quarta-feira, outubro 04, 2006

Textos 28 e 29 de setembro 2006

Mariana
Que farei sem teu amor? A vida nunca mais será a mesma, vida que se esvai na distância que nos separa...
A minha casa, a nossa sala, nosso jardim. Cada flor que brota me lembra teu sorriso, manso e inesquecível!
Era fatal que partiste, eu bem sei. E a vida teimaria em continuar.
É difícil conseguir vencer os fantasmas que cismam em aparecer todas as noites no meu quarto.
Solidão!
As cordas do meu violão estão caladas, a mi bordão e a sol se arrebentaram mas de que me adianta trocá-las se não irei tocá-las?
Tocar teu corpo, belo corpo de formas ideais e venais.
Ver-te nos meus olhos, emoldurada...
Nunca saíste de meus pensamentos...
Mentores de todos os meus desatinos e desilusões!
A vida roda, a noite roda, o tempo roda e não me enredo mais nos teus braços!
Braços fortes, minha amada e minha mãe. Meu oásis, mel e mar...
Marina, marina, mariana...
Não que te ame...
Não, isso não.
Já te amei
Hoje
Te
Adoro!!!!!!
E não estás, não estás, restam apenas as suas sombras.
Sombras...
Nunca mais
Não
Verei-
Te...
Mariana, amar Mariana...
Versos e fantasias,
universos.
diversos
horizontes.
A fonte seca, a ponte inalcançável.
Incansável...
Insaciável.
Mariana.
Nunca
mais...


Penteadeira
Tuas roupas jogadas num canto, sob a penteadeira...
Vida inteira, cós e reparo. Chão e disparo, me deparo com teus olhos vagos.
Lagos de afagos e fornalhas...
As horas que choras e me imploras não demoram e não decoram nossa casa.
Farsa, falsa solidão e anteparo. Me deparo com o que sonhara e não vivera. Verás meus olhos, veros olhos mestiços e castiços.
Meu fastio e meu rio, vasto rio, suspensório!
Vinhas caminhando pelas vinhas e pelos meus prados.
Prantos árduos e ardorosos.
Olorosos prados.
Cardos e cansaços, víbora e têmpera. Temperaste minha lida com vida e fel.
Méis e meses, reses fomos. Somos o húmus da terra.
Apologias fazes aos meus mordazes altares. Halteres e facínoras. Ignoras a ímpia solidão.
Solidez e sorte, morte e mate, motes que não testo nem texto...
Textualmente a mente remete a marte e morte.
Montes de mares e marés, rés e rês, revés!
Talvez não consiga te trazer e daí?
A mão cansada não tem poder nem podre odre nem orgulho ferido e vencido pela sina assaz sina...
Traças carcomendo nossa roupa exposta na sala.
Salas e saladas, são nadas e seriam nada, se soubesses como nadas e não te explano.
Abracei-te suavemente, docemente, a mente, ente, te...
Mas nada foste, nada forjaste, nada amaste nada.
Tua roupa jogada ao chão. Vão e verão. Não sei de teus senões. Verões veremos e teremos perdões.
Pátrias e patrões, solos, solidões. Certos sem sertões...
Abortos absortos dos portos que não naufrago nem desagrego.
Gregos vasos, aços e certezas. Mesas postas, postas carnes, cáries e caninos. Hinos postiços.
Cílios postiços, poções!
Portões fechados, azados olhos óleos azedos medos e segredos.
Contendas e conteúdos, restos e resumos. Somos o que nunca veio nem virá. Somos o chão sedento, a fome respectiva de viva vida. Ávida vida que não vira nem virá...
Restamos sós, SOS amor, somos o que resvala, a vala e o cão. A bala e o chão. O trapo e o contrato, nós e serventias.
Noés, nossas arcas são barcas e parcas soprando o vento. Contrafeitos déficits e defeitos.
Mausoléus ambulantes bulas e amantes. Amaciantes!
Nas roupas espalhadas embalaste teus desejos. Delírios e defeitos, dardos, escarpas e falésias!
Fomos o áspero e infecundo. Fomos o repasse das dores e das espinhentas urzes. Cruzes e mortalhas.
Falhas e retoques. Romas e Espartas, somos nada da nata que ofusca e não mostra.
Mostramos nossas roupas expostas, sem futuro.
O rosto esculpido em Carrara, destruiu-se e fez-se farta fantasia.
Uma nova sensação. Ao menos uma novidade!
Nas aspas e nas vestes, falsidades que falas e não negas.
Repare bem que nossa estrela está velha e opaca.
Repare bem que nossa lua não mais vem e nem virá.
Repare que nossa sala está fechada, trancas e dentes.
Medos e serpentes, sortes e presságios, nos ágios da vida pagamos pedágios e nada somos...
Farpas são nossas armas. Amas as armas e desarmas, e desamas, almas e alas. Aliás nada és.
Viés e via, velharia, uma velha arca observa a roupa esparramada, a vida arrancada, espraiada, espia...
Na fornalha do que fomos, vandalismo. Nas esperas das batalhas, egoísmo. Somos o achismo e o facho.
Feixe e pesca, réstia e angústia. Peixes sem isca e anzol. Sumo e sangue, fumo e mangue, somos o início e o fim.
Meio que cansado, olhando a roupa jogada, me recordo de cordas sem acordos, sem coragem.
A aragem vem e me traga. Esfrega a mão em meus olhos e me contém. Contigo contido e naufragado.
Grão de vida abortado, seco e mal dormido. A lua do nosso amor era minguante. A vida que se fez delirante, sem liras e sem cantos, desencanta lirismos e emprega desencantos.
Meu cantil está vazio e inútil. Intui um futuro que secou.
Em tuas roupas um vértice e um desalento.
Um princípio de final, ombreei nossos males.
Tuas mãos e teus sermões, teu cálice e fantasma.
Tudo que tive está perdido, jogado ao chão.
Sob a penteadeira do nosso quarto.
Tudo que tive...


Chuva
A chuva companheira tão amada,
Não deixa de cair sobre o telhado.
A noite forasteira está tragada
Pelos meus olhos tristes, vou calado.

Não quero mais saudades, dores, nada...
Eu trago meus detentos, sou teu gado
Na sombra maldição que foi gerada
No desamor pintaste nosso fado!

Me desculpe, pretendo que não chores...
Nosso beijo sombrio, embriagado.
No canto que temias nossa dor...

A chuva cai feroz, nunca implores
Pelo perdão que sempre foi negado.
Embalde queres luz. Mas peço amor...


Fada
Perdeste teu condão, és falsa fada;
Encantos que mentiste nunca os vi.
Saíste tão sozinha, madrugada,
Fugiste pro jamais, estás aqui?

Nos teus olhos servis, embriagada
A rosa que plantei nunca pedi.
A boca que negaste não beijada,
Na sorte que predisse me perdi.

Não quero teu destino nem condão.
Quero o sincero riso que me negas...
Quero o fantasma doce que sugeres...

As mãos que me deliram sempre feres,
As ruas que fugiste não navegas.
A fada que morreu, meu coração!


Tuas Mãos

Em tuas mãos macias, afiladas,
Carinhos são mensagens divinais.
Tuas mãos, meu destino, são traçadas...
As portas que me deste, meus umbrais!

Tuas mãos são certezas alcançadas,
Companheiras dos velhos carnavais.
Obras primas por Deus imaginadas,
Esplendores dos Céus... Universais!

Em tuas mãos, riachos e nascentes,
Os mares, oceanos se envergonham
Por não terem beleza que compare...

Tuas mãos carinhosas, envolventes.
As ondas que vivemos vem e voltam,
Te peço: em tuas mãos a vida ampare!


Farto
Respiro tua boca, minha amada...
Encontro meus desejos em teus olhos...
A poça que passamos, já tampada.
Os meus delírios trago nesses molhos...

Resta somente Minas e Maria...
Não quero cavalgar por outra banda.
A vida transbordando poesia,
Se não me amares, tudo se desanda!!!

Dançando tua festa velho tango.
De tantas sutilezas fiz meu fado.
Das dores, de tristezas, sempre mango,
Me trouxeste, verdades, fero cardo....

Riste de meus carinhos, fonte crua...
A porta que me abriste fechas tonta...
Não desejo que esta festa seja a tua,
Mas a sorte que lanças, está pronta!

Respiro cicatrizes que me deste.
Uma farpa que machuca, também cura.
Desdenhas meus remédios, lepra, peste.
A noite que entranhaste vai escura...

Respiro meu destino sem certezas,
Preciosa partilha nunca fui...
Em desastres desabam as belezas
Meu castelo de sonhos, sempre rui...

Vieste tão sutil, meu horizonte!
Marcaste com batom o meu destino...
Secaste, bem depressa, vida e fonte.
Lograste fatalmente, perco o tino...

Embriagado desses olhos trágicos.
No desamparo sigo sem conforto...
Quem vivia morreu momentos mágicos.
Quem sonhei sobrevida, quedou morto!

Inútil ar, inútil vento, nada...
Minha barca desperta novos mares.
A boca que beijei escancarada,
Mastiga todos sonhos, meu altares!

Ensinaste insensata tanta dor,
Vergastadas cortando minha pele.
Dessa mesma maneira, vil condor,
A boca que me morde me repele...

Sangraste minhas noites tão selvagem...
A morte que prometes sempre negas.
As dores não respeitam a triagem,
Hidras se multiplicam, velhas pegas...

Nosso caso abandona todo senso.
Nas ondas que profanas somos parto.
Amor que já morreu de tão imenso
De tanta poesia ficou farto!


Fonte
Suprema fonte de todos os meus sonhos!
Suprema fonte! Como te quero...
Das tramas que fomos,
Somos uma só fonte.


Ferozes
Abandonas as ondas e me mordes.
Me mordes nas ondas que abandonas.
Somos ondas e mares,
Moréias e marés.
Somos abandono...
Fino sono.
Soníferos.
Sonhos feros,
Feras vozes,
Vorazes!


Mares Mineiros
Montanhas de Minas.
Mares de Minas, distantes...
Montanhas e mares,
Mares mineiros são utópicos.
Típicos de salgada lagoa.
Pampulha, pampas mineiros...
Mares e luas
Só te faltam mares...
Nas montanhas os segredos,
Monásticos segredos.
Medos e senzalas.
Café com pão,
Pão e leite.
Broa.
Milho.
Montanhas
Queijo.
Desejo de mares.
Mares de minhas manhãs.
Minhas manhas mineiros mares.
Montanhas entranhas.
Lagos e afagos,
Teu fado é sem tino
Destino dos nossos mares...
Mares mineiros são meus sonhos...
As lágrimas que me deste
Encheram o rio de sal.
Meus mares mineiros
Estão no meu quintal!


Infância
Nas horas senhoras sem senso,
Penso e não compensas.
As ofensas caricias...
Os meus olhos
Molhos
Folhas de papel,
Correnteza, faço barcos.
O pião entrou na roda o pião entrou na roda, o pião...


Cravo e Rosa
Rosas vermelhas,
Centelhas,
Espelham as rosas.
Moscas voando
Moças passando
Meu cadáver espera...
Meus cravos...
A rosa. Brigamos...
Morte/amores.
Quebranto...


Adormeço
Ócios e ossos, ofícios...
Oficio meu vazio cio,
Se não sou
Quem me dera...
Se não vou
Nada espera.
Sou
Servo
E conserva.
Sirvo de mote.
Bote e fardo.
Trote e mansidão.
Ocos os ossos, ofícios.
Cruz fixa, frouxa.
Crucifixo,
Fixos os olhos.
Bote e morte.
Naufrágios!
Sufrágios
Elegi-te
Elegia,
Letargia
E adormeço...


Moto contínuo
Lama vento
Lamento...
Mote e serra,
Mortalha. Batalha
Falha e estupidez.
Versos são conversas
Converso e converto,
Cabarés
Bares
Cabem
Fés...
Firo e não atiro,
Martirizo...
Preciso
Siso
Isso que quero.
Amores que não firo
Prefiro a lama.
Lama e vento.
Lama vento
Lamento...
Mote e s...


Dês
Dês meu ninho em desalinho.
Dês meu linho que te aninho,
Dês meu solo, sou sozinho
Dês meu passo,
Passarinho...



Perdido
Átomos e hiatos, somos ritos...
Mitos sem temores, somos hera.
Somos terra fera que devera...
Nada que pergunte me demora.
Nada que sincere te decora.
Nada que me fere te devora...
A boca oca boca deve beijo.
Um seixo, um sexo, uma sexta...
A sesta em teu colo, solo Apolo sou.
Perdido seu adido, adio cada dia.
Vadio o meio dia meu sangue
É teu sustento.
Meu vento que me catas,
Gira vento e cata sol.
Atol roca,
Rochas e rochedos.
Meus segredos e sargaços.
Abraços e senzalas.
De te amar eu me perdi....


Prazer
Prazer: te conheci?
Talvez foste moleque
Meu leque não pedi
Emblemas poemas
E temas tremas
Lemas lesmas...
Mesmas palavras.
Larvas e lavras
Sal lavas.
Salivas...
Ogivas
Giras.
Iras
Miras
Martírios;
Muito prazer!
Não há de quê
Amanhã não amanheço;
Prazer; eu te conheço?

Estridor
Muitas vezes te perdi.
Obuses abusos luzes me cerziste.
Cinzas cravos mortes seduziste
Nada mais te temo
Meu último ultimo teu timo
Estimo teu rumo, prumo e destino.
Atino e desatino, átomo desato-me...
Religo restinga e montanha.
Minha senha, minha sanha.
Nas morfinas noites alucinas.
Aços e ações. Rabecões.
Carrego meu corpo
Levo para a cova.
A sova do não
O pão sovado.
O amor desengonçado;
O nada sem gosto
Sem sal.
Soletro seu amor.
Seleto e sem sabor.
Completo desafeto,
Perpetuo este feto.
Perpétuo aspecto
E respeito.
No peito
Um jeito de não bater.
Baterias e bactérias terias.
Mas não me tens e vens
E vens e não me tens...
Se não vens me terias.
Mentirias se me tiveste.
As hastes que quebraste
São as mesmas que sustento.
Meu vento e feitio
Fastio,
Estio
És
Ex.
Estilo
Estrilo
Estridor...



Transfusão
Festas e feitiços
Feitores...
Eis nosso sangue
Transfuso...
Amores...
Confusos e fusos.
Fusões.


Porta aberta
Porta aberta
Alerta
Entra.
Volta?
Revolta!
Não retornes!


Pigarro
Cigarro
Pigarro
Agarro
Teu rabo, solidão!


Conta gotas
Amor
Gotas
Conta gotas
Remedia?


Fantasmas de amores
Fantasmas de amores...
Assombras meus sonhos.
Fantasmas de amores...
Nas noites me dramaste
Me fizeste me mataste
Me supriste e não me deste.
Fantasmas andam sem paragem...
Sem visagens, sem viagens.
Fantasmas são pajens
E pajés...
La luna que me deste
A pluma que não veio
A fome de legaste.
A festa que não tive
A fresta que fechaste.
As horas que negaste
As hastes que quebraste
Quero tua parte
Mas nada, partes...
Lã e tosquio.
Arrepio.
Frio.
Rio
Nos tais fantasmas me desfio!


Corrente
Menino, quero a festa.
Sombrio, quero a morte
Garoto quero a pipa
Falante, papagaio.
Gestante, quero o verso.
Delírio, um universo.
Covarde, quero a lança
Intrépido quero o bote.
Destino, quero a sorte,
Poeta, me dês mote.
Confete, carnaval
Moreno, quero o sol,
Gelado quero a lua
Penado peço alma,
Postado um e-mail
Pacote quero fita.
Cinema quero filme
Restante quero o todo
Lodo quero o tombo
Arroubo quero a calma;
Arma quero a bala.
Bala quero o doce.
Doce quero a boca
Boca quero o beijo.
Beijo peço a língua
Língua quer tempero
Tempero diz pimenta
Pimenta e calor.
Calor me dá Maria.
Maria me dá filho
Filho quero cinco
Cinco quero os dedos,
Dedos teu anel
Anel diz casamento
Êpa! Tô fora.....


Teu amor
Teu desejo meu destino
Espero tua esperança
Uma vida vai vazia
Amparo que me deste
Mordaça já não trazes
Olvido tantas dores
Roubaram meus desejos...
És minha sina
Minha luz e minha treva.
Estiva e contracepção!
Uma calma que rebela.
Desfaço-me em ti.
Espreita e fantasia
Soma do que tive
Espelho que não temo
Joio em volta a trigo
O maior amor do mundo!


Minhas esperanças calam Soneto em redondilhas com estrambote
Minhas esperanças calam
Se traduzem nesse sonho.
Tuas noites que me embalam
Por destinos onde enfronho.

Me enredam tortura entalam.
Medo de sentir medonho,
Meus desejos já escalam
Os meus barcos nunca ponho...

Transporto essa solidão
Embarcada na saudade
Na verdade que me deste

Navegando o coração
Percebendo realidade...
Meu rumo é todo leste...

Meu amor me trouxe paz
Como poder viver mais
Se esquecer não fui capaz?


Chuva Soneto em Redondilha
Chuva caindo tranqüila
Noite traz a mansidão
Adormece a bela vila
Sonhando paz e perdão.

Veneno de quem destila
Atravessa a multidão
Miséria, longe, se exila
Todos sonham vinho e pão!

Menos os meus olhos tristes
Não consigo mais dormir
Por que, meu bem partistes?

Não consigo perdoar...
Como pude prosseguir?
Vem a chuva me contar!!!


Quietude Soneto em redondilha
Na quietude deste sonho,
Encontrei a mansidão
Nos meus olhos já não ponho
Esta triste solidão.

Com meu barco já transponho
Tua porta e coração.
Nunca mais eu me envergonho,
Me rastejo pelo chão...

Desculpas posso pedir,
Favores podes me dar.
Tuas mãos quero sentir

No meu corpo, passeando.
Adormeces no luar...
Os teus sonhos vou sonhando...



Luar sobre a mata Sonetos em redondilhas
Luar que cai sobre a mata
Me trazendo teu reflexo
O teu brilho me arrebata
Perco todo senso e nexo.

O vento vem qual chibata
Arremata meu complexo
Sentido verso maltrata
A noite promete sexo...

Sensuais as tuas pernas
Maviosos os teus seios
Em meu corpo não te invernas

Não me tens medo ou receios
Nos teus beijos faço cama.
Nosso amor é toda chama...


Último Desejo - em homenagem a Noel Rosa Soneto em redondilha
“Nosso amor que eu não esqueço”
Trouxe vida e fantasia
Amor assim não mereço,
Amanheço todo dia

Sonhando nosso começo
Todo riqueza e magia
Pensando em ti adormeço...
Outro amor eu não queria...

Mas fugiste, por encanto...
Todo sonho foi-se embora
Só me restou esse pranto

Teu amor foi brincadeira,
Me enganavas a toda hora
O São João virou fogueira...


Aves de mau agouro Soneto em redondilha
Olhos verdes espalhados
Pela plantação divina.
Fecundando esses cerrados
Vida bela e cristalina

Desfazendo tristes fados
Uma luz se descortina
Nossos cantos compensados
A seca morre, ladina...

Mas os olhos que sorriram
De novo podem chorar.
Os belos dias que viram

Teimosos podem secar...
Querem cortar olhos asas.
Trazem as lenhas e brasas!


Pássaro Peito Soneto em redondilhas
Revelaste teu mistério:
Foste minha companheira?
Amor que pensei sério,
Zombaste esta vida inteira...

Sempre o mais duro minério!
Fingiste ser verdadeira...
Amor exige critério;
Levaste na brincadeira...

Nevaste cada momento
Onde fogo consumiu.
Não tens arrependimento;

Nem sabes o que fizeste.
Pássaro peito fugiu...
Pobres penas se reveste...


Catedrais Soneto em redondilhas

Nas catedrais, coração.
Os templos gigantescos.
Procriando seu perdão,
Todos meus sonhos dantescos...

Nos minaretes, islão;
Dos reinados nababescos,
Procurei viver o chão.
Novos cantos pitorescos...

Meus amores, catedrais,
Risos se confundem pranto.
Nas orgias, carnavais.

Os olhos cansados choram...
O que pasma, tanto encanto...
Minhas orações te imploram!


Rouxinol e Cotovia
Procuro amor nas cascatas,
Nas espessas cachoeiras.
Nas guerrilhas casamatas,
Nos troncos das aroeiras.

Procuro a vida sem datas,
Segundas a sextas feiras.
Os olhos verdes das matas...
Nossas horas traiçoeiras...

É tanto amor que se chama,
Queimando na mesma chama,
Ouço o canto, rouxinol,

Distante inda está o dia...
Mas veja o nascer do sol.
Quem canta é a cotovia!


Fim de tarde
Longínquas essas saudades,
Lembrança, velha criança
Passando pelas cidades,
Resvala nesta esperança.

Tempo longe, sem maldades,
Éramos os reis de França...
Casados, velhos abades
Dançaram a nossa dança!

Chega a tarde, vem sem pressa.
Nos cerca de filhos, netos...
Amores sonhos completos,

Corda que nos une, forte...
As dores vêm na remessa,
No fim dessa tarde, a morte...


Porta do Paraíso
Temo o teu silêncio, amada.
Iconoclasta teu sorriso.
Tuas mãos são mãos de fada,
Saltas não mandas aviso.

A morte sempre espreitada
O teu gesto é mais preciso.
A porta sempre fechada,
A porta do paraíso!

Anjos voam sem destino.
Nas orlas do pensamento...
Nas abas do meu tormento.

Teu rosto traduz certeza.
Medo de velho menino,
Arrasta na correnteza...


Forma de Oração
Tua noite já cintilas,
Trazes luzes e fornalhas.
Nos sonhos me trazes vilas,
Cios, campos de batalhas...

Os meus medos fazem filas
Meu corte, minhas navalhas.
Venenos nem sei, destilas!
Aproveitas tontas falhas...

És bela e não te desejo.
Não restas e tudo temo.
Tantas lutas que pelejo,

Nossos ossos, torto, cremo...
Posso te pedir perdão
Na forma dessa oração!


Guerreiro
Noutras vidas fui templário,
Pesadelos, sonhos tive.
Vida vivi temerário,
Conheci monte, declive...

Soldado sal e salário ,
Saldos negativos, vive...
Esqueci garbo e horário,
Se não vive, sobrevive...

Noutras vidas fui guerreiro...
Tanta guerra nunca aparta.
Morri, escapei, inteiro.

Renasci na velha Esparta.
Ressuscito, sem perdão:
Talibã, Afeganistão!


Sonhos Medievais
Dos meus sonhos quebro imagens...
São medonhos, ancestrais,
Me perdi nas tais viagens,
Velhos dias medievais,

Vilarejos, estalagens.
Nas cantigas, madrigais...
Minha amante, suas pajens,
Mascarados carnavais...

Queimo meus sonhos terríveis
Nos passos do meu rocim.
Nos castelos mais temíveis...

Nessas pontes levadiças...
Todo velho sonho, assim,
Trazendo essas mãos castiças...


Vivos Cristais

Te peço vivos cristais,
Seus olhos que nunca esqueço.
Pavorosos vendavais,
Os olhos que não mereço...

Meus tristes dias lustrais.
Todo amor tem o seu preço,
Teu alvor retrata paz...
Esperando teu avesso

Recomeço o desespero...
Vida que traz os teus olhos!
Saudades trago nos molhos,

Especiarias, tempero.
Te peço vivos desejos...
Nos cristais desses teus beijos!


Porta aberta, solidão
Porta aberta, solidão
Coração bate no peito
Saudade traz aflição
Na saudade dei um jeito

Nunca mais me diga não
Esse é teu maior defeito.
Descarrila o coração
Desabando no meu leito...

Porta aberta faz saudade,
Saudade nunca que quis
Sem viver felicidade

Como posso ser feliz?
Saudade dói que dá dó!
Nunca mais me deixe só...


Porteira da Saudade
Na porteira da saudade
Eu deixei meu bem querer
Veja só essa maldade.
Como poderei viver

Sem a tua claridade
Não tenho nem mais por que
Um amor na minha idade
Se traduz no meu sofrer...

Quero a chuva pequenina
Caindo no meu chapéu
É melhor a chuva fina

Que castigo, lá do céu
Esperança foi matreira.
Esperei a vida inteira....


Como poderei viver?
Roça que plantei, de milho
Passarinho já comeu.
A mulher quer me dar filho
Outro filho já nasceu.

Procurei um estribilho
Nunca foi nem meu nem seu
Revólver sabe o gatilho
Passarinho já morreu!

Nunca mais vou plantar roça
Nem mais filho quero ter,
Na danada da palhoça

Já não tem nem mais espaço
Como poderei viver
Sem saber do teu abraço?


Canto do Canário

No canto deste canário,
Encantos dum bem te vi
Natureza traz cenário
Beleza igual nunca vi.

Tristeza deixei n’ armário
Essa dor já esqueci...
Amor bom é solidário
Amor que nunca vivi...

No canto do trinca ferro,
A saudade deu um berro
Eu fiquei triste e tão só.

Cantando esse passarinho
Saudades tem do seu ninho.
Me encanta esse curió!


Rosal da Solidão
Roseiral da Solidão
Deixei uma rosa triste.
A conheci em botão,
Bela rosa não resiste,

A amargura deste chão,
A dor no meu peito insiste
Não deixa outro jeito não
Natureza chora, assiste

Essa rosa na roseira
Esperei a vida inteira
Meu amor nunca chegava

Rosa não desabrochava
A solidão matadeira
Meu amor assim, matava...


Amor e Dor

Nas crisálidas da vida
As horas passam depressa
Tanta coisa adormecida
Parece que não tem pressa

A porta da despedia
Aberta nunca confessa
Amar é bom sem partida
Numa conversa começa..

Mas quando a noite machuca
Amor não tem mais jeito
A dor exige o direito

De sangrar, amor caduca,
Claudica e nunca mais firma.
Tanta dor amor confirma...


Coragem
Coragem não deixa pistas
Nos olhos dum cantador.
As noites servem conquistas
Conquistas do nosso amor.

Amor, nunca me resistas,
Espinho trazendo a flor
Não sei se são comunistas
As mãos que tinham pavor

Aportei numa saudade
Deixei de lado a maldade
Fiz meu ponto de partida

Nas horas tristes da vida
Nunca mais tranqüilidade
Nunca mais a tal ferida...


Acorda coração!
Quando te vi, bem menina,
Nunca poderia crer
Destino que desatina
Não tem talvez nem por que

Aprontasse bela sina,
A sina de conhecer
Amor, luz que ilumina
Os olhos, me faz sofrer...

Menina crescida, bela,
Transformada em tal sereia
Tanto brilho que incendeia

No meu céu virou estrela
Nas cordas do violão
Acordou meu coração!


A Porta Aberta
Acordara tarde. A noite que prometera muitas alegrias tinha acabado sem nenhuma surpresa.
Não viera, ela nunca vinha...
Esperara por mais uma noite. Mais uma desilusão.
A porta adormecera escancarada, totalmente escancarados porta e coração. Mas nada, nada...
Muitas vezes pensara que a culpa era sua, sempre fora meio estúpido, meio tímido e teimoso. Muito teimoso.
A conhecera menino ainda. Amor da adolescência marcado por espinhas e noites acordadas. Sempre a via nos seus sonhos, mas nunca pudera dizer o quanto era importante para ele, a timidez o impedira e deixara-o sofrer.
Quando a viu nos braços de seu melhor amigo, o mundo parecia que ia desabar.
Mundo cruel, mas o tempo passa e não deixa senão as pequenas cicatrizes que teimam em não desaparecer totalmente.
Nesse meio tempo conhecera Maria de Fátima, bela morena de olhos verdes e esperanças bronzeadas.
Foram colegas de faculdade. Faculdades diversas, sonhos unidos.
Casamento foi rápido, rápido e raquítico.
Menos de quatro meses depois, a mesma noite que trouxe Fátima a levou.
Uma carta denunciara a trama.
Uma trama que o deixara assustado e pálido.
Quem diria, Fátima partira, jamais poderia acreditar que isso aconteceria um dia.
Da morena bonita, somente os olhos verdes sorridentes sobre a escrivaninha, no quarto, nada mais.
O porta retrato ainda estava lá, com aquela foto tradicional de um casamento terminado, abortado, antes que se pudesse sequer imaginar no que iria dar.
Carinhos e carícias foram poucos, mas marcantes...
A porta escancarada esperava por Lucia.
Menina Lucia que prometera voltar, um dia.
Agora, solitário lobo uivando por toda a noite, nada mais poderia esperar a não ser, em Lucia, a juventude morta, abandonada e esquecida.
Lucia tinha se casado com aquele velho amigo da adolescência e tinha tido dois meninos.
O tempo demonstrara o quanto eles eram parecidos com o pai, morto num acidente de trânsito. Álcool, muito álcool e as farras comuns dos finais de semana.
Lucia tinha ficado só e revoltada. Muito revoltada.
O corpo encontrado junto ao do marido tinha, várias vezes, dormido na mesma casa que ela, velhas amigas...
Ao reencontrá-la pensou que poderiam recuperar o tempo perdido e reiniciarem a velha história de amor...
Mas aquela noite fora incisiva. Lucia não viria, nunca mais...
O que fazer?
O sábado aproximava-se e com ele as noites e bares. Os bares podem trazer novas luas e novos sonhos...
Aquele seria o seu dia!
Não pensara duas vezes. Soube que, na cidade mais próxima, haveria um baile.
Um baile é sempre uma boa oportunidade de conhecer gente nova. Principalmente outras mulheres!
Uma roupa nova, um sapato novo, tudo novo para um velho lobo.
Solitário lobo...
Arrumou-se, perfumou-se...
A noite estava muito bonita e ele também, com certeza teria uma noite inesquecível
E teve!


O clube estava lotado, cheio de jovens felizes e ansiosos.
A música convidativa trazia o sonho...
Sonho e desejos....
De repente, uma sombra familiar passa do outro lado do clube.
Os olhos verdes da morena irradiavam!
O que fazer?
As noites maravilhosas que passaram junto, o uísque fazendo o efeito esperado...
Mas, ao se aproximar um pouco, reparou que os olhos verdes estavam ansiosos, esperando alguma coisa ou alguém...
Alguém!
Neste instante, saindo do banheiro feminino, uma surpresa...
A passageira noturna que nunca viera, aproximava-se sorridente...
Lucia e Fátima.
A noite escureceu-se de vez...
O efeito do uísque se esvaiu...
A porta nunca mais dormiu aberta!


A Cratera
Os restos deixados na sala o preocuparam muito.
Como poderia seguir a vida se aquelas imagens não saiam de sua cabeça.
E ainda por cima aqueles restos, pedaços do que fora uma vida inteira.
Vida, palavra cada vez sem mais sentido...
Devotara boa parte de seus dias na esperança de poder descansar, dias e dias de louco desafio.
Cavara insensatamente, durante anos a fio, a cratera que prometera à amiga. Belos dias da juventude esquecidos numa gaveta.
As pás e as picaretas foram os seus instrumentos de trabalho. Bastava chegar da repartição e recomeçava o idílio.
Poderia ter chegado a um cargo de chefia mas a sua aparente insensatez o impedira.
Exótico. No mínimo exótico.
As cordas ajudavam-no na árdua tarefa, diária tarefa de abrir a prometida cratera.
A princípio seus colegas pensaram que pretendia fazer algum tipo de túnel ligado a uma fugidia esperança de fuga ou de roubo.
A polícia chegou a ser acionada mas, como não há lei que proíba a confecção de uma cratera, foi deixado em paz.
Obviamente ninguém mais o levou muito a sério depois de tal descoberta.
Porém, no trabalho e mesmo nas relações interpessoais era extremamente coerente.
Raros disparates e cincadas escapavam da sua perfeita lucidez.
Passou a ser visto como uma espécie de conselheiro pelas moças apaixonadas ou traídas e até dos amigos que, a princípio zombavam e muito de suas atitudes.
A amada cresceu, casou, mudou-se mas ele não muda.
A cratera prometida passou a ser o maior objetivo e objeto de sua vida monástica.
Tantos dias passados, meses, anos e a mesma vontade férrea e insuperável.
Aposentar-se-ia daí a mais ou menos dois anos, mais de trinta de repartição e de cratera.
O buraco já tinha mais de cem metros de profundidade, bem apoiado sobre uma obra arquitetônica de surpreendente solidez.
Mas aqueles pedaços de um passado remoto o surpreenderam.
De onde poderia ter vindo aquilo?
Provavelmente algum animal teria trazido aqueles pedaços de pano para a sala.
Mas como?
A vida preparara uma surpresa avassaladora.
Reconhecera de imediato os trapos e retalhos daquele velho vestido.
Remontara a um tempo esquecido, jogado numa cratera totalmente injustificável.
Pelo menos até aquele momento...


A Fotografia
Procurara durante vários anos por aquela fotografia!
A casa não era muito grande, mas a foto tinha se perdido em meio a bugigangas e souvenires.
Uma foto amarelada, meio que rasgada, meio que amarrotada.
As traças tinham visitado-a mas, por incrível que pareça, tinham poupado o rosto. Para ser mais preciso, poupado o sorriso.
Lembrara-se que, ao se casar, tinha ocultado o retrato em algum canto, logo esquecido...
Realmente, não teria como se lembrar. O álcool tinha dominado-o totalmente. Álcool e desilusão.
As brigas diárias, a fantasia desfeita nas ofensas cotidianas e na paranóia que acompanhava a antes doce e carinhosa Rosane.
Uma carta colocada sob a porta denunciou a loucura.
Escrita à mão, invocava uma amor imenso por ele. Amor imenso e alucinado.
A falta de assinatura e a tempestade causada pela descoberta de tal carta levou-o ao desespero.
Tirando aquela foto esquecida em um canto qualquer, fora totalmente fiel à Rosane.
Absurdamente fiel, pensaria depois.
Não seria fácil entender que a autora da carta fosse ela própria. Sim, Rosane!
Dali em diante, a vida se tornara um inferno.
A volta do trabalho se tornou árdua e difícil.
Os bares das redondezas passaram a ser testemunhas diárias das desavenças entre ele e a mulher.
Quando o final de semana se aproximava, o inferno aumentava.
Infernos e gritos, gritos absurdos agravados pelo útero estéril da esposa.
Ainda bem, pois um filho não sobreviveria nem aos fantasmas de Rosane e nem ao alcoolismo cada vez mais evidente e intratável dele.
Até que, num dia mais absurdo e mais tresloucado, encontrou Rosane desnuda deitada na sala.
Um rastro de sangue seguia-a até ao quarto.
Morta.
Completamente exangue e desnuda.
Os olhos parados olhando para o nunca e um sorriso enigmático aflorando os lábios da pobre demente.
Passaram-se vários meses, a paz trouxe a cura da embriaguez.
Nunca mais bebera nem tivera vontade.
Mas, aquela tarde uma coisa o intrigara.
A foto deixada em um canto inesperado, guardada entre as bugigangas no quarto de despejo.
Outra coisa que chamara sua atenção, foi um detalhe que à princípio passara desapercebido.
O sorriso.
O mesmo sorriso enigmático que vira no rosto de Rosane


Seios Alvos
Nos seios alvos da amada,
Meu cálice e tormento..
Perdido sinto a rufada
Mansa do doce vento.

Fantasia vai alada,
Esquece do sofrimento,
Minha mão cariciada,
Procura a cada momento!

Nos seios alvos desse anjo,
A vida não traz malícia.
Percorre tanta delícia,

Decora mais lindo arranjo...
Meus olhos não perdem alvos...
Beleza dos seios alvos!


Sacrários com estrambote
Teus olhos, belos sacrários,
Distantes me trazem lua...
Amores, eu tive vários,
Tua beleza flutua...

As dores formam sudários,
Voas singela, nua...
Caminho para estuários
O teu corpo se insinua...

Teus olhos, meu doce lume...
As portas abrem, do céu...
Abelhas fabricam mel

Das flores que te conhecem...
Tens sutileza e perfume
Teus olhos me fortalecem...

Persigo a cor destes magos...
Quem me dera teus afagos,
Me perder teus mansos lagos...


Desgaste
Não pretendo teu mistério,
Nem concebo teu pecado.
Não vivo num monastério,
Nunca fui santificado,

Perdido sem adultério
Um viver desesperado.
Nunca preciso esse Império
Nem fiquei preocupado...

Vastos mares, oceanos,
Acenas com teu perdão
Não farei mais outros planos.

Respeito essa decisão.
Mas a rosa que plantaste,
Morrendo triste, desgaste!

Você tem soja pra exportar?

Há uma situação explicita neste segundo turno.
Com o dólar baixo e o real forte, temos um país dividido entre os exportadores mais ricos e os brasileiros mais pobres.
Com esta queda do dólar, o preço da soja, da carne e de outros produtos de exportação se tornou mais competitivos lá fora, mas, há uma clara queda da rentabilidade dos grandes exportadores, que recebem menor quantidade de dinheiro em reais.
Por outro lado, como a cotação dos produtos é dolarizada, temos uma queda do preço dos alimentos no Brasil, inclusive dos insumos importados.
E isto faz com que os mais pobres possam se alimentar e vestir melhor. Ou seja, dá maior dignidade ao nosso povo.
A divisão deste bolo é explicitada da seguinte forma. Quanto maior a fatia que sobra para as elites exportadoras, menor a fatia para os mais pobres e para os trabalhadores em geral, inclusive para os empresários de menor porte e de produção visando o mercado interno.
Uma coisa que me chama a atenção é a divisão perfeita dos Brasis diversos.
Concordo plenamente com o eleitor consciente de Alckmin, este apresenta uma característica marcante. Vejamos um cidadão acostumado a ter lucros exorbitantes com a produção hipervalorizada por um câmbio favorável associado a um baixo salário dos seus empregados.
Obviamente deve estar muito chateado de ter que dividir o famoso bolo com os mais pobres.
Claro que isto significa que não poderá comprar um avião de dez milhões de dólares, tendo que se contentar com um de cinco!
Esse eleitor de Alckmin espera e cobrará, caso ocorra a eleição deste, que o dólar se hipervalorize, aumentando seus lucros à custa do aumento dos produtos agrícolas, dolarizados.
Ou seja, aumenta dólar, aumenta o preço da soja e o lucro dos exportadores e em contrapartida, aumenta o preço do arroz, feijão, pão, macarrão, etc... O que, convenhamos, é péssimo para os mais pobres e para os trabalhadores, até mesmo para os que simplesmente não exportam soja ou carne...
Ah! OUTRA COISA IMPORTANTE: ESTÃO COMEÇANDO A ESPALHAR QUE LULA IRÁ ACABAR COM O DECIMO TERCEIRO E COM AS FÉRIAS.
ISSO É UM DOS MAIORES ABSURDOS, MAS O POVO ACREDITA EM TAIS BALELAS.
Com relação ao que expus antes, pense duas vezes:
A – se você tem soja para exportar, carne entre outras coisas PARA A EXPORTAÇÃO, VOTE NO ALCKMIN. ELE TE REPRESENTARÁ COM TODA A GARRA E COMPETÊNCIA
B-Mas, se você não tem soja nem carne para exportar, NÃO VOTE NO ALCKMIN, POIS É DO PRATO DOS SEUS FILHOS, DA EDUCAÇÃO DE SUAS CRIANÇAS E DA SAÚDE DE SUA FAMÍLIA QUE VIRÁ O DINHEIRO PARA PAGAR FAZER COM QUE OS RICOS EXPORTADORES DESTE PAÍS FIQUEM CADA VEZ MAIS RICOS E POSSAM COMPRAR SEUS AVIÕEZINHOS DE 10 MILHÕES DE DÓLARES.
O BOLO É UM SÓ, A DIVISÃO DELE DEPENDE DO SEU VOTO!!!!