grande parte da população da cidade e dos municípios vizinho se reúnem para assistir a shows musicais; as crianças se animam para irem ao Parque de Diversões. Há corridas de motocross, etc.

Como o frio impera no julho caparonense, com os termômetros tendendo a zero grau de temperatura, há a venda de bebidas para aquecer esta friagem.

Carlos Alberto, sabendo disso, resolveu ganhar uns trocados com a venda de sua caipirinha, famosa entre os amigos.

Fez quase um galão da bebida e foi vender na festa.

Sem perceber, colocou sua barraca próximo a um camarada que vendia pinga com mel. Este era um antigo barraqueiro que todos os anos ia até a pequena cidade para “fazer a festa”.

Com o começo da festa, nosso amigo Carlos Alberto iniciou a venda de sua caipirinha.

“Caipirinha a um real, somente um real...”.

Ao que o vendedor de pinga com mel reagiu: “Pinga com mel a setenta e cinco centavos”.

Logo depois, a reação de Beto foi cruel: “Caipirinha a cinqüenta centavos...”.

O frio aumentando, Beto vendendo uma bebendo outra, esquentando o frio e ficando tonto. Cada vez mais quente e mais tonto.

Nessas alturas do campeonato, percebendo que não poderia concorrer com Beto, o barraqueiro já estava se retirando.

Quando, Beto percebeu isso, foi inexorável:

“Caipirinha de graça, só pra terminar o estoque, vamos nessa...!”

Obviamente, acabou tudo em pouco tempo. Beto, mais bêbado que tudo, foi para o meio da festa e ficou até de madrugada.

Dia seguinte, plantão no Hospital, Beto meio de ressaca, chegou para trabalhar.

De repente, começaram a aparecer vários pacientes com uma queixa comum: diarréia e vômitos.

Havia algo de podre no reino da Dinamarca. Nessas alturas, Beto se escondeu na Sala de Raios-X, sob o pretexto de que estava cansado...

Sebastião, outro funcionário, deu a resposta para o mistério.

“Beto, sua caipirinha estava até gostosa, mas não entendi aquele cheiro estranho e também não estou entendendo essa dor de barriga que está dando em todo mundo, inclusive em mim.”

Beto, na maior cara de pau esclareceu com um sorriso meio maroto:

“O problema não foi da caipirinha não, o que aconteceu foi que, depois de ter feito a mistura toda, é que eu reparei que tinha feito numa lata de querosene, dessas de cinco litros, que estava no quintal lá de casa”.

O primeiro a dar uns tapas no pé da orelha de Beto foi Sebastião.

Ainda bem que a maior parte dos que tiveram a diarréia não se lembraram da caipirinha dada por “cortesia” pelo nosso amigo...

Foi a estréia e despedida de Carlos Alberto na promissora vida de barraqueiro; para agradecimento de todos, inclusive o meu. Plantão como aquele eu não esperava ter tão cedo.