quinta-feira, agosto 31, 2006

Eu temo teus segredos, pois são meus...

Eu temo teus segredos, pois são meus...
Cada vez que fugia proutros braços,
Eu sempre me encontrava em teus abraços.
Comparsas, tantas vezes, meros breus!

Em todos os pecados, bem ateus,
Vivíamos correndo os olhos baços,
Cruzando esses limites sem cansaços,
E sem temer, ao menos, sequer Deus...


Não podes confessar, pois, a ninguém,
O que tanto tramamos, nossa história...
Fingimos comportar querermos bem.

Mas, em verdade, fomos essa escória.
Fazíamos da noite, uma refém.
Por isso, por favor, cegue a memória...

Velha Praga

O seu caminhar célere na sala;
Passando por qualquer novo orifício,
Demonstra o quanto audaz, no seu ofício.
Perturba totalmente, e sequer fala...

Não respeitando nada, sal ou bala,
Qualquer coisa servindo como vício;
Nas mais altas montanhas, precipício,
Vive qualquer lugar, mesmo na vala...

Com certeza não sabe ser amiga,
Companheira de todos, tão antiga.
No campo, na cidade vem, estraga,

Seu nome representa vera praga;
Roubando, produzindo velha chaga
Não posso suportar essa formiga...

Trovas - Medo trago na bagagem

Medo trago na bagagem,
Na barragem do segredo,
De enredo sei a coragem,
Na aragem do meu degredo...

Ostra traz na sua dor,
A riqueza delirante,
Tanto quanto meu amor,
Traz a dor a cada instante...

Nas cercanias da vida,
Encontrei a minha sorte;
Se não sei da despedida,
Como irei saber da morte?

Recebi tantas propostas
Para conhecer a lua.
Se não me deres resposta,
Minha vida será tua...

Meus velhos penduricalhos,
Carrego sem ter mais dó;
Dessas árvores, seus galhos,
Vão me deixando tão só...

Fiz meu ninho na mortalha,
Das dores fiz o meu mar.
Meu amor não me atrapalha,
Senão falha esse cantar...

Minha lábia foi pro brejo,
Meu olhar fugiu de ti;
Meu amor morreu no Tejo,
Desde o dia em que nasci...

Tenho cais, quero navio,
Tenho luta, quero guerra,
Tenho luz, quero pavio,
Quem tem seu amor não berra!

Vida traz tal saliência,
Que revela o bem querer;
Não vem me falar clemência,
O meu amor é você!

As teias vou ateando,
No campo das azaléias;
Nessas atas vou atando,
As asas dessas atéias...

A beleza que não salta,
Nem revolta quem não é;
A tristeza quando assalta,
Acaba com toda fé...

Na metade do caminho,
Cama dei para Luzia,
Ninho para meu benzinho,
O resto deixei pra Lia...

Mar trazendo maresia,
Vida trazendo vingança.
Desse pó a poesia,
Da minha espera, esperança...

Não temo trem nem tremor,
Nem quero vintém, tostão...
Nem amoras nem amor,
Violência e violão...

Num bolero, dançando com Teresa

Num bolero, dançando com Teresa,
Nossa noite transcorre macia,
As costas semi-nuas, melodia
Transformando, levito em tal beleza...

O perfume Gardênia, traz leveza,
A mão mais audaz, lúdica, vadia...
Quem me dera morresse nesse dia...
Minha alma espalharia natureza...

Nesse ritmo frenético da dança,
A noite sem sentirmos, mansa, avança...
Flutuando, seus passos são divinos,

Procuro me conter, meus desatinos;
Trago felicidade de meninos,
E ao beijar esses lábios, esperança!

Amor Rebaixado

A minha amada Maria,
Depois de muita conversa,
Todo dia me exigia,
Casamento assim depressa...

Por um motivo banal,
Não pude nem ofertar,
Sem dinheiro, o principal,
Como vou poder casar?

Maria me disse sentida,
Isso né motivo não,
As coisas boas da vida,
Moram no meu coração...

Pensando nessa verdade,
Olhei pra cima, pro céu,
Reparei na claridade,
Maria, bela com véu...

Ofereci pra beldade,
Um lugar para morar,
Falei, sem falsidade,
O que dava pra comprar...

Lhe disse: que tal Mercúrio,
Ela olhou bem diferente,
O lugar é bem espúrio,
Eta lugarzinho quente!

Sem dinheiro, o que é de menos,
Eu falei em procurar,
Um terreno lá em Vênus,
Nem me deixou completar...

Cheio de carinho e arte,
Belo tom avermelhado,
Eu fui falando de Marte,
Me disse não, é gelado...

Olhei um olhar soturno,
Minha voz, coloquei mel,
Como é lindo esse Saturno!
Nem Saturno, nem anel...

Falei, agora com medo,
Júpiter é maioral!
Foi me contando um segredo,
Muito grande, passo mal...

Pensei, mudando de plano,
Num terreno mais distante,
Fui pensando em Urano,
Me disse: passe adiante...

De nós dois virarmos uno,
Tanto sonho nessa vida,
Nem pude dizer Netuno,
Me falou em despedida...

Mas agora estou ferrado,
Não posso falar Plutão,
Tal qual como estou, rebaixado,
Não é planeta mais não!

Décimas - Saudade

Saudade – mulher amada,
Dos nossos beijos roubados,
Saudade dos tempos passados,
Na noite, na madrugada,
Da tua boca molhada,
Dos corpos entrelaçados,
Dos desejos mais molhados,
Desse tempo que não volta,
E, por não voltar, revolta,
Corações apaixonados...

Saudade da minha infância,
Onde vivi felicidade,
Trazendo tanta saudade,
A quem não teve constância,
Da sorte teve distância,
Mas foi feliz por um dia,
Vivendo da fantasia,
Que nunca mais voltará,
Saudades torrada e chá,
Que minha mãe me trazia...

Saudades da minha terra,
Que ficou no meu passado,
Olho o tempo, vou de lado,
O coração não encerra,
Pesando daquela serra,
Inclinado vai andando,
Tanto lugar se mostrando,
Nas curvas da existência,
Mas, saudade, diz clemência,
Num retrato, recordando...

Saudade da juventude,
Onde não tinha nem medo,
A força era meu segredo,
Onde sempre quis não pude,
Amar assim, amiúde,
Quem nunca mais queria,
Mas a vida era vadia;
Nem sonhava recompensa,
Vida leve, breve, densa,
Saudade faz melodia...

Saudades do grande amigo,
Que ficou lá no sertão,
Seguindo por outro chão,
Nunca mais terei comigo,
No conselho, paz, abrigo...
Na vontade de ser rei,
Tantas vezes que eu errei,
Tive o braço companheiro,
Hoje sei do mundo inteiro,
Mas saudade também sei...

Saudade do Botafogo,
De Garrincha e de Didi,
Do melhor time que vi,
Não tinha nem pena e rogo,
Brincando, ganhava jogo,
Nas pernas tortas e loucas,
Vozes delirando roucas,
No Maracanã da vida,
Pena que vai esquecida,
As lembranças são bem poucas...

De minha mãe a saudade,
Dói essa dor tão cruel,
Mãe na terra, mãe do céu,
Simbolizas claridade,
Se a vida traz falsidade,
A verdade em ti está,
Onde eu estiver, é lá,
Que teus olhos estarão,
Nesse imundo mundo cão,
És um porto mais seguro,
Se me escondo nesse escuro,
Representas o clarão...

Saudades desse meu filho,
Ceifado logo bem cedo,
Deixando meu grande medo,
Novo enredo que hoje eu trilho,
Sua dor, meu estribilho,
Entoando todo dia,
Martiriza a noite fria,
A saudade rasga o peito,
Pergunto qual meu direito!
Vou vivendo essa agonia...

Saudades dessa esperança,
De viver um mundo justo,
De respeitarem arbusto,
De respirar nova dança,
De teimar em ser criança,
De ter um mundo melhor,
Sem diferenças e guerras,
Nossa Terra, tantas terras,
Nosso sonho ser maior,
Justiça saber de cor...

Saudade trazendo um laço,
Prendendo o que for saudade,
Saindo da realidade,
A vida acolhendo meu passo,
Descansar esse cansaço,
Duns olhos de sertanejo,
Na campina, no desejo,
Do trabalho, lindo sonho,
Minha saudade, te ponho,
No canto dum realejo...

Saudade dessa mulher,
Saudade dessa criança,
Saudade dessa festança,
Saudade, jovem, me quer.
Saudade, jogo qualquer...
Saudade tão companheira
Saudade dor parideira,
Saudade doce Natal,
Saudade desse ideal,
Saudade da vida, inteira...

Cordel - A minha sina - capítulo 7- Nas Cirandas do Tororó

E depois da confusão,
E de ter quase morrido,
De ter saído fugido,
Com o coração na mão,
Desse bosque Solidão,
Fui correndo sem olhar,
Não podia nem parar,
E nem prestar mais socorro,
Desce morro, sobe morro,
Nem deu tempo pra pensar...

Fui procurando fugir,
Sem pensar nem um segundo,
Procurando um outro mundo,
Sem medo de prosseguir,
Vou seguindo por aí.
Reparei, dei atenção,
Inda tinha o coração
Da maldita junto a mim,
Pensei bem depressa sim
Me livrei da maldição...

Coração já descartado,
Como sempre vou tão só,
Sem querer tristeza e dó,
Eu vazei no capinado,
Sem olhar pra cima ou lado,
Fui seguindo meu rumo,
Aprumei, enfim o prumo,
Deixei léguas de distância,
Andando com mais constância,
Dessa vida quero o sumo...

Sumo da minha saudade,
Fé na vida e no futuro,
Não temo morte nem muro,
A vida na qualidade.
Amor bom de quantidade,
Que não dá pra nem ter pena,
Na certeza tudo acena,
Pelos campos e sertão,
Procurando esse estradão
Sem ter viagem amena..

Nos trombolhos dessa serra,
Capotado mais de fome,
Não tem tempo que se some,
Nem quem acerta mais erra,
Estradeira, tanta terra,
A vida não deixa só,
Posso até comer timbó,
Mas a sede é mais ingrata,
Se bobeia, vem e mata,
Procurei por Tororó...

Na sede que me encontrava,
Qualquer coisa me servia,
De cacimba ou de bacia,
A sede que me matava,
Nunca mais que se parava,
Pelo Tororó eu sei,
Naquela terra sem rei,
Muita fonte bem servida,
Salvaria a minha vida,
Mas nessa sina eu errei...

Pensando n’água gostosa,
Minha boca até tremia,
Minha vida, nesse dia,
Era coisa perigosa,
Nem dei dedo de prosa,
Fui em busca de beber,
Dando fim ao padecer,
Mas não encontrei a fonte,
Sequinha até nessa ponte,
Agora é que vou morrer!

Mas, parece não queria,
Que essa vez fosse a minha,
Uma bela moreninha,
Com um jeito de vadia,
Beata de sacristia,
Foi a minha salvação,
A sede matei então,
Nesses lábios tão molhados,
Reparei, olhei pros lados,
E segui minha missão...

No Tororó, eu deixei,
Essa gostosa morena,
Fiquei mais morto de pena,
Pelos matos, eu entrei,
Não tenho caminho eu sei,
Preciso seguir viagem,
Não posso fazer bobagem,
Senão estou mais ferrado,
Não sou cabra abobalhado,
Nem posso ver sacanagem...

O sono vinha chegando,
Um sono desavisado,
Me pegou despreparado,
Meu caminho vou andando,
Nem sequer vou reparando,
Nem nas curvas dessa estrada,
Não quero saber de nada,
Não me importa mais a hora,
Pois, se não dormir agora ,
Dormirei de madrugada...

Avistei nesse caminho,
Na ciranda, requebrando,
Esse pessoal dançando,
Coisa de muito carinho,
Mas, pensei, sou eu sozinho...
Não pude nem reparar,
Quando ali, eu vi chegar,
Com a boca tão bonita,
A minha querida Rita,
Que ficou lá no luar...

Essa bonita Ritinha,
Era moça bem prendada,
Numa noite desgraçada,
A lua por ser sozinha,
Roubou o brilho que tinha,
Os olhos dessa menina,
Deixando mais triste a sina,
De um cabra mais infeliz,
É por isso que se diz,
Que a lua é mais cristalina...

Mas nesse momento santo,
Minha vida teve um manto,
A beleza dessa Rita,
Coração vem e palpita,
Calando todo meu pranto,
No mundo do cirandar,
Procurando sem parar,
Sem temer estar sozinha,
A minha amada Ritinha,
Me escolheu como seu par...

Dançando sem paradeiro,
Minha vida ficou bela,
Não queria nem ter vela,
Nem queimar meu pardieiro,
Bastava do mundo inteiro,
Era ali que eu encontrava,
A vida que eu procurava,
Sem ter medo de viver,
Ali posso até morrer,
A morte não me cansava...

Mas, momento distraído,
Olhando pr’essa beleza,
Reparei pr’a ter certeza,
Pensando no já sofrido,
Nesse mundo dividido,
Entre meu Deus e o diabo,
Reparei que tinha rabo,
Naquela moça bonita,
Olhando os olhos da Rita,
Agora é que eu me acabo...

Os olhos avermelhados,
Me mostraram meu engano,
Duas orelhas d’abano,
Bigodes mal aparados,
E dois chifres disfarçados...
Na roda dessa ciranda,
Dei pinote fui de banda,
Correndo sem ter sossego,
Larguei a mão do pelego,
Senão o troço desanda.

Minha sorte foi tamanha,
Que peguei bem de surpresa,
Já contava com a presa,
Mas nem bem perde, nem ganha,
Nem de leve mais arranha,
A garra dess’ animal,
Quarei roupa no varal,
E sumi sem dar recado,
Das vistas do disgramado,
Montei cavalo de pau...

O capeta então sentiu,
Outra vez eu escapava,
Mas sossego não me dava,
A cor então me fugiu,
Meu cavalo, foi, saiu,
Voando pelo sertão,
Como fosse assombração,
Vazando pelo cerrado,
Eu nem olhei para o lado,
Varejei nesse estradão...

João Polino e a Caixa de Cedro

Aquela caixinha de madeira era uma das coisas mais importantes que João Polino tinha.
Uma das mais não, a mais importante. Guardada a sete chaves não mostrava para ninguém a não ser para a sua amada Rita, mesmo assim depois de que essa jurou por todos os santos que não iria nunca revelar a existência de tal tesouro.
Não era muito bonita nem apresentava detalhes e nem entalhes, era uma pequena caixa feita de cedro, de forma quadrada com mais ou menos um palmo de altura.
Dentro dela nada havia sendo, por assim dizer, uma caixa rústica e comum; mas raríssima, ao mesmo tempo.
Não pela qualidade ou pela beleza da caixa, nem pela caixa ao menos, o que transformava tal objeto em peça única será explicado a seguir:
Nos idos de 1940, João Polino se tornara caixeiro viajante como pudemos relatar anteriormente.
Nas suas andanças pelo interior de Minas e do Espírito Santo, conhecera um turco, conhecido como Salim, embora seu nome provavelmente fosse outro, que vendia roupas e tecidos para as mocinhas curiosas e elegantes desse interior afora.
Um dia, por uma dessas desventuras que atingem-nos de vez em quando, a vida se tornara extremamente difícil para Salim. Envolvido em dívidas impagáveis, precisava urgentemente de dinheiro. E isso não era fácil, pois estamos falando de uma região decente, mas pobre, muito pobre...
Ao saber que João estava economizando dinheiro para comprar uma casinha onde iria compartilhar o amor de sua vida; Salim resolveu chorar suas mágoas com o velho amigo e pedir algum dinheiro emprestado.
João, como tinha um coração extremamente suscetível e gostava, realmente, do amigo turco, não pestanejou e emprestou cinco contos de réis a Salim.
Essa quantia era extremamente vultosa para os parâmetros da época e do lugar. Uma verdadeira fortuna!
Passados quase dois anos do empréstimo, nada de Salim falar em pagamento e, pelas vestimentas usadas por ele e, principalmente depois da compra de um carrinho, usado é verdade, pelo caixeiro, João começou a ter vontade de cobrar a dívida.
Quando falou em pagamento, Salim desconversou e alegando novas dívidas se disse impossibilitado de pagar o que devia.
João, ao perceber que tinha sido passado para trás, esperneou e falou mais alto, prometendo que iria receber o dinheiro a qualquer preço.
Sabendo da fama de brigão e bom de sela do companheiro, Salim fez uma proposta:
Já que não tinha dinheiro iria pagar com a coisa mais importante que possuía na vida, herança de seus antepassados libaneses: uma caixa.
Mas não era uma caixa qualquer, era uma caixinha de cedro feita pelo maior carpinteiro de todos os tempos.
Ele, Ele mesmo, Jesus Cristo!
Ao saber disso, sem pensar duas vezes, nosso herói aceitou tal objeto sagrado e único como forma de pagamento do empréstimo.
E, todas as noites, rezava defronte àquela relíquia com toda a fé e devoção.
Passou-se o tempo, recomeçou a ajuntar dinheiro, casou-se, mobiliou a casa e teve os filhos, um após o outro até completar seis com o nascimento da caçulinha Ritinha e a adoção do sétimo, nosso amigo Gilberto, a imagem espelhar de João Polino.
Gilberto era muito curioso e não respeitava nada dentro da casa, ainda mais que, por ser mais novo que os netos mais velhos de João e Rita, tinha os privilégios que somente os netos têm.
Um dia, sem mais nem menos, Gilberto pegou a caixa, semi apodrecida pelo tempo e corre pela sala mostrando a todos a sua nova descoberta.
A caixa de madeira, orgulho de João Polino. Ao ver o menino com aquele objeto na mão, dona Rita gritou para que ele a desse antes que João chegasse pois, senão a coisa ia pegar.
Gilberto, assustado com o grito inesperado de dona Rita deixou a caixa cair. O estrago foi imediato, com uma enorme fratura na madeira, deixando uma rachadura de ponta a ponta no objeto sagrado.
Dona Rita entrou em desespero, o que iria dizer para o marido, como impedir que esse desse uma sova em Gilberto, o que iria fazer?
Até que, num momento de serenidade, Loza, sua cunhada, teve uma brilhante idéia.
Levar a caixa até um carpinteiro conhecido em Iúna, cidade próxima, que daria jeito em dois tempos.
Combinaram que levariam a caixa para ser consertada no dia seguinte.
Chegando à carpintaria do “Seu” Juca, tiveram uma decepção gigantesca quando esse disse que não adiantaria tentar consertar o que não tinha mais conserto, devido ao fato de que a madeira estava totalmente apodrecida e não agüentaria nem uma meia sola.
Dona Rita, então, num gesto desesperado, contou a história da aquisição do objeto por João sem omitir sequer os detalhes da origem e raridade do mesmo.
Ao que, Juca não pestanejou e respondeu rápido:
“Dona Rita, o carpinteiro que fez essa caixa pode ser até Jésus mas, jamais Jesus”.
“Repare aqui no canto inferior da caixa”.
Ao que, entre decepcionada e aliviada dona Rita leu : “Fabricado em Ubá MG”.