quarta-feira, agosto 02, 2006

Tucanolândia - capítulo 29 - uma homenagem ao Nosso Rei feita pela Nossa Caixa


Uma das maiores festas populares de Tucanolândia é o carnaval. Nessa época do ano, a maioria do povo tucanolandês se reúne para dançar, se divertir e “botar pra quebrar”,
Na verdade, milhares de turistas do mundo inteiro chegam no Reino, procurando, principalmente, pela província fluminense e pela baiana.
Saint Paul, como a locomotiva do reino, não podia ficar atrás e, como desejo de seu povo, resolveu fazer um carnaval riquíssimo.
Isso contrariava o poeta que dizia Saint Paul era
“o túmulo do samba”.
Pois bem, um dos admiradores e correligionários de Dom Fernando Henrique Caudaloso era presidente de uma Escola de Samba, a Leonardo de Jaera.
No carnaval de 2006, coincidentemente ano eleitoral em Tucanolândia, sem nenhum propósito eleitoreiro, é claro, o tema da Escola de Samba foi uma exaltação às obras de Dom Gerald Aidimin no Rio Tifedê, extremamente poluído.
Como forma de agradecimento pela obra gigantesca, o povo de Jaera construiu dois gigantescos bonecos, um representando Dom Gerald, candidato ao Governo do Reino, e o outro representando Dom Joseph Mountain, candidato à presidência da província de Saint Paul.
Nada demais, embora a questão ética do momento e da oportunidade de tal homenagem tenha sido muito discutida, se não tivesse tido um pequeno detalhe:
O banco da província de Saint Paul aprovou uma verba enorme para o patrocínio do carnaval deste ano, a toque de caixa.
Obviamente isso foi mera coincidência, ainda mais se observarmos a folha corrida dos nossos heróis tucanolandeses.
Claro que o patrocínio de camarotes VIPs para 350 pessoas e arquibancadas populares para mais de quatro mil e quinhentas, denota o sentido social do Banco, em concordância com o estilo de Dom Gerald governar.
Além disso, num belo ato de amor à província, a Escola de Samba fez a doação de cem fantasias para funcionários do Banco “Nossa Caixa”, desfilarem.
Mas tem uma coisa entalada na minha garganta: A ingratidão!
Não é que depois dessa atitude de amor à Província e seus maravilhosos e honestos administradores, a Escola caiu para o segundo Grupo!
Essa ação só pode ter sido política, pois a oposição a Aidimin é uma corja tão inominada que até um monte de CPIs quiseram armar para o pobre?Mas isso são outros 69, fica para outro capítulo, a posteriori...

O porco falando do toucinho.

Sanatório geral
O velho e bom professor Sigmund ensinou que não se deve conter os impulsos da alma, sob pena de transformá-los em recalques incontornáveis. O prefeito Cesar Maia segue à risca o conselho. Sempre que lhe bate o impulso de esmagar os calos de alguém, ele os esmaga mesmo. Ainda que estejam localizados em pés aliados.

Em seu boletim eletrônico desta terça-feira, Cesar Maia pisou, como sói, nos sapatos de Geraldo Alckmin. À sua maneira, passou uma carraspana no candidato tucano. Acha que Alckmin não tem conseguido falar às massas. O alcaide carioca referiu-se especificamente a uma reportagem exibida no Jornal Nacional:

“Depois de tirar fotos e cumprimentar eleitores”, contou Cesar Maia, “Alckmin foi abordado por um pedreiro desempregado e falou dos planos para criar vagas: ‘É preciso o Brasil fazer as reformas, para poder, num mundo globalizado, ter boa competitividade. O que não pode é a ineficiência do Estado tirar a eficiência das empresas. Esse é o grande desafio. Aí o emprego cresce’, falou Geraldo Alckmin”.

Se fosse vivo, o professor Sigmund talvez tivesse alguma dificuldade para analisar o comportamento de Cesar Maia. Acharia que a mania do prefeito de lavar roupa suja na internet é coisa que nem a Freud é dado explicar. Quanto à prolixidade de Alckmin, o professor decerto diria que o caso é de internação.


Realmente, a linguagem popular é muito difícil de ser dita pelas elites. O povo tem sua forma própria de se expressar e deve ser ouvido. O maior problema é esse, ter paciência para tentar ouvir e compreender o que o povo diz.
São pouquíssimos os intelectuais que conseguiram se expressar em uma linguagem mais simples e acessível a todos. Cito Mário Quintana que, com sua forma popular de se comunicar, se eternizou. Outro que pode ser citado é Catulo da Paixão Cearense que, em seus poemas, traz o sotaque caboclo à tona. Com todo o seu lirismo e simplicidade.
O próprio Cesar Maia passa longe disso, como a maioria de nossos políticos que quando não pertencem à elite, tentam se comunicar com a linguagem própria dela, o que transforma boa parte dos discursos em páginas hilárias.
Chamar alhos de bugalhos, não somente cria um aspecto de prepotência como afasta o eleitor.
Uma das coisas mais belas que existe é o poder de comunicação, e isso é para poucos.
No linguajar médico, uma simples dor de cabeça se transforma em cefaléia, a falta de apetite em anorexia.
Isso me recorda um colega que, durante a faculdade, ao fazer a anamnese (conversar com o paciente, perguntando sobre o que sentia, o que tinha tido quando criança, etc.), anotou que o paciente tinha anorexia pós prandial, forma bonita e acadêmica de dizer que o paciente tinha “falta de apetite depois que comia”.
O linguajar jurídico também é muito interessante e exclusivista, assim como o psicanalítico, entre outros tantos.
Um arquiteto tem que se familiarizar com os verbetes próprios da arte que exerce, tanto quanto um engenheiro ou um pedagogo.
Agora, para um político, é essencial que saiba se comunicar, e não é somente durante os discursos previamente preparados e sim, principalmente, no corpo a corpo.
Lula é um dos maiores exemplos de comunicação popular que temos, e isso é inegável. Embora seja criticado por quem espera de um presidente coisas como “fi-lo porque qui-lo”, ou como “duela a quien duela”, ou o hermético fernandês de Fernando Henrique Cardoso, Lula consegue se comunicar com o povo mais ignorante e menos culto do país, ou seja, a imensa maioria do povo brasileiro.
Uma das coisas que me chama a atenção é o despreparo de algumas pessoas para se comunicarem com outrem.
Temos exemplos claros e diários de erros crassos de português cometidos por “intelectuais” da nossa política.
Me recordo de que, na campanha passada, José Serra, ao encerrar uma entrevista, disse que teria que ir embora pois “são meio dia e tenho que ir”. Procurei em todos os lugares e não encontrei nenhum santo com esse nome...
Outro exemplo que dispomos, se encaixa no Vanderlei Luxemburgo tentando arranhar um portunhol e criticando depois, ferozmente, aqueles que o criticaram. Ora bolas, fale em português ou em espanhol e se fará ser entendido; intérprete serve para quê?
Outro técnico da seleção brasileira, o meu conterrâneo Sebastião Lazzaroni inventou, também, o seu idioma particular – o Lazaronês.
No entanto, as críticas de Cesar Maia me parecem corretas, mas com vício de origem; não reconheço em Cesar autoridade para criticar Alckmin, pois ambos são, como diz o povo “farinhas do mesmo saco” e me parece “o porco falando do toucinho”.

O que não será destaque na Imprensa 5 - Da energia


Empreendimentos do Proinfa vão gerar 914 MW até o fim do ano
A expectativa de um crescimento no setor energético com fontes alternativas é de 914 megawatts (MW) até o final deste ano, segundo previsão do Programa de Incentivo a Fontes Alternativas de Energia (Proinfa). Entre as novas plantas previstas para entrar em operação, pelo menos 17 são de biomassa, 10 de origem eólicas e 10 pequenas centrais hidrelétricas( PCH). As informações são do assistente de diretoria de engenharia da Eletrobrás e coordenador do programa, Sebastião Florentino da Silva. Já entraram em operação as usinas de Coruripe (AL) - movida a biomassa -, os parques eólicos do Rio do Fogo (RN), Osório(RS), e a PCH de Carlos Gonzatto (RS). Estes empreendimentos juntos totalizam 115 MW. Ainda de acordo com as previsões entrarão em operação até o final deste mês mais 14 plantas - biomassa, eólica e PCH - que em conjunto deverão agregar ao sistema elétrico brasileiro, 389 MW.


Para um país que viveu, há alguns anos, uma crise terrível na produção de energia elétrica, essa notícia é alentadora.
Não se pode imaginar o crescimento de um país sem o aumento da produção energética.
Os desgovernos de FHC e de seu ministro de Minas e Energias, o candidato a vice na chapa de Alckmin, José Jorge, levaram a um atraso considerável no desenvolvimento do parque industrial nacional, com prejuízo incalculável, tanto econômico quanto social.
As notícias que chegam do setor energético no país, com a auto-suficiência no petróleo, a biomassa, o biodiesel, entre outros poderá dar a dimensão do Brasil não só como auto suficiente mas, também e principalmente, como potência mundial nessa área.

Tucanolândia - Capítulo 28 - Do Espírito Olímpico de Dom Gerald Aidimin

Tucanolândia era um exemplo de divisão de riqueza, conseguira sempre uma medalha nas Olimpíadas das Injustiças Sociais, quando não era de ouro, faturava, no mínimo, uma de bronze.

Outros esportes que davam destaque ao desempenho tucanolandês eram o futebol e o voleibol, além do automobilismo e do iatismo.

A começar por aí, dá para perceber o quanto havia uma salutar diversidade social no Reino.

Essas conquistas esportivas davam um orgulho gigantescos aos súditos do Reino e isso era uma das molas propulsoras do “orgulho de ser tucanolandês”.

Frases como “Tucanolândia: ame-a ou deixe-a”, “O tucanolandês é, antes de tudo, um forte”, criaram um sentimento de amor à pátria invejável.

Isso era histórico, desde a conquista da Copa do Mundo de Futebol, na década de cinqüenta, todas as vitórias do Reino era motivo de orgulho nacional.

Um dos campeonatos tinha sido perdido, fazia algum tempo, o da mortalidade infantil, o que decepcionara um pouco os orgulhosos tucanolandeses.

Dom Gerald Aidimin sabia desse sentimento nacional e não queria atrapalhar nem impedir que o povo de Saint Paul ostentasse, com alegria, a pecha de, junto com as outras províncias, Superastros da Desigualdade Social.

Durante o período entre 2001 e 2004, quando presidente da província de Saint Paul, Gerald obteve um excesso de arrecadação que beirou, na soma, o total de doze bilhões de reais.

Mas, altruísta como ele só e pensando na alegria e orgulho do seu povo, deixou de investir o que havia sido previsto em ações sociais.

Percebe-se, sutilmente, o quanto esse homem ama seu povo. Venhamos e convenhamos, imagina só se ele tivesse gasto mais com as áreas sociais da província.

Isso poderia ter tirado do Reino de Tucanolândia ou, pelo menos, da província de Saint Paul, a chance de ser campeoníssimo no campeonato mundial de Injustiça Social, para desespero de seu povo.

É por essas e outras ações que imagino a maravilha de Gerald Aidimin no Governo do Reino da Tucanolândia. O povo faminto do reinado poderá, com todo o orgulho do mundo, ostentar, no peito tuberculoso ou na barriga cheia de vermes, a medalha de ouro.

A barriga vai, com seus roncos de fome, cantar de alegria...