segunda-feira, julho 17, 2006

trova

Nasci nas Minas Gerais,
Em plena Zona da Mata,
Vivendo, buscando a paz,
Mas a saudade maltrata...

poemeto

Seca maltrata o sujeito,
Vai matando a criação,
Mas ninguém tem o direito
De explorar o meu sertão!
Nosso povo sertanejo
Tem muito brio e valor,
No fundo, nosso desejo,
Dignidade e amor...

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Rimas trago no meu peito,
Versifico com paixão,
Vão nascendo, desse jeito,
Brotando do coração...

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Falando por valentia,
Qualquer um fica mais forte,
Quero ver, na poesia,
A cobra dar o seu bote...

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Rastro de cobra no chão
Assusta qualquer valente
Amor rasga o coração,
Deixando o cabra doente...

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Passatempo, passarinho
Passa tudo devagar,
Passando o tempo, sozinho,
Tempo custando a passar...

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Sentimento de verdade,
Pode um cabra conhecer
Quando bate essa saudade.
Dá vontade de morrer

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Na ponta do cravinote
Vi muito cabra morrer,
Vi valente dar pinote,
Já vi jagunço correr...

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Restando tão pouca vida
Para quem quer esquecer.
Essa verdade mentida:
Nada temo, nem morrer...

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Vi teu nome no meu peito,
Consegui ver o teu rosto,
Doendo, mas satisfeito,
Coração batendo, exposto...

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És mais bela que sereia,
Serei de ti o sonhar,
A luz de minha candeia,
Não consegue te ofuscar...

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Vinda de terra distante,
Mariana foi pro mar
De Netuno foi amante,
Amiga de Iemanjá...

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Bebendo da vida, tanto,
Eu quero me embriagar,
Do teu doce, claro encanto,
Novo canto, vou cantar...

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Meu tempo, sem contratempo,
Vai passando, devagar,
Navegando vou, ao vento,
Nos meus sonhos, vou voar...

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vou vagando pelo mundo
procurando te encontrar,
lá do céu ao mar profundo,
nas estrelas, no luar...

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Vou rasgando a fantasia
Que vesti no carnaval,
Menina faz poesia
Brilhando nesse lual...

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Sei de tanta falsidade
Conheço, desde menino,
Em teu corpo, a claridade,
Onde banho e me ilumino...

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Moça bonita, cuidado,
Não caia no velho papo,
O tal príncipe encantado,
Há muito já virou sapo...

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Na fumaça do cigarro,
Te vejo nas espirais,
Se tropeço, me agarro
Em ti, cairei jamais...

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Não sei nem quero saber
Quem inventou sofrimento,
Só sei que quero viver,
Ao teu lado, esse momento...

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Rosa vermelha, sedução.
Rosa branca, quero paz.
Plantar, no teu coração,
Um rosal, se for capaz...

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Foste tanto, fui tão pouco,
Me perdoe, meu amor,
Hoje, tonto, vivo louco,
Com meu peito sofredor...

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Vida, vela leva o vento,
Pra distante, nesse mar,
Vou vivendo no relento,
Procurando te encontrar...

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Da noite quero o luar,
O sol desejo do dia,
Conjugando o verbo amar,
Transbordando poesia.

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Não há coisa mais bonita
Nesse mundo de meu Deus,
Que os olhos da minha Rita,
Quando olha nos olhos meus...

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Vencido pelo cansaço,

Adormeci nos teus braços,

Vem. Me dê um abraço,

Estreitando nossos laços...

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Cansado de te esperar,
Parti para outra cidade,
Procurando te encontrar,
Amada felicidade...

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Na curva torta do rio,
No meio do meu sertão,
Quero um dia que, vadio,
Enterrem meu coração...

poemeto

Esperança diz teu nome
Cada dia mais distante,
Tua imagem me consome,
Perdida, tão inconstante...
Mas, a cada dia vejo,
Que amar mais do que pude,
Faz viver esse desejo,
Amar-te tanto, amiúde...

poemeto

Na estrada da minha vida;
Muitas curvas, capotei.
Minha sina é despedida,
Sofrendo por quem amei.
Tanto quero esse querer
Quanto espero pela lua
De tantas, tenho você,
A minha alma é toda sua...

poemeto

Vi teu nome rabiscado
Marcado pela paixão.
Foi nesse tempo passado,
Onde tinha o coração
Um bater desesperado
Descompassado afinal
Tanto tempo já marcado,
Na árvore desse quintal...

poemeto

De fome e sede nos matos
Sertanejo vai morrendo,
Na seca desses regatos
Nos dias que vai sofrendo.
Tal qual esse sertanejo,
Assim também meu viver,
Vai secando esse desejo,
Na fome de ter você.